'Ou todos os direitos e desemprego ou menos direitos e emprego', diz Bolsonaro
Fernanda Nunes, O Estado de S.Paulo
09 Novembro 2018 | 19h55
RIO - Para destravar a economia, será preciso atender à demanda de empresários e optar pela redução de direitos trabalhistas, afirmou nesta sexta-feira, 9, o presidente da República eleito, Jair Bolsonaro (PSL), em transmissão pelo Facebook em sua casa na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. "O que queremos é destravar a economia. Esse é o caminho. Os empresários têm dito para mim que nós temos que decidir: ou todos os direitos e desemprego ou menos direitos e emprego", afirmou. Bolsonaro disse ainda que "o Brasil é um País dos direitos", todos previstos na Constituição, e que não vai "tirar" esses direitos.
Léo Pinheiro detona Lula na ação do sítio de Atibaia
Ricardo Brandt, Fausto Macedo, Julia Affonso e Paulo Roberto Netto
09 Novembro 2018 | 19h45
O empresário Léo Pinheiro, da OAS, declarou nesta sexta-feira, 9, à juíza Gabriela Hardt que o ex-presidente Lula se comportava como o proprietário do sítio de Atibaia e como real beneficiário das obras que a empreiteira realizou no imóvel localizado no interior de São Paulo. Leó Pinheiro detonou Lula em longo relato na ação penal em que o petista é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo o empresário, foi Lula quem o chamou para conversarem sobre as obras do sítio, mas nunca o ex-presidente teria demonstrado preocupação em saber detalhes dos valores empenhados. Ele estima que a empreiteira desembolsou entre R$ 350 mil e R$ 450 mil nas obras de melhorias da área – apenas a cozinha ficou em R$ 170 mil.
PF remexe cinzas do circo que eleitor incendiou
Acionada pela Procuradoria e pelo Judiciário, a Polícia Federal voltou às ruas nesta sexta-feira para revirar as cinzas do circo no qual o eleitor tocou fogo nas eleições de 2018. Foi em cana novamente Joesley Batista. Junto com o sócio da JBS, foram passados na tranca executivos do grupo, parlamentares e dois ex-ministros da Agricultura —um deles é o atual vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade.
Há nas ruínas revolvidas pelos agentes federais um pouco de tudo o que o eleitorado carbonizou nas urnas de outubro: A JBS de Joesley, “campeã nacional” do BNDES na era Lula, comprou favores na Agricultura da gestão Dilma, pasta controlada pelo MDB de Michel Temer. Tudo isso delatado por Lúcio Funaro, operador financeiro de Eduardo Cunha, cujas digitais estão impressas também neste velho novo esquema.
Bolsonaro representa uma forma de virar a mesa
André Vargas / ISTOE
Observador da realidade brasileira desde 1979, quando voltou do exílio após a Anistia, o mineiro Fernando Gabeira, 77 anos, foi jornalista, ativista e político, voltando ao jornalismo após o fim de seu quarto mandato como deputado federal pelo Rio de Janeiro, em 2011. Desde 2013, ele apresenta um programa de reportagens que leva seu nome no canal GloboNews. Com passagens pelo Partido Verde (PV), que ajudou a fundar, e Partido dos Trabalhadores (PT), com o qual rompeu, Gabeira crê na reconstrução da esquerda brasileira e dos movimentos sociais sem as amarras petistas. Dono de uma lucidez crítica e desprovida de pudores ideológicos, ele falou sobre os acertos da campanha de Bolsonaro, as conexões de seu populismo com o de Donald Trump, o surgimento de uma nova direita via redes sociais, a relevância do jornalismo diante das fake news e o papel dos militares no novo governo.
O regresso do capitão à capital - ISTOÉ
Wilson Lima
Jair Bolsonaro, presidente eleito
Em seu livro Sobrevivência dos vaga-lumes, o filósofo e escritor francês Georges Didi-Huberman discorre magistralmente sobre os efeitos do excesso de luz e holofotes sobre os indivíduos. A conseqüência, segundo ele, dessa condição é justamente tornar invisíveis aqueles seres que precisariam de uma certa penumbra para existir. É possível traçar um paralelo entre os aspectos abordados pelo filósofo natural de Saint-Étienne e a política nacional. O presidente eleito Jair Messias Bolsonaro criou-se na penumbra. Fazia parte do baixo clero da Câmara, grupo de parlamentares com pouca expressão e influência na Casa. A não ser quando destilava polêmicas, atravessava o tapete verde da Câmara quase que despercebidamente. A meia-luz lhe fez bem – acabou eleito presidente do Brasil. Resta saber como se portará, agora, ante os holofotes.
O cartel da carteira escolar - ISTOÉ
A Lei das Licitações foi criada para dificultar fraudes em negociações envolvendo a administração pública e a iniciativa privada. O problema é que ao longo do tempo tanto empresários quanto administradores corruptos aprenderam a trabalhar nas brechas da lei, comprometendo a legalidade do processo. É o que vem acontecendo no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) desde 2009, no governo Lula. Uma regra incluída nos processos de licitação para compra de mobiliário permitiu a formação de um verdadeiro cartel da carteira escolar, que impede a entrada no ramo de qualquer empresa nova.
Repetindo a regra, o edital 10/2017 determinou que os protótipos de mesas e cadeiras, que seriam apresentados à banca examinadora, teriam de ser feitos exclusivamente com matérias-primas de seis fornecedoras credenciadas na entidade, apesar de haver uma infinidade de outras opções no mercado.