Golpe é inflaçao e desemprego - carlos heitor cony
Golpe é inflaçao e desemprego
Zanone Fraissat - 19.mai.2016/Folhapress | ||
![]() |
||
Fila de pessoas à espera de atendimento para recorrer ao seguro-desemprego |
RIO DE JANEIRO - Em comentário na CBN desta semana, o assunto que me deram foram as manifestações de rua e protestos, alguns violentos contra o impeachment, Temer, Eduardo Cunha, "et caterva". Não tinha opinião a dar, nem negar nem aprovar.
Populistas, picaretas e arengueiros ideológicos
Os áugures da Antiguidade romana tentavam adivinhar o futuro observando o voo de certas aves ou examinando as entranhas de determinados animais. Tenho tentado aprender com eles, observo o voo dos tucanos e de outras espécies que vez por outra sobrevoam o Planalto Central. Graças a tais exercícios, inclino-me a crer que cedo ou tarde a ansiada reforma política será incluída na lista de prioridades.
Os sabotadores - ISTOÉ
Alijado da Esplanada dos Ministérios e da Presidência da República, o Partido dos Trabalhadores (PT) voltou ao seu habitat natural: a trincheira da oposição. Todas as vezes em que esteve longe das benesses oficiais, o partido não economizou energia na hora de boicotar o governo da ocasião. Foi assim em 1988, ao votar contra a Constituição, em 1992, quando o partido não só ficou de fora da aliança construída em torno de Itamar Franco, como atuou para sabotar o novo governo e o Plano Real, conjunto de medidas que proporcionou a estabilidade econômica do País, e em 2000, ao se opor à Lei de Responsabilidade Fiscal – para ficar apenas em três casos emblemáticos. Agora a história se repete, como diria Karl Marx em 18 brumário de Luís Bonaparte. A ordem é reprisar a surrada estratégia do quanto pior, melhor. Não importa se o projeto é bom ou não para o País, “si hay gobierno”, e ele não é comandado por um petista, o PT é contra.
E agora, Lula? - iISTOÉ
Nos próximos dias, o ex-presidente Lula terá de enfrentar uma tempestade perfeita – expressão inglesa usada para designar uma combinação desfavorável de fatores que se agravam até constituir o pior cenário possível. Vão prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro o publicitário Marcos Valério, na segunda-feira 12, o ex-sócio da OAS, Léo Pinheiro, na terça-feira 13, e Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira que leva seu nome, na quinta-feira 15 de setembro. Todos têm potencial explosivo para detonar o petista: Léo Pinheiro cuidou da reforma do tríplex de Lula e é conhecedor dos segredos mais recônditos do ex-presidente. Marcos Valério operou a compra de parlamentares no esquema conhecido como mensalão e já se dispôs a detalhar a chamada Operação Portugal Telecom, um acordo endossado por Lula, em encontro no Palácio do Planalto, que teria rendido a ele, a José Dirceu e o ex-tesoureiro Delúbio Soares a soma de R$ 7 milhões. E a empresa de Marcelo Odebrecht não só fez reformas no sítio frequentado por Lula, como pode desnudar as nebulosas negociações envolvendo a construção do estádio do Itaquerão, em São Paulo – que atingiria Lula em cheio, podendo levá-lo à prisão.
As várias faces da nova temporada de manifestações
Logo depois de confirmado o impeachment de Dilma, políticos experientes que participaram da transição feita por Itamar Franco após o afastamento de Fernando Collor procuraram o presidente Michel Temer e o alertaram. Disseram que os brasileiros iriam torcer para que seu governo desse certo, porque isso serviria aos interesses do Brasil. Mas afirmaram também que os petistas tentariam inviabilizar o governo – porque isso interessa ao PT. Nos últimos dias, essa previsão foi confirmada. Uma nova temporada de protestos organizados por movimentos ligados ao PT tomou as ruas de diversas capitais brasileiras, sobretudo São Paulo. Em sociedades democráticas como a brasileira, o direito à manifestação deve ser respeitado e cabe aos governantes dialogar com as forças políticas. No entanto, o que se vê agora é algo diferente. Os protestos são movidos por grupos que têm o objetivo de inviabilizar o governo, como foi dito textualmente por vários líderes após o afastamento de Dilma Rousseff. Buscam apenas tumultar e defender os interesses privados do grupo que foi defenestrado do poder e que erigiu, nos últimos 13 anos, a maior rede de corrupção da história do País.
TSE flagra 21.072 pessoas que, em situação aparente de pobreza, doaram R$ 168 milhões
Até onde não tem Ao cruzar informações, a Justiça Eleitoral vem desnudando o que suspeita ser uma nova frente de fraudes: doações milionárias de quem, aparentemente, nada tem. O TSE identificou 21.072 pessoas que, mesmo em situação de pobreza, transferiram juntas mais de R$ 168 milhões a campanhas municipais. Uma delas, cuja última renda conhecida é de 2010, doou R$ 93 mil. Outras dez desembolsaram mais de R$ 1 milhão, mas não têm renda compatível com tamanha generosidade.