Filhos de Bolsonaro ampliam influência e reforçam protagonismo em ações do governo
Jussara Soares, Eliane Oliveira e Geralda Doca / O GLOBO
BRASÍLIA — No gabinete instalado no terceiro andar do Palácio do Planalto, em viagens e eventos, os três filhos políticos de Jair Bolsonaro, diante de olhares dos interlocutores, preferem chamar o pai de presidente. O gesto, que sugere uma separação entre a vida pública e a rotina familiar, se resume a uma mera formalidade. Na prática, o senador Flávio (sem partido), o vereador do Rio Carlos (Republicanos) e o deputado federal Eduardo (PSL-SP) se valem do DNA para influenciar na tomada de decisões em assuntos sensíveis — e vêm expandindo o alcance da atuação.
Flávio, principal articulador político da família, já tinha as digitais em nomeações no Judiciário e em ministérios como Saúde e Cidadania, e agora ampliou a influência para a área econômica, até pouco tempo atrás blindada por Paulo Guedes. O presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, foi promovido com o aval do senador, que também atuou na recente troca no comando da Previ. Carlos, por sua vez, retomou o protagonismo na comunicação, enquanto Eduardo voltou a ser ouvido com frequência nas discussões do governo sobre 5G e, após uma derrota com a saída de Ernesto Araújo do Itamaraty, teve um papel decisivo para que o assessor da Presidência Filipe Martins não fosse demitido após o episódio em que fez um gesto associado a supremacistas brancos durante uma audiência no Senado.
Presença em comitiva
Na última semana, documentos enviados pelo Palácio do Planalto à CPI da Covid-19 confirmaram a participação de Flávio e Carlos em pelo menos cinco reuniões que discutiram o enfrentamento à pandemia do coronavírus. A comissão no Senado investiga a existência de um “gabinete paralelo” que possa ter definido as ações durante a crise sanitária.
Uma viagem prevista para a próxima semana reitera como as decisões de governo passam pela família. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, parte para os Estados Unidos no próximo sábado para uma série de visitas com o objetivo de discutir a segurança da tecnologia 5G, área de especial interesse da militância bolsonarista. Flávio e Eduardo foram convidados para a comitiva — no caso do senador, mais um avanço sobre temas nos quais não costumava ter participação frequente. O papel de Eduardo no debate foi retomado, e integrantes do governo avaliam que deve ter um peso importante, ainda que o parlamentar, formalmente, não esteja ligado à área — assim como não tem atribuição oficial na política externa, mas já foi chamado de “chanceler paralelo” e acompanhou o pai na semana passada em visita ao Equador.
Além do convite para a viagem, também partiu do ministro da Comunicações um afago a outro filho: em um evento no Piauí, defendeu a assiduidade de Carlos Bolsonaro no Palácio do Planalto, após senadores da CPI da Covid cogitarem convocá-lo a depor.
— Eles fazem isso porque sabem que Carlos Bolsonaro foi responsável pela eleição de Jair Bolsonaro. Apareça, Carluxo. Não fique no Rio. Fique do lado do seu pai, em Brasília — disse Faria.
A declaração ocorreu justamente após os rumos da narrativa do governo terem voltado às mãos de Carlos. O Zero Dois indicou o coronel da Polícia Militar André Costa como novo secretário especial de Comunicação. O órgão está no guarda-chuva da pasta de Faria, mas, após a mudança, passou a seguir orientações diretamente do gabinete presidencial. Carlos, apelidado de “vereador federal”, também comanda as redes sociais do pai e é responsável por orientar os integrantes do chamado “gabinete do ódio”, que atua justamente na internet e mobiliza a militância digital.
No caso de Flávio, a participação em indicações tornou-se mais evidente. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, por exemplo, é amigo do sogro do senador. O secretário especial de Esportes, Marcelo Magalhães, é padrinho de casamento do Zero Um — ao assumir a pasta da Cidadania, em fevereiro, João Roma, segundo interlocutores, foi avisado de que esta área era de indicação de Flávio. Aliados do senador dizem que ele recebe diversas pessoas no gabinete para pedidos de apoio, como nomeações em tribunais — no ano passado, Kassio Nunes Marques teve o aval do filho mais velho do presidente para conquistar a vaga na Supremo Tribunal Federal (STF).
