Em rede nacional, Bolsonaro manda recado ao Congresso e defende presidencialismo
O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta (12), em pronunciamento na televisão e no rádio, o adiamento das manifestações previstas para o domingo (15), que ele ajudou a convocar.
No discurso de dois minutos, ele aproveitou a oportunidade para mandar um recado ao Poder Legislativo, com o qual tem enfrentado um desgaste nas últimas semanas pela definição dos recursos do Orçamento impositivo.
O presidente ressaltou que o país é uma "democracia presidencialista". Ele disse que a população exige "respeito à Constituição Federal" e "zelo pelo dinheiro público". A manifestação a favor do governo pretendia pressionar o Congresso a devolver ao Executivo o controle sobre R$ 30,8 bilhões.
"Os movimentos espontâneos e legítimos marcados para o dia 15 de março atendem aos interesses da nação, balizados pela lei e pela ordem. Demonstram um amadurecimento da nossa democracia presidencialista e são expressões evidentes da nossa liberdade. Precisam, no entanto, diante dos fatos recentes, serem repensados", disse.
"Não podemos esquecer, no entanto, que o Brasil mudou. O povo está atento e exige de nós respeito à Constituição Federal e zelo pelo dinheiro público", afirmou.
Bolsonaro disse ainda que a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou pandemia do coronavírus e que é provável que o número de infectados "aumente nos próximos dias".
"O sistema de saúde brasileiro, como os demais países, tem um limite de pacientes que podem ser atendidos. O governo está atento para manter a evolução do quadro sob controle", disse.
Nesta quinta, organizadores decidiram suspender os atos de domingo.
Os protestos estavam previsto desde o fim de janeiro, mas mudaram de pauta e foram insuflados após o chefe do Gabinete de Segurança nacional, General Heleno, ter chamado o Congresso de chantagista na disputa entre Executivo e Legislativo pelo controle do Orçamento deste ano.
Heleno disse que a postura de deputados e senadores de exigir a administração do montante "contraria os preceitos de um regime presidencialista" e acrescentou que eles devem mudar a Constituição Federal "se desejam o parlamentarismo".
Dias depois, Bolsonaro compartilhou em um grupo de aliados um vídeo que convocava a população a ir às ruas para defendê-lo. Na semana seguinte, em discurso, chamou a população a participar do ato, o que mais uma vez irritou as cúpulas do Congresso e do Supremo.
Além de apoiar o presidente, os organizadores da manifestação carregam bandeiras contra o Legislativo e o Judiciário e a favor das Forças Armadas. Nas redes sociais, usuários compartilharam convocações com mensagens autoritárias, pedindo, por exemplo, intervenção militar.
Ao longo do dia, Bolsonaro consultou aliados sobre a hipótese de desestimular publicamente a presença de apoiadores no ato. Segundo interlocutores do presidente, o empresário Luciano Hang foi um dos que o aconselharam a desencorajar a participação dos simpatizantes.
Entre os argumentos apresentados a Bolsonaro estava o risco de o medo do coronavírus inibir a mobilização a favor do governo. Nas conversas, o presidente citou a ameaça de aparição de black blocs, usando como exemplo o fato de o governador do Distrito Federal ter informado que não enviaria policiais para a proteção do ato em Brasília.
O presidente realizou exames nesta quinta, depois da confirmação de que o chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação da Presidência), Fabio Wajngarten, está com a covid-19.
Wajngar fez parte da comitiva liderada por Bolsonaro que, entre 7 e 10 de março, realizou uma visita oficial à Flórida (EUA).
Até a covid-19 dá lição a Bolsonaro e aos fiéis dos Protocolos dos Sábios de Olavão
O “Encontro Anual da Educação Já”, promovido pela ONG Todos Pela Educação, começou e terminou no dia 9, embora previsto para mais dois. Priscila Cruz, presidente-executiva da entidade, passou mal e fez o teste para detecção da covid-19. Deu negativo felizmente. O episódio, no entanto, deu “positivo” para o vírus das trevas.
Abraham Weintraub, ministro da Educação, que comanda o segundo maior orçamento da Esplanada — ou terceiro caso se inclua a Previdência, mas acho impróprio —, resolveu se manifestar no Twitter. Postou oito mensagens atacando Priscila. No momento mais eloquente, mandou ver: “Para fechar o bloco de informações sobre Priscila Cruz e sua ONG ‘Todos pela Educação’: CORONAVÍRUS!!!".
