Fatia do 1% mais rico no Brasil é a maior entre dez países
Por Ben Stupples e Marion Halftermeyer, da Bloomberg / EXAME
A proporção de riqueza em mãos do 1% mais rico em países como Estados Unidos, China, Brasil e Índia aumentou na esteira da pandemia, impulsionada pelas medidas para aliviar o impacto do coronavírus, segundo o Credit Suisse.
Os ricos do Brasil aumentaram sua fatia em 2,7% no ano passado e agora respondem por quase 50% da riqueza do país, a maior proporção entre as dez nações citadas no Relatório de Riqueza Global do banco suíço divulgado na terça-feira.
O 1% mais rico em oito das dez nações aumentou sua fatia de riqueza no ano passado, principalmente devido aos cortes das taxas de juro após o surto de covid-19, segundo o Credit Suisse.
O relatório destacou o rápido aumento das fortunas globais: as 500 pessoas mais ricas do mundo elevaram seu patrimônio líquido combinado em 1,8 trilhão de dólares no ano passado, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg, mas as desigualdades também aumentaram.
“Os maiores grupos de riqueza são relativamente imunes às reduções no nível geral de atividade econômica e, mais importante, também se beneficiaram do impacto das taxas de juro mais baixas sobre os preços das ações e dos imóveis”, afirmou o relatório.
O coeficiente de Gini — um indicador de desigualdade mais amplo que captura mudanças em ambas as extremidades do espectro — aumentou ao longo de 2020 em todos os dez países selecionados para o estudo, exceto nos Estados Unidos, onde o índice caiu marginalmente, disse o Credit Suisse.
A riqueza global das famílias totalizava 418 trilhões de dólares no final de 2020, aumento de 7,4% em relação aos 12 meses anteriores, segundo o banco.
A rápida criação de riqueza, a desigualdade e os déficits públicos incentivam ações ao redor do mundo para tributar os ricos.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem planos de aumentar os impostos sobre ganhos de capital e as quantias que herdeiros ricos pagam quando os ativos são transferidos.
Em dezembro, uma comissão independente do Reino Unido recomendou um imposto único sobre a riqueza para arrecadar cerca de 260 bilhões de libras (361 bilhões de dólares), enquanto outras nações, como Argentina e Bolívia, já levantaram fundos no último ano com medidas com alvo nos ricos.
Reforma administrativa: relator vai retirar da proposta flexibilização de regras para contratar servidores sem concurso público
Fernanda Trisotto / O GLOBO
BRASÍLIA – O deputado Arthur Maia (DEM-BA), relator da reforma administrativa na Comissão Especial da Câmara, afirmou que vai modificar um ponto da proposta do governo em seu parecer para não promover alterações no sistema de preenchimento de cargos em comissão.
— O nosso relatório irá modificar esse ponto ou manter como é hoje: separando cargos de chefia de cargos em comissão, e deixando para aqueles que são da carreira, que são pessoas concursadas a elaboração de estratégias, de funções técnicas, e para os cargos em comissão apenas a possibilidade de assessoramento – declarou o deputado durante a primeira audiência pública da Comissão Especial, nesta terça-feira.
— Essa mudança eu posso antecipar, até para que nós possamos evoluir em outros pontos que são mais polêmicos – acrescentou.
A proposta de reforma administrativa do governo prevê a extinção dos atuais cargos comissionados e funções gratificadas, que seriam transformados em cargos de liderança e assessoramento. Parte desses cargos seria ocupada mediante processo de seleção simplificada e os demais teriam livre nomeação e exoneração. A regulamentação dos critérios mínimos de seleção seria definida posteriormente, via lei complementar, a cargo de cada Poder.
Esse ponto vem sendo alvo de críticas, e foi debatido ao longo da audiência. Maia reiterou sua posição a respeito da livre nomeação, e disse que esse ponto deve ser modificado.