No Banco do Brasil, as definições sobre o restante da cúpula também passaram por sua revisão, como a manutenção de Carlos Motta na vice-presidência de Negócios de Varejo e a escolha de Renato Naegele, funcionário aposentado do banco que trabalhava no gabinete do senador Wellington Fagundes (PL-MT), como vice-presidente de Agronegócio. O vice-presidente de Governo, Antônio Barreto, foi outro a receber as bênçãos de Flávio — o executivo já assessorou o ministro Onyx Lorenzoni, hoje na Secretaria-Geral da Presidência.
“República repartida”
O protagonismo dos filhos no governo Bolsonaro é criticado por especialistas por misturar a atuação pública com interesses privados.
— Com esse poder, com essa força e com essa quantidade de áreas de interferência, é como se eles (os filhos) tivessem repartido a República. Isso é o patrimonialismo e está abrindo algo que corrói as instituições e a democracia — afirma a historiadora Heloísa Starling, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O cientista político Guilherme Casarões, professor da Fundação Getulio Vargas, acrescenta que a dupla função traz conflitos também porque Flávio, Eduardo e Carlos são parlamentares:
— Há um problema fundamental, que é a questão impessoalidade da administração pública, quando se começa a fazer política pública influenciado por interesses e aconselhamento dos filhos, que assumem um papel duplo, já que são também membros do Legislativo.
Poder paralelo
Flávio Bolsonaro
Considerado o mais articulado do clã, o senador tem as digitais em indicações para o Judiciário e em nomeações em ministérios, como Saúde, Cidadania, Turismo. Mais recentemente, expandiu a influência para o Banco do Brasil. Também assumiu as negociações para conseguir um novo partido para o presidente e deverá ser um dos coordenadores da campanha de reeleição. Na CPI da Covid, foi escalado para fazer o contraponto ao senador relator Renan Calheiros (MDB-AL).
Carlos Bolsonaro
Chamado de “meu marqueteiro” pelo próprio pai e de “vereador federal” na internet, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) controla as redes sociais do presidente, traça a estratégia para a militância digital e dá as cartas da comunicação do governo. É um dos principais conselheiros de Bolsonaro e mantém pessoas de confiança no Planalto. Zero Dois também é uma espécie de inspetor do Planalto que checa a fidelidade ao pai e aponta possíveis traições de auxiliares e aliados. Durante a pandemia, participou de reuniões paralelas sobre o enfrentamento à crise sanitária.
Centro prevê guinada à direita em 2022
30 de maio de 2021 | 05h00
BRASÍLIA - O avanço da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio da Silva e a queda na popularidade do presidente Jair Bolsonaro em meio ao desgaste do governo provocado pela CPI da Covid “empurram” o centro político para a direita, avaliam dirigentes partidários, parlamentares e analistas. O objetivo, segundo eles, é construir a chamada terceira via com potencial de voto capaz de atrair sobretudo eleitores decepcionados com o presidente.
A mudança de estratégia se acentuou após Lula liderar, com folga, a mais recente pesquisa Datafolha, com 41% das intenções de voto, ante 23% de Bolsonaro, em simulação para o primeiro turno. No segundo turno, o petista seria eleito com 55%. Presidenciáveis que se posicionam como terceira via, caso de Ciro Gomes (PDT), também fazem aceno à direita, ainda que o ex-ministro seja associado à centro-esquerda. O raciocínio é o de que o adversário a ser batido no primeiro turno é Bolsonaro, não Lula.
O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (RJ), que está de saída do DEM, defende uma aliança entre todos os pré-candidatos da centro-direita em torno de um nome para disputar a eleição presidencial de 2022. “Precisamos fazer um movimento político forte”, disse ao Estadão o deputado. Ele considera Lula “franco favorito”, com chances de vencer até mesmo no primeiro turno, e citou a união entre nomes como o do governador João Doria (PSDB), do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) e da empresária Luiza Trajano, que descarta disputar cargo político.
A frente ampla pregada por Maia, porém, não saiu do papel. Líderes de partidos que defendiam essa tese já admitem que cada um seguirá seu projeto, mas preveem uma virada à direita no discurso dos pré-candidatos.
Ainda assim, o DEM, que vive uma crise interna, planeja projetar a imagem de Mandetta como presidenciável para evitar ser tragado pela ala governista da sigla, que integra a tropa de choque de Bolsonaro no Congresso. Mandetta ganhou capital político após deixar o Ministério da Saúde por se opor à postura negacionista do governo federal em relação à pandemia de covid-19.
O senador Álvaro Dias (PR), do Podemos, disse que seu partido vai esperar até outubro uma definição do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, apontado como presidenciável e citado nas pesquisas de intenção de voto. “O antipetismo ainda é muito expressivo no País. Com a queda de Bolsonaro, há espaço para a terceira via. O centro vai adotar uma postura menos ideológica e mais pragmática.”
