As urnas fizeram os interlocutores sumir
A eleição de 2018, com seus resultados para a nova formação do Congresso Nacional, está gerando muita desorientação. Pouca gente está conseguindo projetar com algum grau de convicção como serão a Câmara e o Senado depois da renovação que o voto proporcionou, em níveis que há muito tempo não se via. O pessoal que cuida da articulação política na Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, anda à procura das unidades estaduais para tentar entender o que aconteceu e, em especial, saber o que sobrou do que havia antes.
Edson Fachin: "O que há é uma suspeição"
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin avaliou de maneira comedida a denúncia de que empresas estariam comprando pacotes de disparos de mensagens em massa pelo Whatsapp, para utilizá-las contra Fernando Haddad, presidenciável pelo PT. O objetivo seria o favorecimento do postulante do PSL, Jair Bolsonaro.
“Nesse momento, o que há é uma suspeição. A suspeição, se transformada em indício, vai demandar uma coleta probatória. Se as provas não forem apresentadas, isso poderá ser arquivado. E se aparecerem provas suficientes, haverá, evidentemente, uma apreciação pelo colegiado, com a tranquilidade que o procedimento tem. Nenhum julgamento precoce pode ser feito”, avaliou o ministro, em entrevista ao O POVO.
Idosos são alvo de golpes e empréstimos sem autorização
BRASÍLIA E RIO — Incluído no grupo de consumidores hipervulneráveis junto com as crianças, o idoso é alvo fácil de vigaristas, vendedores oportunistas, funcionários de bancos e lotéricas mal intencionados. Entre os abusos, são comuns casos de concessão de empréstimos consignados feita sem solicitação e de golpes com promessas fantasiosas de revisão de aposentadoria.
Segundo a Ouvidoria Previdenciária, em 2017 houve um crescimento de 30,5% no número de denúncias recebidas por um crime chamado intermediação ilegal de terceiros. A história é sempre a mesma, um pretenso funcionário do INSS ou um suposto advogado liga para o aposentado ou pensionista e o comunica que o valor do seu beneficiário será revisto, para cima, claro.
O plano do PT se perder a eleição
Apesar de Fernando Haddad (PT) ainda se esforçar para diminuir a vantagem para seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), alguns petistas já pensam o cenário em caso de derrota. Avaliam que o partido seria líder na oposição a toda pauta apresentada por Bolsonaro durante a campanha.
A análise é que se o PT vencesse a eleição, teria uma situação "muito dura" pela frente na relação com o Congresso. Também que, por uma questão numérica, o partido teria a prerrogativa de se portar como principal porta-voz da oposição a um eventual governo.
Por Gabriel Hirabahasi / ÉPOCA
Presidente honesto consegue governar sem toma-lá-dá-cá com o Congresso, diz Miro Teixeira
Gabriel Hirabahasi / O GLOBO
A Câmara dos Deputados perderá na próxima legislatura o atual decano da Casa, o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), que está em seu 11º mandato. O experiente parlamentar avalia que a fragmentação partidária é um dos motivos para o "toma-lá-dá-cá" entre o Palácio do Planalto e o Congresso, mas que um presidente eleito honesto conseguiria administrar o Executivo sem o que ele chama de "presidencialismo de cooptação". Teixeira afirma que a solução para o próximo mandatário, caso o eleito queira, é governar ao lado da opinião pública, "se não roubar e não deixar roubar". O deputado decidiu ser candidato ao Senado neste ano após mais de quatro décadas na Câmara. Não foi eleito e dará adeus ao Congresso em fevereiro do ano que vem. A seguir, trechos da entrevista com Miro Teixeira:
Horário eleitoral é filme de James Bond sem 007
Perde seu tempo quem procura um projeto de governo no horário político da televisão. Em 2014, estava em cartaz a ficção hollywoodiana da chapa Dilma-Temer, patrocinada pelo departamento de propinas da Odebrecht. Na atual temporada, Bolsonaro e Haddad levam ao ar uma espécie de filme de James Bond 100% feito de bandidos —sem um 007 para deter a guerra tecnológica que se alastrou para a trincheira do WhatsApp.
Os planos tenebrosos de Bolsonaro são expostos nos filmetes do PT. Assistindo-os, o brasileiro descobre, por exemplo, que será sugado por uma máquina do tempo. Ela o arrastará para um imenso complexo subterrâneo, situado em algum porão da década de 1970. Ali, hordas de esquerdistas formarão filas defronte de salas de tortura. Dentro delas, monstros com a cara do Brilhante Ustra conduzirão sessões ininterruptas de pancadaria e choques elétricos.