— Não faz sentido, e eu acho que nisso há uma convergência de todos aqueles que participam deste debate, de que não há nenhuma razão para nós, com essa mudança, estarmos a favorecer o aumento da inserção, da intromissão indevida, da política na administração pública – argumentou.
Atualmente, o Executivo Federal tem seis mil cargos comissionados de livre nomeação, como mostrou a colunista do GLOBO Míriam Leitão. Quem explicou esses números foi Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate).
De acordo com Marques, a União possui cerca de 90 mil cargos em comissão e funções de confiança em seu quadro de pessoal. Desses cargos, cerca de 70 mil correspondem a funções de confiança, que só podem ser exercidas pelos servidores de carreira. Dos 20 mil cargos em comissão restantes, também há uma reserva de cerca de 14 mil, que precisam ser ocupados por servidores. Os demais 6 mil são de livre nomeação.
— Os vínculos de liderança eliminam qualquer restrição a que todos esses cargos sejam de livre indicação política – criticou Marques à coluna de Míriam Leitão.
EUA não conseguirão vacinar 70% da população adulta até 4 de julho e atrasam cronograma pela primeira vez
Da AFP / O GLOBO
WASHINGTON — A Casa Branca admitiu nesta terça-feira que não cumprirá a meta do presidente Joe Biden de vacinar 70% da população adulta com pelo menos uma dose até 4 de julho, feriado nacional da Independência dos Estados Unidos. O anúncio marca o primeiro atraso do cronograma de imunização do governo Biden, que adotou a aceleração da campanha de vacinação como prioridade no início de seu mandato.
A meta, entretanto, será alcançada "por adultos de 27 anos ou mais" até 4 de julho, disse Jeff Zients, coordenador do plano de ação da Casa Branca contra a Covid-19.
— Achamos que vai demorar mais algumas semanas para atingir 70% de todos os adultos com pelo menos uma dose — afirmou ele em uma entrevista, pontuando que o número definido pelo presidente no início de maio era “muito ambicioso”.
Apesar de até o momento 65,4% dos maiores de 18 anos terem recebido pelo menos uma dose de alguma das três vacinas autorizadas nos EUA, a taxa de vacinação diminuiu desde abril, quando atingiu o pico de 3,4 milhões de doses diárias. Isso não permitirá que a meta de 70% seja alcançada em menos de duas semanas.
A média mais recente é de cerca de 850 mil doses aplicadas por dia, segundo dados das autoridades de saúde. O número também inclui crianças e adolescentes com 12 anos ou mais vacinados com a Pfizer.
— Onde o país precisa fazer mais é na faixa etária de 18 a 26 anos — disse Zients. — A realidade é que muitos jovens americanos pensam que a Covid-19 não é algo que os afeta e é menos provável que eles se vacinem.
O presidente também havia afirmado que 160 milhões de americanos teriam completado a vacinação até 4 de julho. Até o momento, no entanto, faltam 10 milhões de pessoas para alcançar essa meta, que, segundo Zients, deve ser alcançada até "meados de julho".
"Deixe-me ser claro: nossa campanha de vacinação é uma 'história de sucesso' americana", defendeu Biden no Twitter logo após o anúncio. "Quando chegamos ao poder, 3 mil americanos morriam todos os dias. Hoje, as hospitalizações caíram em mais de 90%."
Disparidades entre estados
Atingir a meta de 70%, no entanto, não será "a linha de chegada, nem a última batalha", disse, nesta terça-feira, Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos e principal conselheiro da força-tarefa da Casa Branca no combate à pandemia.
— [Devemos] Ir muito mais longe depois de 4 de julho, durante o verão e além, com o objetivo final de esmagar completamente a epidemia na América — afirmou Fauci.
Sem consenso: Sobra de doses em países como EUA reaquece debate sobre vacinação obrigatória
Na sexta-feira, Biden informou que os casos e as hospitalizações não estão diminuindo em muitos lugares, com "estados com baixas taxas de vacinação".