‘Oportunidade’
O PSDB aparece com ao menos três nomes na disputa. Além de Doria, são cotados como presidenciáveis o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o senador Tasso Jereissati (CE). O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio também pretende disputar as prévias tucanas. O líder do partido no Senado, Izalci Lucas (DF), aposta que um candidato de centro pode romper a polarização entre Lula e Bolsonaro. Ele vê uma “janela de oportunidade” para uma terceira via. “Qualquer um do centro tem grande chance contra Lula ou Bolsonaro no segundo turno. Não dá para ter dez candidatos. Essa é a grande oportunidade do centro, que nas últimas pesquisas foi jogado para a direita.”
O presidenciável que faz o movimento mais incisivo à direta é Ciro Gomes, terceiro colocado na eleição de 2018. O mais recente foi o convite para que o economista Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do BNDES na gestão Temer, se tornasse seu conselheiro. O pedetista, que contratou o ex-marqueteiro do PT João Santana, tenta se associar à terceira via com críticas a Bolsonaro e a Lula, pregando um “antipetismo de esquerda”.
Mas esse aceno à direita não será fácil para Ciro, na avaliação do publicitário Lula Guimarães, marqueteiro de Geraldo Alckmin (PSDB) na corrida presidencial de 2018 e de Doria na campanha municipal de 2016. “É muito difícil, pelo perfil do Ciro, fazer um movimento à direita. Ele faz críticas ao PT, mas não tem a confiança desse campo”, afirmou o publicitário. “Já para o PSDB, não colaria muito uma guinada na pauta dos costumes, mas o partido deve abraçar uma pauta mais liberal na política econômica.”
Para o professor de Ciência Política da Universidade Católica de Pernambuco Juliano Domingues, Ciro tem o maior custo “político-eleitoral” ao buscar o eleitorado de direita. “(Há) grande chance de não convencer o eleitor. Isso parece se refletir nas pesquisas divulgadas até agora.” André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton, sustenta que Bolsonaro ainda pode virar o jogo – e tanto ele quanto Lula podem “cooptar” o centro. “O candidato que quiser se aproximar do mercado vai ter de sinalizar disciplina fiscal.”
Em entrevista à revista francesa Paris Match, Lula afirmou pela primeira vez, após recuperar os direitos políticos, que disputará a eleição de 2022. “Serei candidato contra Bolsonaro.” Além disso, o petista se movimenta em campo aberto para atrair quadros do MDB do Norte e Nordeste, como o ex-presidente José Sarney e os senadores Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA), e conversa com líderes de siglas pragmáticas e próximas ao Centrão, como Gilberto Kassab, presidente do PSD.
Na semana passada, Lula postou em suas redes sociais uma foto com ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – ambos almoçaram juntos no dia 12. O encontro repercutiu no mundo político, uma vez que FHC indicou voto no petista em eventual segundo turno contra Bolsonaro. No PSDB, o gesto causou incômodo. Vice-presidente nacional do PSDB, o deputado Domingos Sávio (MG) está entre os críticos mais duros ao retrato de FHC com Lula, classificado por ele como “extremamente infeliz”. “O PSDB precisa se firmar como antipetista, liberal e defensor da livre-iniciativa”, disse o parlamentar.
Projeto da frente ampla implode
Em março, seis presidenciáveis assinaram um manifesto em conjunto pró-democracia e contra o autoritarismo em meio à troca dos comandantes das Forças Armadas e a demissão do então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, pelo presidente Jair Bolsonaro.
Se a primeira leitura desse gesto foi a de que a iniciativa poderia levar à união em torno de um nome para disputar a eleição de 2022 contra Bolsonaro e Lula, não foi o que aconteceu. O grupo de WhatsApp criado por eles está em silêncio.
“Não houve a construção de uma pauta em comum. Vejo candidaturas diferentes com uma possível aliança lá na frente. É uma demanda da sociedade que se adote uma linha mais de centro à direita. Vai ser um centro democrático com viés mais liberal”, disse ao Estadão o ex-candidato João Amoêdo, um dos que assinaram o documento.
Além dele, referendaram o texto o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o apresentador de TV Luciano Huck, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e os governadores tucanos João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS).
Com a implosão do projeto de uma frente ampla houve um congestionamento de candidaturas a pouco mais de um ano da eleição. São pelo menos 13 lançadas “publicamente” por partidos que sonhavam com o centro unido: PSDB (4), DEM (2), MDB (2), PSD (3) e Novo (1).
