PoderData divulga nova pesquisa sobre corrida presidencial
O PoderData divulgou nesta quarta-feira (26) seu quarto levantamento com projeções para o segundo turno das eleições presidenciais, agendado para o dia 30 deste mês.
Segundo a pesquisa, Lula (PT) tem 49% das intenções de voto, ante 44% de Jair Bolsonaro (PL). Brancos e nulos totalizam 5% e os que não sabem, 2%. Em relação à sondagem anterior, publicada na semana passada, o petista oscilou um ponto percentual para cima, enquanto o presidente se manteve estável. A margem de erro é de 1,5 ponto percentual para mais e para menos.
No recorte com os votos válidos, Lula (à direita na foto) tem 53%, contra 47% de Bolsonaro (à esquerda na foto). Na semana passada, o petista tinha 52% e o presidente, 48%.
Foram ouvidas 5.000 pessoas de 342 municípios entre os dias 23 e 25 de outubro. O levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral sob o protocolo BR-01159/2022.
O Antagonista adotou como política editorial publicar os resultados de todas as pesquisas registradas no TSE, para garantir que o leitor tenha acesso às diversas projeções e avalie o desempenho de cada um dos institutos que medem a intenção de voto do eleitor brasileiro.
Todas as capitais irão oferecer gratuidade nos transportes públicos no segundo turno das eleições 2022
Por O GLOBO — Rio de Janeiro
Todas as capitais do país irão oferecer gratuidade nos transportes públicos no segundo turno das eleições, que ocorrerá neste domingo. A confirmação foi dada após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovar, na terça-feira, uma medida que garante que governadores e prefeitos não serão penalizados pela Lei de Responsabilidade Fiscal pelo emprego de dinheiro público para custear as passagens.
No primeiro turno, realizado no dia 2 de outubro, apenas 15 capitais liberaram as catracas dos ônibus para que os eleitores fossem às urnas votar. Além disso, duas tiveram tarifas “sociais” — Cuiabá (R$ 1) e Natal (R$ 2) — e Macapá concedeu a gratuidade apenas para mesários. As outras nove não adotaram a medida.
Na capital do estado do Rio de Janeiro, a gratuidade, oferecida no primeiro turno, também estará à disposição dos eleitores no próximo domingo. Assim como ocorreu no dia 2, os eleitores não precisarão apresentar título de eleitor ou qualquer outro documento que confirme ida às zonas eleitorais para ter acesso ao passe livre nos ônibus e BRT, únicos transportes públicos que serão gratuitos no dia.
O estado de São Paulo ainda não decidiu se irá oferecer gratuidade no segundo turno, contudo, a prefeitura da capital já decretou a liberação do serviço no dia 30, das 6h às 20h, em caráter excepcional. Além disso, a prefeitura vai colocar 2 mil ônibus a mais em circulação. A gratuidade será livre para todos, inclusive para os que não tiverem Bilhete Único e não será necessário apresentar nenhum tipo de documento que comprove ida às zonas eleitorais.
No Maranhão, a gratuidade no segundo turno se estenderá para o ferryboat, veículos particulares, vans credenciadas e ônibus intermunicipais partindo de São Luís para a Baixada, e vice-versa. O passe livre funcionará das 0h de sábado às 12h de segunda.
Já a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais (Seinfra) informou que não haverá transporte público gratuito no segundo turno das eleições. Em nota, a secretaria explicou que a decisão foi feita com base na proximidade dos eleitores com as zonas eleitorais.
"A Seinfra informa que não haverá nenhuma mudança ou esquema diferenciado no Sistema de Transporte Metropolitano no dia das eleições, uma vez que as zonas eleitorais são, na maioria dos casos, próximas às residências dos eleitores. Cabe informar, ainda, que parte da frota é utilizada nos transportes das urnas até os locais de votação, em conjunto com a Polícia Militar".
Contudo, a capital Belo Horizonte, por meio de decreto assinado pelo prefeito Fuad Noman, irá garantir a gratuidade no transporte coletivo no segundo turno. O serviço será disponibilizado em qualquer linha de ônibus convencional e suplementar para todos os passageiros, das 0h às 23h59 do próximo domingo.
Gratuidade intermunicipal
Pelo menos nove estados vão oferecer gratuidade nos transportes intermunicipais, são eles: Amapá, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Tocantins.
O ELEITOR VAI DENIFIR NO DOMINGO QUAL SENTIMENTO É MAIOR: ANTIPETISMO OU ANTIBOLSONARISMOIOR
Marcelo Godoy / O ESTADÃO
A reunião na casa do banqueiro Cândido Bracher estava chegando ao fim quando o advogado Luiz Fernando Crestana e o empresário Henrique Schreurs se aproximaram da mesa onde estavam dois jornalistas. Queriam contar que haviam decidido mudar seu voto. Pensavam em anular, mas, depois de participar ali do encontro com a senadora Simone Tebet (MDB), decidiram pela primeira vez na vida votar em Lula. Não pelo petista, mas em razão do risco que viam em um segundo mandato presidencial para Jair Bolsonaro (PL).
