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A volta ao normal - Antonio Lavareda

Nesse domingo, confirmadas as pesquisas publicadas até 25/11, conclui-se a leitura da vitória da direita tradicional. Essas “eleições mantenedoras”, com taxa de recondução de 63%, um terço maior que a anterior, não excluíram novidades. Aumentou a diversidade social nas Câmaras, espelhando melhor o tecido social. A direita levou o maior quinhão de prefeituras, enquanto o centro e a esquerda encolheram no país.

Embora essa última, às vezes substituindo o PT por aliados menores, tenha demonstrado capacidade de recuperação em grandes cidades, incluída a maior delas, São Paulo. Encerrado o ciclo, é inevitável que nossa última coluna aponte o que emergiu como sinalização sobre a disputa daqui a dois anos. Antes, presumia-se que nela assistiríamos a consolidação do “realinhamento crítico” que fez desabar o duopólio PSDB-PT (1994-2014).

A vitória do Presidente, bem avaliado pela sociedade, de novo à frente de um pequeno partido, triunfando após campanha arrasadora do bolsonarismo nas redes sociais. Porém, a rearrumação na base do sistema — os municípios — e sobretudo a revalorização da política com a derrota dos outsiders alteraram o curso. Hoje, é grande a possibilidade de que 2022 seja uma “eleição contra-desviante”.

O rio voltando ao leito habitual. Mesmo com novos atores. O que não inviabiliza a reeleição de Bolsonaro, caso a economia venha a lhe ajudar. Mas não como o personagem original. Ele precisará concorrer com o traje que antes rejeitou. Procurando apoios e uma coligação que lhe traga bastante tempo de TV para mostrar o que fez e explicar o que não fez. Num pleito “normal”. Qualquer que seja o resultado, 2018 terá ficado para trás como um ponto fora da curva.

Hoje, é grande a possibilidade de que 2022 seja uma “eleição contra-desviante”

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