Para o cientista político Túlio Velho Barreto, professor e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, “a terceira via está em crise”: “A candidatura de Lula zerou o jogo e possibilitou a recolocação de candidaturas que não advogavam uma agenda liberal. A exacerbação do antipetismo, por sua vez, será importante para neutralizar Lula”.
Para enfrentar Bolsonaro e Lula, centro deve iniciar caminhada já; leia análise
30 de maio de 2021 | 05h00
Quem seria o Biden brasileiro? Só em situações ficcionais surgem respostas corretas às questões erradas.
Procurar identificar o pé do candidato do centro capaz de calçar o sapato emprestado de Joe Biden é tarefa destinada ao insucesso. Para as forças de oposição a meio caminho entre Lula e Bolsonaro, a questão pertinente seria: o que foi capaz de conduzir à alternativa que derrotou Donald Trump? A conclusão é uma só: as primárias democratas. Foi esse mecanismo que permitiu a escolha entre 29 nomes do partido. Na sua dinâmica deram-se quatro processos sinérgicos: alguns debates; intensa cobertura da mídia; a elevação do nível de conhecimento dos participantes; e as pesquisas destacando quem tinha maior chance de derrotar o presidente republicano.
Sabemos que a fragmentação recorde da representação no Brasil não impõe obstáculos apenas à governabilidade – que o Executivo contorna com recursos públicos que viabilizam coalizões. Também coloca óbices às oposições, incapazes de se unirem nas disputas eleitorais. Ainda assim, vimos há pouco um raro exemplo de articulação no Manifesto Democrático, assinado por seis nomes, da centro-esquerda à centro-direita. Mostraram as semelhanças. Mas falta agora exibirem ao País suas diferenças. Não havendo prévia que reúna a todos, só lhes resta um caminho – os debates. Com a maior cobertura possível, nas TVs e nos portais. A literatura mostra que eles têm um papel único sobre as percepções dos eleitores quanto a preparo, propostas e até o caráter dos concorrentes.
O resultado provável seria o crescimento de um deles, ultrapassando até dezembro a marca mágica dos 10%, em uma escalada capaz de arrebatar mais apoio antes do início da curta campanha oficial. Só entrevistas não produzirão o contraste necessário – todos ao mesmo tempo, no mesmo lugar, discutindo os mesmos temas – que atrai atenção, desperta emoção e gera preferências. Não há outro caminho. Candidatos moderados não “explodem” nas redes sociais. O Pew Research já identificou isso. Biden tinha pouco mais que 10% dos seguidores de Trump. No passado, havia uma alternativa, os comerciais partidários. Quem não lembra, um ano antes da eleição de 2002, das peças indignadas do PT ou as de Roseana Sarney, do PFL? Ou Dilma Rousseff sendo apresentada à população bem antes da campanha de 2010?
Hoje, a receita de uma candidatura do centro deve incluir os debates. Realizados neste ano não sofreriam nenhuma limitação legal quanto ao número de participantes ou partidos convidados.
*CIENTISTA POLÍTICO
Feira da Beira Mar, em Fortaleza, tem funcionamento liberado em novo decreto
O novo decreto, publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) neste sábado (29), liberou o funcionamento do Polo de Artesanato da Beira Mar em Fortaleza. No entanto, as feiras, no geral, ainda seguem com atividades suspensas.
Segundo nota da Prefeitura, a feira retorna a partir da próxima segunda-feira (31), com regras que serão divulgadas neste domingo (30) pelo prefeito Sarto Nogueira.
Documento estadual diz que está liberada "a atividade no Polo de Artesanato da Beira Mar, no município de Fortaleza, observadas as medidas sanitárias, as condições de funcionamento e limites de capacidade definidos em protocolo da Prefeitura de Fortaleza”.
No dia 13 de maio, os feirantes permissionários do local realizaram uma manifestação solicitando a reabertura do espaço. As atividades estão suspensas desde o dia 5 de março, quando a capital cearense entrou em lockdown.
Desde o dia 15 de maio, o comércio de rua pode funcionar de 10h às 19h, já as lojas de shopping, de 12h às 21h. O decreto ainda institui toque de recolher de 22h às 5h.
INTERIOR AVANÇA NA REABERTURA
Nessa sexta-feira (28), o governador Camilo Santana anunciou que as medidas de reabertura econômica se mantêm nas macrorregiões de Fortaleza e Sobral, se estendendo para as regiões do Sertão Central e Litoral Leste/Jaguaribe. O Cariri, entretanto, segue com determinações mais restritivas.
