Delator diz que entregou ao menos R$ 70 milhões a Renan, Sarney e Jucá
O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que assinou acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, contou aos investigadores que arrecadou e pagou pelo menos R$ 70 milhões a integrantes da cúpula do PMDB. Sérgio Machado afirmou que pagou ao presidente do Senado, Renan Calheiros, cerca de R$ 30 milhões. Para o ex-presidente da República e senador José sarney, Machado relatou a entrega de cerca de R$ 20 milhões. Machado citou ainda que entregou outros R$ 20 milhões ao senador e ex-ministro Romero Jucá (PMDB-RR).
Delator revela desvio de dinheiro em contrato da Presidência para pagar dívida da campanha de Dilma

O empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené, investigado naoperação Acrônimo da Polícia Federal, disse em sua delação premiada que o ex-chefe de gabinete da presidente Dilma Rousseffusou um contrato do Palácio do Planalto em 2015 para quitar dívidas da campanha presidencial de 2010.
Essa é a primeira vez que a Polícia Federal obtém evidências de que o Planalto comandado por Dilma desviou dinheiro público da Presidência da República para quitar caixa dois de campanha. Segundo Bené, a operação, coordenada no gabinete presidencial, transcorreu entre 2014 e 2015, em meio às investigações da Lava Jato e da própria Acrônimo. ÉPOCA teve acesso a parte dos depoimentos de Bené prestados à Polícia Federal em sua delação, que serão usados para a abertura de novos inquéritos. Bené está preso pela PF e é acusado de ser o principal operador de Fernando Pimentel, ex-ministro de Dilma e atual governador de Minas.
>>Pimentel é chefe de quadrilha e recebeu R$ 1 mi em propina, diz PF
Segundo o empresário, Gilles de Azevedo, assessor mais próximo de Dilma, atuou para que o Planalto pagasse dívidas da campanha com a agência de comunicação Pepper, responsável pelo pleito de Dilma em 2010.
Bené contou aos investigadores que o governador de Minas confidenciou a ele que a Pepper vinha pressionando, desde 2014, para que fossem saldadas dívidas de campanha. Foi então que Gilles de Azevedo trouxe uma solução, segundo Bené _ e a solução foi pagar com dinheiro do Planalto.
Contador que abria offshores para CAOA aponta pagamento de R$ 300 mil para Gamecorp
Em delação premiada na Lava Jato, Roberto Trombeta confessou ter emitido em 2012 notas da montadora para empresa do filho mais velho de Lula, Fábio Luis, sem comprovação de prestação de serviços ou contrato

Fábio Luis Lula da Silva, filho mais velho do ex-presidente, dono da Gamecorp. Foto: Estadão
Responsáveis pela abertura de offshores do Grupo CAOA, os delatores da Operação Lava Jato Roberto Trombeta e Rodrigo Morales confessaram aos procuradores da República que, em 2012, a montadora pagou R$ 300 mil para a Gamecorp, empresa do filho mais velho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luiz, o Lulinha, sem comprovação de “execução de serviços, contratos e/ou relatórios que acompanhassem tais pagamentos”.
Um ano depois, a abertura da caixa-preta da Odebrecht
“Deve vir à tona nos próximos dias, finalmente, a mais aguardada e a mais negociada delação premiada da Lava-Jato. Depois de um jogo duro por parte da defesa e do Ministério Público,Marcelo Odebrecht fechou o roteiro do que pretende revelar. Como esticou a corda demais, o herdeiro da maior empreiteira do país está tendo de entregar os anéis e os dedos.
Banqueiro indiciado é vestígio de um novo país
Até bem pouco, nenhuma revelação abalava o prestígio de uma eminência empresarial no Brasil. Mesmo quando apanhados de mau jeito, os empresários continuavam fornecendo matéria-prima às colunas sociais, publicando artigos nos cadernos de economia e distribuindo conselhos a presidentes da República e ministros. Ao indiciar na Operação Zelotes o presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, a Polícia Federal oferece mais um vestígio de que algo de muito novo sucede no país: o braço punitivo do Estado tornou-se mais longo e menos seletivo.