É pouco? Veio a conclusão: “Salmos 94:23: O Senhor fará recair sobre eles a sua própria iniquidade, e os destruirá na sua própria malícia; o Senhor nosso Deus os destruirá.” Weintraub afirmava com todas as letras que a covid-19 é um castigo divino que atinge os que ele considera adversários do governo.
Na terça-feira (10), em discurso em reunião acanhada, o presidente Jair Bolsonaro decidiu estrear como líder global. Refletiu em Miami: “Obviamente temos no momento uma crise, uma pequena crise. No meu entender, muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propala ou propaga pelo mundo todo”.
É difícil adequar a pontuação da fala às regras da gramática, mas está claro o sentido moral do que diz o visionário. No dia seguinte, a OMS elevou a contaminação à condição de pandemia. E, por óbvio, no que diz respeito à prevenção, a nossa maior esperança de saída da crise, com menos trauma possível, reside no trabalho da imprensa profissional, aquela mesma que é odiada pelo sábio pensador.
A estupidez impune no governo federal e no entorno de Bolsonaro é de tal ordem que essa gente está recebendo lição de moral até de microorganismo. Sim, é uma ironia. Aqueles seres insidiosos, até onde a ciência pode alcançar, são amorais e agnósticos. Fabio Wajngarten, que comanda a guerra que Bolsonaro decidiu travar contra a imprensa, voltou de Miami com a covid-19. Estão, pois, sob observação o presidente da República, todos os que integraram a comitiva e, ora vejam!, até Donald Trump.
Quando Mônica Bergamo publicou na Folha que Wajngarten havia se submetido a exame para eventual detecção do vírus, ele próprio foi ao Twitter: “Em que pese a banda podre da imprensa já ter falado absurdos sobre a minha religião, minha família e minha empresa, agora falam da minha saúde. Mas estou bem, não precisarei de abraços do Drauzio Varella.”
Assim como a crase nos textos de Weintraub, parafraseando Ferreira Gullar, o coronavírus não foi feito para humilhar ninguém. Também não estamos diante de uma lição de história. Agora que a contaminação comunitária no país é uma realidade, qualquer um de nós está sujeito a ser capturado por aquela bela ilustração: uma bolota azul, ornada de filamentos vermelhos.
Diabos! O ministro da Educação, como sempre, está errado. O vírus não escolhe seus alvos, iníquos ou não. Também ele se submete aos ditames da história e da economia. Espalha-se por intermédio de quem pode viajar — há aí um primeiro corte de classe — e, depois, na contaminação comunitária, é especialmente perverso com os pobres: outro corte de classe. Os sem-grana têm especial atração por doenças pré-existentes sem o devido tratamento. E também gostam de economizar cano de esgoto, segundo Marcelo Crivella. Por isso morrem soterrados em deslizamentos.
Como se nota, e eu sou a prova, há um risco associado a esse troço já percebido pelos seguidores dos Protocolos dos Sábios de Olavão: o tal bicho é parte da guerra contra os justos levada adiante pelo marxismo cultural...
Para encerrar: ou bem a China agiu corretamente, como notam analistas e especialistas, ao conter a expansão da covid-19 com uma severa quarentena — e não li nenhuma contestação a respeito —, ou bem estamos por aqui a brincar com o perigo, convencidos de que o bichinho, que só atacaria os iníquos, é uma fantasia da grande mídia.
Após apelo de Bolsonaro, movimentos adiam ato pró-governo
12 de março de 2020 | 20h14
Diante do apelo do presidente Jair Bolsonaro, líderes dos principais movimentos que convocaram as manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram adiar os atos de rua e fazer mobilizações virtuais na internet e outros tipos de protestos neste domingo, 15.
“Vamos seguir o pedido do governo federal. Decidimos criar uma hashtag (palavra-chave) no dia 15 e pedir que todos usem camiseta do Brasil”, disse Tomé Abduch, porta voz do movimento Nas Ruas. “É um adiamento, não um cancelamento. Ainda não temos data para a próxima manifestação”, completou Abdouch.
Nesta quinta-feira, 12, Bolsonaro, usando máscara cirúrgica, fez uma live em sua página no Facebook pedindo que as manifestações fossem adiadas em função do risco de contágio do coronavírus. A informação de que o presidente iria desaconselhar os atos foi antecipada pelo estadão.com.br.
“O que nós devemos fazer é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas, porque os hospitais não dariam vazão a tanta gente. Uma das ideias é adiar e suspender para daqui um ou dois meses”, disse Bolsonaro. “Eu, como presidente, tenho que tomar uma posição”, afirmou. Em seguida, disse que o ato não era dele e ocorreu de forma “espontânea”.