A reabertura regionalizada acontece devido às taxas locais de transmissão do novo coronavírus e ao cenário de atendimento na rede de saúde, com dados analisados pelo comitê que define as medidas estaduais.
O processo de reabertura econômica no Ceará se iniciou no dia 12 de abril, logo após isolamento social rígido em todas as cidades por um mês. Seguindo a tendência, em 3 de maio o governo autorizou a abertura das atividades aos fins de semana.
O QUE PODE FUNCIONAR PELO ATUAL DECRETO
Segundo as diretrizes do governo estadual, está permitida a abertura de comércio, shoppings, barracas de praia, restaurantes, atividades religiosas, academias e outras atividades não essenciais, até mesmo nos fins de semana. O que vale para Fortaleza e Sobral, a partir de segunda-feira (31), passa a ser válido nos municípios das macrorregiões do Litoral Leste/Jaguaribe e Sertão Central.
HORÁRIOS:
Comércio de rua: 10h às 19h
Comércio em shopping: 12h às 21h
Restaurantes: 10h às 21h (com capacidade de até 50%)
Academias: Até as 21h
Toque de recolher: 22h às 5h (em todo o Estado)
MUNICÍPIOS POR MACRORREGIÃO
AVANÇAM NA REABERTURA:
Sertão Central: Aiuaba, Arneiroz, Banabuiú, Boa Viagem, Canindé, Caridade, Choró, Ibaretama, Ibicuitinga, Itatira, Madalena, Milhã, Parambu, Paramoti, Pedra Branca, Quixadá, Quixeramobim, Senador Pompeu, Solonópole, Tauá
Litoral Leste/Jaguaribe: Alto Santo, Aracati, Ererê, Fortim, Icapuí, Iracema, Itaiçaba, Jaguaretama, Jaguaribara, Jaguaribe, Jaguaruana, Limoeiro do Norte, Morada Nova, Palhano, Pereiro, Potiretama, Quixeré, Russas, São João do Jaguaribe, Tabuleiro do Norte
COM REABERTURA EM VIGOR DESDE O DIA 12 DE ABRIL:
Fortaleza: Acarape, Amontada, Apuiarés, Aquiraz, Aracoiaba, Aratuba, Barreira, Baturité, Beberibe, Capistrano, Cascavel, Caucaia, Chorozinho, Eusébio, Fortaleza, General Sampaio, Guaiuba, Guaramiranga, Horizonte, Itaitinga, Itapajé, Itapipoca, Itapiúna, Maracanaú, Maranguape, Miraíma, Mulungu, Ocara, Pacajus, Pacatuba, Pacoti, Palmácia, Paracuru, Paraipaba, Pentecoste, Pindoretama, Redenção, São Gonçalo do Amarante, São Luís do Curu, Tejuçuoca, Trairi, Tururu, Umirim e Uruburetama
Sobral: Ararendá, Acaraú, Alcântaras, Ararendá, Barroquinha, Bela Cruz, Camocim, Cariré, Carnaubal, Catunda, Chaval, Coreaú, Crateús, Croatá, Cruz, Forquilha, Frecheirinha, Granja, Graça, Groaíras, Guaraciaba do Norte, Hidrolândia, Ibiapina, Independência, Ipaporanga, Ipu, Ipueiras, Irauçuba, Itarema, Jijoca de Jericoacoara, Marco, Martinópole, Massapê, Meruoca, Monsenhor Tabosa, Moraújo, Morrinhos, Mucambo, Nova Russas, Novo Oriente, Pacujá, Pires Ferreira, Poranga, Quiterianópolis, Reriutaba, Santa Quitéria, Santana do Acaraú, São Benedito, Senador Sá, Sobral, Tamboril, Tianguá, Ubajara, Uruoca, Varjota, Viçosa do Ceará
PERMANECEM COM MEDIDAS RESTRITIVAS:
Cariri: Abaiara, Acopiara, Altaneira, Antonina do Norte, Araripe, Assaré, Aurora, Baixio, Barbalha, Barro, Brejo Santo, Campos Sales, Caririaçu, Cariús, Catarina, Cedro, Crato, Deputado Irapuan Pinheiro, Farias Brito, Granjeiro, Ico, Iguatu, Ipaumirim, Jardim, Jati, Juazeiro do Norte, Jucás, Lavras da Mangabeira, Mauriti, Milagres, Missão Velha, Mombaça, Nova Olinda, Orôs, Penaforte, Piquet Carneiro, Porteiras, Potengi, Quixelô, Saboeiro, Salitre, Santana do Cariri, Tarrafas, Umari, Várzea Alegre ( DIARIONORDESTE).