A lógica dos dois deve definir a eleição de domingo, quando o sentimento contrário a Lula e ao petismo vai se chocar com o antibolsonarismo. É a rejeição ao outro lado e ao seu projeto para o País que moverá os votos decisivos no dia 30. Crestana e Schreurs são exemplos das recentes reviravoltas políticas.
Em 2016, estiveram entre os milhares de brasileiros que foram às ruas pedir o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Eram então voluntários do Vem Pra Rua. Trocaram o antipetismo pelo antibolsonarismo. Mas a aversão a Lula continua forte. Foi ela que levou o senador eleito Sérgio Moro (União-PR) a declarar seu apoio ao presidente.
Vive-se um tempo em que uma parte do País passou a ter a identidade definida em razão da oposição à outra. A discórdia e o ressentimento se tornam as características legitimadoras da ação política, levando de roldão a convicção weberiana de que o mundo moderno tende à racionalização e à secularização. O medo – e não a esperança – determina decisões do voto.
Em 1976, quando o partido Comunista Italiano (PCI) tentava ultrapassar a Democracia Cristã (DC) e se transformar no maior partido do país, o jornalista Indro Montanelli cunhou o que foi, segundo Enrico Berliguer, então secretário-geral do PCI, o mais eficiente slogan anticomunista do pós-guerra: “Turatevi il naso e votate DC”. Ou fechem o nariz e votem na Democracia Cristã. “Muita gente dos dois lados vai fazer isso no domingo”, disse Crestana.
Na Itália dividida pela Guerra Fria, o maior partido comunista do Ocidente não obteve a ultrapassagem. Os italianos fecharam o nariz e escolheram a DC. Um ano depois, Berlinguer fez em Moscou o discurso no qual qualificou a democracia como um valor universal, consolidando o caminho que levou o partido à esquerda democrática.
No Brasil, não há consenso nem sobre as regras do jogo. Mas, se confirmadas as pesquisas, um futuro governo Lula terá de conviver com um bolsonarismo fortalecido pela vitória de Tarcísio de Freitas, em São Paulo, e pela bancada eleita no Congresso. A divisão permanecerá após o voto. O slogan de Montanelli veio para ficar.
Apoiadores de Lula perdem prazo, e só bolsonaristas apresentam pedido para comemorar na Paulista
Apenas representantes de grupos ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentaram à Polícia Militar de São Paulo pedidos para comemoração de vitória na avenida Paulista no próximo domingo (30).
De acordo com a corporação, o prazo estipulado pela Justiça paulista para manifestação de interesse terminou às 23h59 desta terça (25) e seis grupos bolsonaristas formalizaram o pedido.
Assim, os caminhões de som estarão autorizados a chegar na avenida a partir das 17h, quando a via será fechada para concentração de público.
Não houve pedidos para comemoração no Largo da Batata, em Pinheiros.
Ainda segundo a PM, essa informação foi encaminhada nesta quarta (26) para o Ministério Público Eleitoral que, por sua vez, encaminhará para a 14º Vara de Fazenda Pública para deliberará sobre o tema.
Os magistrados foram informados que a Paulista foi reservada para os petistas comemorarem no primeiro turno, no dia 2 de outubro.
Agora, será a Justiça quem definirá como fica, por exemplo, se houver uma dupla derrota dos candidatos Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, que disputa o segundo turno ao Governo de São Paulo.
A PM diz que a corporação estará preparada para qualquer decisão da Justiça, incluindo uma eventual divisão de torcidas na Paulista.
Uma das propostas de integrantes da cúpula da PM era deixar o local para os vencedores da eleição presidencial.
No primeiro turno houve um impasse entre apoiadores dos dois candidatos, e a Justiça de São Paulo autorizou os petistas a usarem a avenida Paulista para manifestações no domingo (2), depois das 20h30.
Até a noite de terça-feira (25), a coordenação da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliava se recorreria à Justiça sob o argumento de que haveria um acordo tácito selado no primeiro turno entre os dois comitês.
Por esse acerto, que afirmam existir, o candidato vitorioso teria permissão para comemorar o resultado na avenida Paulista.
Nesta quarta-feira, porém, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que a coordenação da campanha não solicitou autorização nem pretende reverter a situação na Justiça.
A deputada disse não haver decisão da campanha do ex-presidente Lula a respeito do local para comemoração em caso de vitória.
Bolsonaro soma mais prefeitos que Lula na corrida por apoios locais na campanha II
Por Adriana Ferraz, Beatriz Bulla, Gustavo Queiroz e João Scheller / O ESTADÃO
Compromisso (CONTINUAÇÃO)
Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Milton Leite (União Brasil) acompanhou Garcia, Bolsonaro e Tarcísio na Portuguesa como prefeito em exercício da capital na última quinta e afirmou que ambos se comprometeram a dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo atual governo.