Em 16 dos estado e na capital federal, Washington, a meta de 70% dos adultos vacinados com pelo menos uma dose foi atingida. No entanto, em alguns estados, principalmente nas duas costas do país, como Alabama, Louisiana e Wyoming, há uma relutância muito maior.
— Há um perigo real, se persistir a relutância à vacinação, de testemunharmos novos surtos localizados da epidemia — alertou Fauci.
Privatização da Eletrobras é a maior do país, diz ministério
A Secretaria de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia publicou nota em que afirma que a aprovação da Medida Provisória 1.031/2021 pelo Congresso Nacional, que prevê a privatização da Eletrobras, “representa um momento histórico para o país e chega com 26 anos de atraso”. A primeira tentativa de privatização da empresa ocorreu em 1995.
O texto base da MP, aprovada na Câmara na segunda-feira (21), prevê, entre outras medidas, a emissão de novas ações da Eletrobras, a serem vendidas no mercado sem a participação da empresa, resultando na perda do controle acionário de voto mantido atualmente pela União. A matéria segue, agora, para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo a nota, o texto final aprovado pelo Legislativo traz “expressivas vantagens ao consumidor", pois a operação pode representar cerca de R$ 100 bilhões aos cofres públicos e promover a reorganização do setor elétrico brasileiro por meio de benefícios como a “redução das garantias físicas das usinas renovadas e as obras de revitalização das bacias; além do direcionamento de mais de R$ 40 bilhões para a CDE [Conta de Desenvolvimento Energético] em benefício da modicidade tarifária de todos os consumidores”.
A estimativa do Ministério de Minas e Energia é de redução de 6,3% na tarifa de energia para por todos os brasileiros. “Em que pese esse número ainda tenha que ser revisado, a partir das alterações finais do texto, fica evidente que a redução tarifária será expressiva”, diz a nota.
Ainda de acordo com a nota, sobre o uso das termelétricas de base, considerada a “questão mais polêmica” levantada ao longo da tramitação da MP, os custos de para a construção de eventuais gasodutos estarão embutidos no valor do preço-teto do leilão. Conforme a nota, a proposta das térmicas reduz tarifa e traz segurança ao sistema.
“Esse valor compreende a operação completa: construção da térmica e eventual gasoduto; a contratação do bloco de gás possibilitará o deslocamento das termelétricas a óleo diesel, que custam três vezes o preço-teto proposto e são muito mais poluentes”, destaca.
Em entrevista, o secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, destacou que o valor de mercado da Eletrobras, após a aprovação da Medida Provisória, aumentou em R$ 30 bilhões.
Ele ressaltou ainda que a privatização renovará a capacidade de investimento da empresa. “A privatização reorganiza o setor elétrico brasileiro, pois elimina os contratos de cota, beneficiando o MRE [Mercado de Realocação de Energia], direciona recursos inéditos para a CDE e promove a redução tarifária”, disse.
*Matéria alterada às 13h05 para acréscimo de informações.
Edição: Bruna Saniele / AGÊNCIA BRASIL
Dólar fecha a R$ 4,96, no menor valor desde junho do ano passado
22 de junho de 2021 | 14h34
Atualizado 22 de junho de 2021 | 18h24
Pela primeira vez desde junho, o dólar fechou em queda de 1,13%, cotado a R$ 4,9661 nesta terça-feira, 22, no menor nível desde 10 de junho de 2020, quando encerrou cotada a R$ 5,93. O dia foi marcado pela fala do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell sobre o rumo da política monetária dos Estados Unidos. Apesar do desempenho da divisa americana e do bom resultado do mercado de Nova York, a Bolsa brasileira (B3) cedeu 0,38%, aos 128.767,45 pontos.