O voto de Toffoli "em causa própria": O STF está cada vez mais distante de cumprir a legislação, afirma procuradora (veja o vídeo)
A procuradora da República, Thaméa Danelon, afirmou que a lei brasileira é muito clara e proíbe a participação do juiz em uma questão ou votação que vai beneficiá-lo. O fato de os outros ministros terem aceitado que Dias Toffoli participasse da votação é algo grave porque transparece o óbvio: o Supremo Tribunal Federal (STF) está, cada vez mais, distante de cumprir a Constituição Federal.
“Um juiz não pode votar em um caso onde ele é o interessado. A lei é clara ao proibir a participação do juiz. É uma questão que vai além da legislação, é o bom senso, é o óbvio. Jamais poderia ocorrer. Isso só mostra que o Supremo está cada vez mais distante da legislação, principalmente quando diz respeito às questões penais e criminais. Em hipótese alguma, o ministro Toffoli poderia ter votado nesse caso”, asseverou a procuradora.
Os onze ministros da Corte Suprema do Brasil votaram, nesta quinta-feira (27), a anulação da delação premiada do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Ele havia denunciado o ministro do STF pelo recebimento de propina no valor de R$ 4 milhões para vender duas sentenças a políticos do Rio de Janeiro.
Por 7 votos a 4, o Supremo anulou a colaboração premiada de Cabral e anulou 38 anexos – que denunciavam outros políticos e autoridades – para beneficiar o colega de Corte. O voto de Toffoli a favor de si mesmo deixa no ar a dúvida que ele tinha que, talvez, não conseguisse a maioria da aprovação de que precisasse para não ser investigado. Afinal de contas, quatro integrantes do STF votaram contra ele.
Thaméa Danelon considera que o episódio desta quinta-feira marca mais uma decisão da Suprema Corte contrária à luta de combate à corrupção e abre brecha para novos pedidos de anulação.
“Quando é proferida uma decisão, quando é formado um entendimento na Suprema Corte, é formado um precedente. O que testemunhamos é que o próprio Supremo gera muita insegurança jurídica. Veja o ministro Fachin: ele homologou o acordo de colaboração e, depois, ele próprio voltou atrás e foi favorável à anulação da delação premiada. A Justiça tem que dar estabilidade ao país. Tem que pacificar conflitos. O STF cada vez vota de uma forma”, avaliou.
“Os fatos são gravíssimos. São trazidos por um ex-governador envolvido em diversas práticas ilícitas, onde ele relata que o ministro tinha vendido sentenças, recebido milhões de reais. Isso é gravíssimo. Qualquer juiz que venda uma sentença já é muito grave, o que dirá uma eventualidade de um ministro do STF. O STF quando incorpora o espírito de autoproteção ele não protege a instituição, ele enfraquece o próprio Supremo.”
E completou:
“É inadmissível que eles atentem contra a Constituição e contra o Código de Processo Penal. A população precisa ficar atenta, a imprensa, os juristas apontem essas falhas, essas irregularidades. Acredito que seja possível essa alteração desses entendimentos que por vezes violam a própria lei”, afirmou.
“Esse movimento (de combate à corrupção) deveria vir do Legislativo e do Judiciário. E o exemplo máximo, que é o STF, só tem proferido decisões que são contrárias a esse propósito”, lamentou, acrescentando que membros do Parlamento têm receio de impeachmar um ministro do Supremo por medo de sofrer represálias e prisões ilegais.
"Estamos num situação muito difícil", finalizou.
Confira o vídeo:
No Amazonas, Bolsonaro é aclamado pelo povo em feira livre (veja o vídeo)
A visita de Jair Bolsonaro ao Amazonas continua rendendo vídeos e imagens que demonstram o forte apoio popular recebido pelo presidente da República.
Em uma tradicional feira livre, no município de São Gabriel da Cachoeira, Bolsonaro foi recebido com os gritos de “mito” e abraçado pelos trabalhadores.
Tudo de maneira espontânea, demonstrando de forma inequívoca o reconhecimento da população de todos os esforços do presidente nessa luta difícil e delicada contra o sistema.
Veja o vídeo:
Em tempos de "censura", precisamos da ajuda do nosso leitor. JC ONLINE