Frente antibolsonarista toma forma
30 de novembro de 2020 | 05h00
O segundo turno confirmou a estrondosa derrota dos extremos, PT e bolsonarismo, e a consequente vitória do centro, com o PSDB em São Paulo, o DEM no Rio e o MDB reunindo o maior número de prefeituras no País. Esse resultado projeta e dá forma a uma frente contra o presidente Jair Bolsonaro e tudo o que ele representa.
No discurso da vitória do DEM no Rio, Eduardo Paes e Rodrigo Maia não apenas deram uma senha, mas praticamente formalizaram o lançamento dessa frente ao cumprimentar o tucano Bruno Covas pela eleição em São Paulo, com apoio de Fernando Henrique a Marta Suplicy. Em política, nem cumprimento é por acaso. O gesto de Paes e Maia diz muito.
Bolsonaro coleciona derrotas, desde a de Donald Trump, passando por todos os seus candidatos no primeiro e no segundo turno e desembocando no sonoro não das urnas às suas bandeiras, seu negacionismo e sua beligerância árida, abjeta. Venceu o oposto: a rejeição ao ódio, o respeito à política e a disputa consequente que Bruno Covas e Guilherme Boulos, do PSOL, travaram em São Paulo.
Como fecho de ouro, ou de latão, Bolsonaro produziu ontem, justamente no dia D, as piores manifestações de toda a eleição. O presidente do Brasil acusar a eleição norte-americana de fraude, com base nas suas “fontes”? É patético, de uma irresponsabilidade que choca o mundo. E insistir no ataque às urnas eletrônicas, pregando a volta ao passado, à cédula de papel? É igualmente patético e irresponsável, faz mal ao Brasil.
Bolsonaro vai se isolando, falando sozinho e tornando possível a construção da frente, enquanto o PT perdeu em exatamente todas as capitais e deixou que PSOL, PSB e PCdoB alcem voos solos. Assim, a polarização abre caminho para o futuro e uma ampla frente antibolsonarista.
As prioridades e desafios imediatos dos prefeitos eleitos, porém, são outras: crise econômica, desemprego, falta de recursos e a covid implacável. A todos ele, votos de moderação, bom senso e sucesso, porque o sucesso deles será dos brasileiros e do Brasil.
* COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO JORNAL E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM PAUTA
Lewandowski quer que o governo apresente cronograma de vacinação, mesmo ainda sem vacina
Não está fácil vencer as arbitrariedades das autoridades brasileiras neste ano de pandemia. Agora, é Ricardo Lewandowki, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que já apresentou voto a favor da ação que obriga o governo a apresentar plano de vacinação contra Covid em 30 dias.
Lewandowski é o relator do caso e preferiu antecipar sua posição para o plenário que estava agendado para o dia 04 de dezembro.
Ainda faltam os votos dos outros ministros no julgamento que será virtual e discutirá se o governo deve adquirir a vacina Coronavac, produzida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.
O ministro disse que não cabe ao Estado brasileiro se pautar por “critérios políticos, partidários ou ideológicos” ao escolher as vacinas contra a Covid-19 que serão distribuídas à população.
Para ele, a "indefinição sobre os critérios de inclusão de determinadas vacinas no Plano Nacional de Imunizações" gera perplexidade e insegurança na comunidade médico-científica e acarreta "indesejável desconfiança" sobre os propósitos das autoridades sanitárias.
Lewandowski quer que o Governo Bolsonaro apresente ao Supremo um "plano compreensivo e detalhado" da estratégia de enfrentamento à pandemia, identificando cronogramas e recursos financeiros destinados para cada uma das ações propostas.
O ministro só “esqueceu” de pontuar que ainda não há vacina aprovada.
Assim, como diz o jornalista e comentarista político, Guilherme Fiúza, não dá pra levar a sério o STF.
"Como desmoralizar uma alta corte judiciária? Basta fazê-la arreganhar os dentes a toda hora em ímpetos fascistoides com ignorância fantasiada de ciência e politicagem encoberta por falsa empatia. Todos querem respeitar o STF, menos o próprio", disparou Fiúza."
Em outro momento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia dito, em nota, que a distribuição do imunizante sem a aprovação da agência “seria um risco à população brasileira”. jornal cidade online
Governar para quê? J. R. Guzzo, O Estado de S.Paulo
Uma das palavras mais ouvidas no governo federal nesses últimos meses é “governabilidade”. O que seria esse bicho? Segundo nos contam, trata-se daquele balaio de decisões moralmente lamentáveis e tecnicamente ineptas que os governos, coitados, são obrigados a tomar para conseguirem governar – ou fazem essas coisas feias, mas tidas como indispensáveis, ou não governam nada (em política, argumentam os que estão mandando, a prática deliberada do erro nem sempre é uma desvantagem). O governo do presidente Jair Bolsonaro, como sabem até as crianças com dez anos de idade, decidiu tempos atrás tornar-se governável em modo extremo – está fazendo tudo o que lhe pedem, e muito do que não lhe pedem, com o elevado propósito de governar o Brasil. Está dando certo para os governantes, ao que parece. E para os governados?