O resultado hoje veio de uma combinação de fatores internos e externos. Por aqui, a sinalização na ata do Copom de que o ritmo de elevação da Selic já poderia ter se intensificado na reunião da semana passada levou instituições - como o Itaú, o Bank of America e o ASA Investments - a aumentarem a aposta de juros mais altos pela frente no Brasil, o que torna o País mais atrativo para a entrada de capital externo. As expectativas vão de reajuste de 1% até de 1,25%.
"O Copom foi conservador na última reunião e precisará corrigir trajetória. Preços de commodities em alta, como o petróleo; extensão de auxílio emergencial, elevação de Bolsa Família, crise hídrica e bandeira vermelha 2 para os preços da energia elétrica, todos são fatores que resultam em mais pressão inflacionária", acrescenta Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, que espera aumento de 1 ponto porcentual para a Selic em agosto.
A analista de moedas do alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger, ressalta que o real vêm sendo a moeda de emergente com melhor desempenho recente no mercado internacional, conseguindo se beneficiar da abordagem mais dura do Banco Central na elevação de juros - o que já pode ser visto hoje, com o recuo do real.
Após a divulgação do documento, o Bank of America elevou a projeção da Selic de 6,5% para 7,0% para o fim de 2021. O banco americano espera duas elevações da taxa em 1 ponto porcentual, em agosto e setembro.
Lá fora, o dólar intensificou o ritmo de queda ante moedas fortes e alguns emergentes já na parte da tarde, perto do final do pregão. Em discurso no Congresso americano, Powell disse que a recuperação da economia dos Estados Unidos "ainda tem um longo caminho pela frente." Nesse cenário, ele comentou que "a crescente desigualdade de renda é um freio para a economia do país" e descartou uma alta "preventiva" dos juros, mas prometeu agir "se a inflação ficar muito elevada."
A fala vem em sintonia com comentários também moderados feitos por autoridades do Fed, como John Williams (Nova York), Robert Kaplan (Dallas) e, principalmente, James Bullard (St. Louis), que havia acendido luz amarela na sexta-feira ao mencionar a proximidade do início de retirada de estímulos - na segunda-feira, Bullard voltou atrás.
O dólar para julho fechou em queda de 1,13%, a R$ 4,9610. Ainda hoje, o índice DXY, que mede a variação do dólar ante moedas fortes, como euro e libra, recuou 0,16%, aos 91,7 pontos.
Após um reforço importante de posições contra o real no mercado futuro da B3 na sexta-feira, dia de estresse no mercado internacional por causa de declarações do Fed, este movimento se reverteu parcialmente ontem e prosseguiu hoje, de acordo com operadores. Estrangeiros reduziram posições compradas (que ganham com a valorização do dólar) em 17.565 contratos ontem, ou US$ 879 milhões. Já os fundos aumentaram posições vendidas (que apostam na queda do dólar) em US$ 725 milhões.
Bolsa
Apesar da queda do dólar, e do bom desempenho do mercado de Nova York - com o Nasdaq batendo recorde de fechamento -, o Ibovespa não conseguiu se firmar no azul. "A combinação de hoje - dólar abaixo dos famigerados R$ 5 e Bolsa em queda - é incomum, mas acredito que se deva em grande parte, hoje, à ata do Copom, onde se fala de uma inflação mais persistente, o que faz com que a expectativa de juros também suba", diz Flávio de Oliveira, head de renda variável da Zahl Investimentos.
Em outro desdobramento doméstico, que contribuiu para moderar o apetite por ações na B3, diretores e técnicos do Banco Central estão levantando cenários sobre o impacto que os problemas do setor elétrico terão sobre a inflação e a economia neste ano e em 2022. Além disso, não foi bem recebida a proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre taxar em 20% os lucros e dividendos. Em resposta, o setor bancário, que possui maior peso na composição do índice, cedeu.