O presidente compartilhou a convocação por meio de sua conta pessoal no WhatsApp, conforme revelou o BR Político e depois em uma entrevista coletiva em Roraima. O governo também difundiu as manifestações nas redes sociais da Secretaria de Comunicação.
Consultorias já detectavam queda de engajamento pelas manifestações
Empresas que fazem o monitoramento das redes sociais já haviam detectado uma queda no engajamento pelas manifestações contra o Congresso e o STF nas redes sociais desde o início da semana.
“A pauta continua bem fraca, restrita aos grupos mais ideológicos. Hoje tentaram uma operação pesada subindo a hashtag #Dia15VaiSerGigante. Alcançou os trending topics (temas mais comentados do Twitter), mas dólar a R$5 e coronavírus atropelaram. Eles não estão com hegemonia sobre a pauta”, disse Pedro Bruzzi, da Arquimedes.
Ao longo do dia, mesmo diante das notícias de aumento exponencial do número de pessoas contaminadas, os movimentos mantinham a intenção de ir para a rua no domingo. A posição só mudou depois da live de Bolsonaro.
O Avança Brasil soltou um comunicado no qual anuncia o adiamento do ato de rua e conclama para um panelaço contra o Congresso no domingo. “Conclamamos porém, que todos juntem-se a nós em um mega panelaço no dia 15 às 20h em desagravo às atitudes de congressistas irresponsáveis que não tem o Brasil acima de tudo e que somente pensam em seus benefícios particulares”, diz a nota.
Os grupos República de Curitiba e Movimento Direita Digital (MDD) já haviam decidido não participar da manifestação de domingo por causa do risco de contaminação por coronavírus antes do apelo presidencial. “Não quero ter minhas mãos sujas de sangue caso alguém se contamine e acabe morrendo”, disse Victor Carazzatto, 16 anos, fundador do MDD.
O movimento Brasil Nova Atitude (BNA) também acatou o pedido do presidente. “Se ele pediu nós vamos respeitar. Vamos nos manifestar de outra forma, pela internet”, disse Henrique Watanabe, representante do BNA.
Dos grupos que estiveram na reunião com a Polícia Militar na segunda-feira, 9, para organização do ato, o único que afirmou que vai manter a manifestação de rua é o Movimento Conservador (ex- Patriotas do Brasil).
“Agora é que vamos mesmo. E vamos com tudo afirmou”, disse Anilo Anunciato, representante do grupo. Segundo ele, o coronavírus é uma invenção chinesa.
“Nós vamos para a Avenida Paulista. Isso (coronavírus) é coisa que a China está inventando. A nossa ideia é levar até 1 milhão de pessoas às ruas, mas pode ser que esse número seja reduzido por causa disso”, disse Anunciato. O grupo pagou R$ 9 mil no aluguel de um caminhão de som que ficará em frente a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
Pandemia, governo antecipa 13º de aposentadorias do INSS
Para fazer frente à crise do novo coronavírus, o Ministério da Economia anunciou nesta quinta-feira (12) que vai antecipar de novembro para abril o pagamento de R$ 23 bilhões referentes à parcela de 50% do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social).
Também estão em análise mudanças no programa do saque imediato do FGTS, que liberou a retirada de recursos das contas dos trabalhadores.
A decisão é parte de um conjunto de medidas anunciadas como forma de combater efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus.
A pasta instituiu um grupo de monitoramento dos impactos econômicos da pandemia, coordenado pelo secretário-executivo, Marcelo Guaranys. O grupo buscará medidas com base nas orientações do Ministério da Saúde.
Das cinco ações apresentadas nesta quinta, três fazem referência ao INSS. Além da antecipação do 13º, será suspensa a exigência de prova de vida dos beneficiários por 120 dias. Também será proposta uma redução do teto dos juros de empréstimos consignados feitos por beneficiários do INSS.
Energias renováveis: Sul do Estado tem capacidade para 28,8 mil MW
Acompanhando o crescimento do segmento de energias renováveis no Ceará, o Cariri também tem demonstrado interesse em ampliar sua atuação no ramo. De acordo com o Atlas Eólico e Solar do Estado, a região Sul Cearense, que inclui o Cariri, possui cerca de 2,38 mil quilômetros quadrados (km²) aptos para exploração de energia solar e eólica, totalizando 28,8 mil megawatts (MW) de capacidade instalável na área.