A “governabilidade” pode ser uma coisa admirável na teoria política, mas na vida prática a pergunta que se tem de fazer é a seguinte: governar para quê? Se for para dar ao Brasil uma espécie de Dilma-2, o Retorno, com anos de crescimento zero que se alternam com anos de recessão, e com a população escalada para exercer a mesmíssima função, como escrava que trabalha dia e noite para sustentar a máquina estatal – bem, muito obrigado. É onde se encontra, após dois anos inteiros no comando, o governo atual: mais ou menos onde Dilma Rousseff nos deixou. O Estado continua a engolir (e a gastar) a maior fatia da renda nacional. A economia está onde estava em 2018. A alta burocracia deita e rola. O Centrão, o inimigo número 1 do erário nacional, é de novo a grande estrela do governo. As leis continuam servindo para proteger os políticos dos cidadãos, em vez de fazer o contrário. Praticamente nenhum índice de “performance”, salvo no agronegócio, saiu do lugar. O que adianta governar desse jeito
Nesses dois anos, o governo não fechou, não de verdade, uma única empresa estatal – uma meia dúzia de subsidiárias foram vendidas por suas controladoras, e ficou nisso. De concreto, a única coisa que aconteceu foi a demissão do secretário-ministro encarregado da privatização, que nunca teve o que fazer. Não conseguiram fechar nem a empresa do “trem-bala”, um dos maiores contos do vigário do governo Dilma – o ministro dos Transportes acha que a empresa, que jamais colocou um metro de trilho no chão, é indispensável. Outra joia da coroa petista, a TV Brasil inventada por Lula, continua intacta.
Não foi cortado nenhum privilégio nas altas castas do funcionalismo. A população continua sendo extorquida pela mesma carga de impostos de sempre – 30%, ou mais, numa conta de luz, de telefone ou de farmácia. A economia permanece como uma das mais fechadas e menos capazes de competir do mundo. Na hora de fazer a indicação mais importante de seu governo, a de um novo ministro para o STF, Bolsonaro veio com o dr. Kassio, o preferido do Centrão e de um senador processado por corrupção.
O governo está no seu quarto ministro da Educação em dois anos, e não se mexeu um milímetro nos índices brasileiros na área, que continuam entre os piores do planeta; falaram o tempo todo de política, e os livros didáticos lidos nas escolas continuam insultando abertamente os militares, chamados de “torturadores”, os agricultores, acusados de viverem às custas do “trabalho escravo”, e o próprio governo eleito em 2018, que é denunciado nas aulas como fascista, racista, homofóbico, genocida e destruidor da Amazônia.
Quando lembrado de qualquer dessas coisas, Bolsonaro diz: “Então vota no Haddad”. É melhor mudar o disco. Uma hora dessas ele ainda vai ouvir: “E daí? Qual é a diferença?”
Recadastramento de aposentados está suspenso até o fim do ano
A exigência da prova de vida anual de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está suspensa até o fim do ano. A Secretaria de Previdência do Ministério da Economia informou, no início da noite, que publicará, na segunda-feira (30), uma portaria com a prorrogação da medida.
> INSS inicia projeto-piloto de prova de vida por meio digital
A prova de vida anual obrigatória deixou de ser exigida desde o dia 18 de março de 2020, como medida de proteção no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. A medida, no entanto, não afeta o recebimento de proventos e pensões. Com o adiamento da retomada da prova de vida, quem não fez o procedimento entre março e dezembro desse ano, não terá o benefício bloqueado até o fim de janeiro.
Realizada todos os anos no mês de aniversário do beneficiário, a comprovação de vida é exigida para a manutenção do pagamento do benefício. A prova de vida exige o comparecimento do segurado ou de algum representante legal ou voluntário à instituição bancária onde saca o benefício.
Desde agosto do ano passado, o procedimento pode ser feito por meio do aplicativo Meu INSS ou pelo site do órgão por beneficiários com mais de 80 anos ou com restrições de mobilidade. A comprovação da dificuldade de locomoção exige atestado ou declaração médica. Nesse caso, todos os documentos são anexados e enviados eletronicamente. DIARIONORDESTE
CIENTISTAS DIZEM TER DESCOBERTO POR ACASO ÓRGÃO MISTERIOSO NO CENTRO DA CABEÇA HUMANABBC News Brasil -
Eles identificaram o que acreditam ser novas glândulas localizadas atrás do nariz, no encontro com a garganta. Os pesquisadores dizem que a descoberta provavelmente se trata de um quarto par de glândulas salivares (partes do corpo responsáveis por produzir saliva).
Se o achado for comprovado como verdadeiro, essa glândula oculta seria a primeira identificação desse tipo em cerca de 300 anos. Hoje conhecemos estas três principais glândulas salivares: uma inserida perto das orelhas, outra abaixo da mandíbula e outra sob a língua.
Os pesquisadores encontraram o que pode ser reconhecido como novas glândulas enquanto examinavam imagens em uma máquina capaz de mostrar tecidos corporais em detalhes.
Eles queriam saber mais sobre o que haviam encontrado, então examinaram um pouco de tecido. E descobriram que é muito semelhante às glândulas que temos sob a língua.
"O local não é muito acessível e você precisa de imagens muito sensíveis para detectá-lo", disse Wouter Vogel, um dos autores do estudo.
Yvonne Mowery, oncologista de radiação na Duke University, disse que "ficou bastante chocada por estarmos em 2020 e ter uma nova estrutura identificada no corpo humano".
Quão certos estão os cientistas sobre a descoberta?
A equipe de pesquisadores identificou as glândulas por acaso, já que estava focada em outros tratamentos quando as encontrou.
Na verdade, eles estavam examinando pacientes com câncer de próstata com um tipo avançado de exame, que, combinado com injeções de glicose radioativa, destaca tumores no corpo.
Assim, mais estudos serão feitos para determinar qual é exatamente o papel dessas glândulas — os médicos disseram que é preciso mais pesquisa e uma seleção mais ampla de pessoas.