"Desde a manhã, o Ibovespa brigou para se sustentar na casa dos 128 mil pontos, com o movimento comprador no setor de siderurgia e mineração, ensaiando recuperação após queda na semana passada, sendo insuficiente para levar o índice para cima", diz Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos. Hoje, os papéis da Vale subiram 1,17%, enquanto CSN e Gerdau PN tiveram ganhos de 1,12% e 0,23%, respectivamente. Petrobrás ON e PN avançaram 0,1% e 0,52% cada. /ALTAMIRO SILVA JÚNIOR, LUÍS EDUARDO LEAL E MAIARA SANTIAGO
Rosa Weber, do STF, decide que governadores não podem ser convocados pela CPI da Covid
A ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu nesta segunda-feira (21) que a CPI da Covid no Senado não tem poderes para convocar governadores a prestar depoimento.
A pedido da magistrada, o presidente da corte, Luiz Fux, marcou uma sessão virtual extraordinária entre quinta-feira (24) e sexta-feira (25) para que os ministros decidam se mantêm ou não a decisão da colega.
Rosa afirmou que a convocação de gestores estaduais extrapola as competências de comissões parlamentares de inquérito do Legislativo federal.
Em 26 de maio, a comissão havia aprovado a convocação de nove governadores para explicar o uso de recursos federais nos estados no combate da pandemia.
A decisão de Rosa foi dada na ação apresentada por 19 governadores ao STF. Ela concordou com o argumento dos chefes de Executivos estaduais de que a comissão não tem poderes para convocá-los e que a medida seria uma afronta ao pacto federativo.
"Ora, uma vez permitida a convocação de governadores em CPIs no âmbito do Congresso Nacional, estar-se-ia autorizando uma nova hipótese de intervenção federal no âmbito das gestões administrativas estaduais", diz a peça protocolada no STF.
Quando o Supremo determinou a instalação da CPI para apurar a gestão da pandemia, a base aliada do governo Jair Bolsonaro já havia tentado ampliar o escopo da investigação para governadores a fim de diluir o desgaste do governo federal com as investigações.
O Palácio do Planalto não teve sucesso nessa articulação, mas incluiu o repasse do governo federal aos estados como um dos focos das apurações.
Os governadores convocados pela CPI foram Wilson Lima (PSC-AM), Helder Barbalho (MDB-PA), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Mauro Carlesse (PSL-TO), Carlos Moisés (PSL-SC), Waldez Góes (PDT-AP), Wellington Dias (PT-PI) e Marcos Rocha (PSL-RO).
Além deles, foi convocado um ex-governador, Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro. Ele também obteve um habeas corpus junto ao Supremo.
De acordo com decisão do ministro Kassio Nunes Marques, Witzel não era obrigado a comparecer ao depoimento. Caso fosse, poderia ficar em silêncio. O ex-juiz acabou comparecendo, mas abandonou a sessão e usou do habeas corpus para não responder a questionamentos que poderiam incriminá-lo.
O chefe do Executivo do Amazonas seria o primeiro a depor, mas ele não precisou comparecer à comissão porque Rosa Weber concedeu um habeas corpus a Lima.
Agora, a ida dos demais à CPI depende do julgamento no plenário virtual da corte que dará uma decisão definitiva sobre o tema. Caso o entendimento da ministra prevaleça, saem derrotados o Palácio do Planalto e os senadores governistas da comissão.
Segundo Rosa, a investigação de governadores por uma CPI no Congresso não é compatível com a Constituição Federal.
"Os governadores de estado prestam contas perante a Assembleia Legislativa local (contas de governo ou de gestão estadual) ou perante o Tribunal de Contas da União (recursos federais), jamais perante o Congresso Nacional”, afirmou.
Rosa ressaltou que os senadores foram além de seus poderes ao aprovarem a convocação de gestores estaduais.
“A amplitude do poder investigativo das CPIs do Senado e da Câmara dos Deputados coincide com a extensão das atribuições do Congresso Nacional, caracterizando excesso de poder a ampliação das investigações parlamentares para atingir a esfera de competências dos estados-membros ou as atribuições exclusivas do Tribunal de Contas da União”, disse.