Ao todo, o Ceará possui 10,9 mil km² de área hábil para geração de energia renovável, que representa 137 mil GW.
Para interiorizar cada vez mais essa prática e possibilitar mais negócios, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e o Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE) promoveram a segunda edição do 'Energia em Pauta', em Juazeiro do Norte. O encontro expôs para os participantes - entre empresários e cidadãos - a funcionalidade do mercado livre de energia e também da geração distribuída.
O primeiro é referente aos consumidores de maior porte, com mais de 500 KW contratados. Já o segundo, abrange todo consumidor e empreendedor que queira gerar sua própria energia.
O coordenador do Núcleo de Energia da Fiec, Joaquim Rolim, ressalta o potencial a ser desenvolvido da Região. "O Cariri, na área urbana, tem ótimo potencial para energia solar. Enquanto na Chapada do Araripe pode ser explorado tanto o potencial solar quanto o eólico. Temos visto, inclusive, um crescimento da Região. Nos últimos leilões de energia, tivemos projetos aprovados. Há usinas sendo planejadas em Milagres e Mauriti", aponta.
Juazeiro do Norte já é o terceiro município do Ceará com mais unidades consumidoras de geração distribuída, totalizando 326 unidades com 5,2 mil KW, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Crato também está no Top 10 do Ceará, com 110 unidades consumidoras e pouco mais de 1 mil KW instalados.
Benildo Aguiar, presidente do Sindienergia-CE e diretor da Fiec, lembra que, por ter uma economia pujante, o Cariri tem excelentes condições de despontar no segmento de energias renováveis. Segundo ele, já há cerca de 30 empresas de instalação de placas fotovoltaicas apenas em Juazeiro do Norte.
"O potencial daqui é fantástico. Nós queremos consolidar o sindicato aqui para a gente conseguir gerar mais negócios, envolver as indústrias e comércios e trazer esse crescimento", reforça.
Rolim também visualiza bons negócios na Região e revela que uma segunda edição do evento deve acontecer em Juazeiro daqui a 90 dias. "Vamos continuar com o tema em voga para buscar novas oportunidades", acrescenta.
A Fiec e o Sindienergia-CE proveram a segunda edição do 'Energia em Pauta', em Juazeiro do Norte. Encontro expôs a empresários e cidadãos o mercado livre de energia e também da geração distribuída. DIARIONORDESTE
Com pandemia, governo antecipa 13º de aposentadorias do INSS
Para fazer frente à crise do novo coronavírus, o Ministério da Economia anunciou nesta quinta-feira (12) que vai antecipar de novembro para abril o pagamento de R$ 23 bilhões referentes à parcela de 50% do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social).
Também estão em análise mudanças no programa do saque imediato do FGTS, que liberou a retirada de recursos das contas dos trabalhadores.
A decisão é parte de um conjunto de medidas anunciadas como forma de combater efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus.
A pasta instituiu um grupo de monitoramento dos impactos econômicos da pandemia, coordenado pelo secretário-executivo, Marcelo Guaranys. O grupo buscará medidas com base nas orientações do Ministério da Saúde.
Das cinco ações apresentadas nesta quinta, três fazem referência ao INSS. Além da antecipação do 13º, será suspensa a exigência de prova de vida dos beneficiários por 120 dias. Também será proposta uma redução do teto dos juros de empréstimos consignados feitos por beneficiários do INSS.
Em outra decisão, será definida uma lista de produtos médicos importados que terão preferência tarifária para garantir o abastecimento. Também será organizado um desembaraço aduaneiro de produtos médicos e hospitalares.
Em nota, o Ministério da Economia afirmou que serão monitoradas as dimensões fiscal, creditícia, federativa, tributária, gestão pública, setor produtivo, e trabalho e Previdência. O grupo vai avaliar riscos potenciais e apresentar medidas que mitiguem os impactos econômicos causados no país.
"Neste momento crítico, mesmo diante do exíguo espaço fiscal, o Ministério da Economia buscará, em conjunto com a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, a realocação ágil de recursos orçamentários para que não falte suporte ao sistema de saúde brasileiro", afirmou.
De acordo com a pasta, uma instrução normativa elaborada pelo Ministério da Saúde será publicada nesta sexta-feira (12) com recomendações sobre o funcionamento do serviço público federal. "Outras medidas podem ser adotadas de acordo com o andamento dos trabalhos do grupo de monitoramento e orientações do Ministério da Saúde", disse. diarionordeste