A outra queda de Dilma
O PT realista sabe que essa conversa de volta de Dilma é pura lorota. Mas sempre há alguns tolos entusiasmados. O ânimo do QG da Restauração esfriou bastante com a confirmação da notícia de que Marcelo Odebrecht assinou o acordo de delação premiada. Ninguém sabe exatamente quantos tombarão com Dilma, mas se dá como certo de que será a sua segunda queda. Para começo de conversa, o que não vai resistir às revelações será o financiamento de sua campanha. Mas isso não atinge também Michel Temer, já que ambos compunham a chapa? Será uma tarefa para o TSE. Os comitês financeiros eram distintos, e Temer não tinha como saber como operava, por exemplo, Edinho Silva. REINALDO AZEVEDO
Petrobras vai ter que pagar ao MA compensação ambiental de refinaria
A Justiça determinou nestasegunda-feira (30) que a Petrobras pague, em um prazo de 15 dias, ao Maranhão as parcelas restantes referentes à compensação ambiental da construção da Refinaria Premium 1, em Bacabeira (MA). A condenação da Petrobras totaliza R$ 53,7 milhões. A decisão visa reverter impactos ambientais já produzidos pela instalação interrompida da refinaria no Maranhão.
Filho de Machado também faz delação
BRASÍLIA - O filho caçula do ex-presidente Transpetro Sérgio Machado também fez acordo de delação premiada. Expedito Machado Neto, conhecido como Did, resolveu colaborar com a Justiça após a Operação Lava Jato identificá-lo como operador financeiro da cúpula do PMDB do Senado. Morador de Londres, Did controla um fundo de investimento na capital da Inglaterra.
Filho de Lula recebeu cerca de R$ 10 milhões
Ao analisar os dados do sigilo bancário de Luís Cláudio Lula da Silva, o caçula do ex-presidente Lula, a Operação Zelotes descobriu que ele e sua empresa, a LFT Marketing Esportivo, receberam quase R$ 10 milhões. Até agora, se sabia que Luís Cláudio embolsara R$ 2,5 mi da Marcondes & Mautoni, acusada de comprar medidas provisórias. Na verdade, foram perto de R$ 4 mi. O resto veio de “outras fontes suspeitas”. Os investigadores querem saber qual trabalho foi prestado para resultar no recebimento dos demais valores. A quebra dos sigilos de Luís Cláudio e da empresa dele abrange o período de 2009 a 2015. A LFT foi constituída em 2011. Uma das linhas da investigação é saber se Lula indicou empresas para contratar a firma do filho. O petista também é alvo da Zelotes. A empresa de Luís Cláudio não tem funcionários registrados, apesar dos valores milionários que recebeu, nem ele expertise em consultoria. O trabalho para a Mautoni foi copiado da internet. Além das suspeitas sobre compra de medidas provisórias editadas por Lula e Dilma, a Zelotes investiga suposta propina na compra dos caças Gripen, da fabricante sueca Saab, pelo governo Dilma. Procurada, a assessoria de Luís Cláudio alegou que não localizou os advogados e que teve pouco tempo para comentar o assunto.
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O delator araponga - ISTOÉ
Depois de eleito senador pelo PSDB, presidir a Transpetro apadrinhado pelo PMDB e abençoado pelo PT por longos 12 anos e ser apontado pelo Ministério Público como o responsável por esquemas que desviaram dos cofres públicos mais de US$ 240 milhões, Sérgio Machado passou por uma simbiose. Aproveitou-se do trânsito fácil pelas cúpulas dos principais partidos do País para negociar uma delação premiada com características bem diferentes daquelas que veem impulsionando a operação Lava Jato. Machado se transformou em uma espécie de agente infiltrado. Um delator bomba. Entre o final de fevereiro e o início de abril, o executivo de 69 anos manteve encontros com caciques do PMDB levando consigo um equipamento eletrônico que, além de gravar os diálogos, permite que as conversas sejam ouvidas em tempo real por agentes da Lava Jato, estrategicamente posicionados em um carro estacionado próximo aos endereços visitados. Dessa maneira, ele gravou mais de seis horas de conversas com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB- RR) e o ex-presidente José Sarney. Nos diálogos até agora divulgados, Machado procura envolver os interlocutores em uma suposta trama para tentar barrar as investigações comandadas pelo juiz Sergio Moro, enredar ministros do Supremo Tribunal Federal e relacionar líderes do PSDB e do PMDB a propinas na Petrobras.