“Tarcísio se comprometeu com os prefeitos de cumprir todos os compromissos de Garcia, como obras em andamento. Ele reconhece neste momento que a administração está correta e a casa, arrumada. Essa é a maior cobrança dos prefeitos vindo do interior”, disse Leite. Presidente municipal do União Brasil na capital, o parlamentar também declarou apoio à reeleição de Bolsonaro.
Prefeitos do PSDB e do PSD que estiveram com Bolsonaro no encontro em São Paulo também defenderam que o apoio melhora o desempenho do presidente. Acredita-se que boas gestões municipais levam o eleitor a considerar a posição política do prefeito. Além disso, o uso da máquina ajuda a aumentar o leque de pessoas próximas a angariar votos. Ao final do evento na Portuguesa, diversos adesivos e materiais de campanha foram distribuídos às lideranças presentes.
Em Minas Gerais, a campanha de Bolsonaro aposta em virar votos do eleitorado ‘Luzema’ - moradores de municípios onde Lula e o governador reeleito Romeu Zema (Novo) foram mais votados. Um encontro mediado pela Associação Mineira de Municípios (AMM) com a campanha bolsonarista reuniu 600 prefeitos (o Estado tem 843 cidades) e resultou em uma lista de demandas da região. O presidente da AMM e o prefeito de Coronel Fabriciano, Marcos Bizarro (PSDB), já apoiaram Bolsonaro publicamente, mas a associação se diz apartidária.
No Paraná, o governador reeleito Ratinho Junior (PSD) chegou a convocar 300 prefeitos para um encontro em Curitiba que aconteceria na última quinta-feira. Após críticas de que estaria usando a máquina pública como instrumento de campanha, no entanto, ele mudou a estratégia e passou a fazer reuniões individuais nas cidades.
Já o prefeito de Prudentópolis, no interior do Paraná, Osnei Stadler, liberou os servidores públicos de suas funções para acompanhar uma motociata com a presença de Bolsonaro ainda no primeiro turno. Decreto publicado no Diário Oficial do município permitiu que os funcionários não trabalhassem “exclusivamente durante o tempo da visitação” do chefe do Executivo, que é candidato à reeleição.
Na contramão, o prefeito Maurício Ferreira (PP), de Caiana (MG), sugeriu aos servidores que, se Lula fosse eleito, a prefeitura deixaria de se esforçar para cumprir suas obrigações de pagamento. “O voto é livre, não vou pedir voto para presidente, respeito o voto de cada um, mas arque com a responsabilidade de cada um de vocês”, disse, logo após informar que “não mais vai passar pela vergonha de ser cobrado (por fornecedores) para manter o pão na mesa de cada um”.
Contraofensiva
O núcleo principal da campanha petista tenta conter a ofensiva de Bolsonaro sobre prefeitos em São Paulo e Minas Gerais. A situação mais complexa, na visão da campanha petista, é a de Minas, já que Zema tem trabalhado ativamente para o presidente neste segundo turno. No sábado, 22, o ex-presidente reuniu uma multidão na cidade de Ribeirão das Neves, no entorno de Belo Horizonte. Sem a companhia de prefeitos, a estratégia do candidato foi levar consigo a senadora Simone Tebet (MDB) e da ex-ministra Marina Silva (Rede), eleita deputada federal.
Com poucos aliados municipais próprios, o PT comemorou ter conseguido atrair para sua campanha o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (União Brasil), para alavancar o diálogo com lideranças da Baixada Fluminense, um das regiões onde Lula já teve maioria em outras disputas. O apoio foi visto como estratégico também porque o prefeito ajudou na ponte com os evangélicos na região. Além disso, a mulher do prefeito, conhecida na política como Daniela do Waguinho (União Brasil), foi a deputada federal mais votada do Rio.
Já em São Paulo, a capacidade de uso da máquina por Rodrigo Garcia é considerada limitada, uma vez que o próprio governador não se beneficiou eleitoralmente de sua influência com lideranças locais. De toda forma, para tentar bloquear a influência dos gestores municipais, os petistas contam com o ex-governador paulista e vice na chapa, Geraldo Alckmin (PSB), e também Simone Tebet, que foi bem votada no Estado.
A cientista política Tathiana Chicarino ressalta que o uso da máquina não necessariamente se desdobra em uma mobilização efetiva do eleitorado no território destacado. “O caso de Garcia em São Paulo é exemplo disso e em Minas há um padrão histórico que mostra existir entre os eleitores uma dissociação entre o voto para presidente e o voto para governador”, disse, em referência a outras dobradinhas, como o ‘Lulécio’ - voto em Lula presidente e Aécio Neves para governador, em 2006.
Aliados de Lula também têm mantido diálogo com prefeitos e governadores para incentivar a adoção de transporte público gratuito no dia da eleição, para evitar abstenção. Na última quarta-feira, 19, a maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão do ministro Luís Roberto Barroso que autoriza as prefeituras a aplicarem tarifa zero no dia 30. Após o aval, o prefeito da capital paulista., Ricardo Nunes (MDB), anunciou que vai liberar a catraca dos ônibus no domingo.