Demografia e políticas públicas
As mudanças demográficas observadas atualmente resultarão em sensíveis mudanças na estrutura da população que reside no Estado de São Paulo. Elas implicarão alterações nas exigências e demandas de serviços públicos pela sociedade, o que exigirá, em consequência, políticas públicas condizentes. Nos próximos anos, enquanto a população de menores de 15 anos diminuirá, a de maiores de 65 anos continuará crescendo. Assim, em menos de uma década e meia, de acordo com o mais recente estudo do Sistema Seade de Projeções Populacionais sobre o tema, esses dois contingentes populacionais serão iguais numericamente. A Fundação Seade, instituição do governo do Estado que produz estatísticas econômicas e sociais de São Paulo, prevê que isso ocorrerá em 2034. Já a população em idade de trabalhar, entre 15 e 64 anos, deve estar alcançando seu número máximo no corrente ano e deverá se manter nesse nível até 2040.
Haverá menor demanda de gastos públicos com educação básica, mas o número de jovens que demandam o primeiro emprego ainda será alto, o que tenderá a manter as pressões para a geração de oportunidades de trabalho.
Gastos com saúde preventiva e curativa, bem como com previdência e assistência social, tenderão a crescer com o aumento mais rápido do número de idosos na população. Mudanças recentes nas regras previdenciárias evitarão que o sistema entre em colapso nos próximos anos. Mas, em algum momento no futuro, o novo padrão demográfico do País, que aponta nitidamente para o envelhecimento da população, imporá novas regras para o sistema de aposentadorias e pensões.
Novas demandas por serviços de assistência social e de saúde, de sua parte, exigirão novos programas públicos. Haverá maior demanda, por exemplo, por pessoal preparado para atendimento geriátrico.
O aumento da idade média da população residente em São Paulo será notável nos próximos anos, como já vem sendo observado desde o final do século passado. Em 2000, segundo a Fundação Seade, a média de idade era de 30 anos. Hoje é estimada em 36 anos. Em 2050 chegará a 44 anos.
Nos próximos 30 anos, a participação dos jovens com até 15 anos na população total cairá pela metade, enquanto a de maiores de 65 anos será multiplicada por 3,7. Haverá mudanças significativas na participação de outras faixas etárias na população total. A de menores de 39 anos diminuirá sua participação em 20%; a de 40 a 59 anos aumentará 5%. O grupo de 60 a 79 anos dobrará e o de maiores de 80 anos triplicará. Hoje, o maior volume populacional está na faixa de 20 a 39 anos; em 2050, será o de pessoas com idade entre 40 e 59 anos.
A taxa de crescimento da população, já baixa em todo o País, continuará a diminuir em São Paulo nos próximos anos. De acordo com a Seade, entre 2020 e 2050, a população passará de 44,6 milhões para 47,2 milhões. Será um aumento de apenas 5,8%, ou de menos de 0,2% ao ano. As projeções indicam que, em algum momento entre 2040 e 2045, a população residente em São Paulo começará a diminuir (de 47,62 milhões em 2040 para 47,59 milhões em 2045 e 47,20 milhões em 2050).
Será uma evolução semelhante à projetada para a população de todo o País. Estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de instituições vinculadas à Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que, depois de atingir seu pico entre 2042 e 2047, a população brasileira passará a decrescer. A população máxima do País projetada por essas instituições varia de 228,4 milhões a 238,3 milhões de pessoas.
Entre 2050 e 2060, a população brasileira deverá ser bastante próxima da de hoje (de 211,9 milhões de pessoas), mas sua estrutura será muito diferente. A população idosa terá triplicado e a de crianças terá diminuído.O ESTADÃO
São transformações que parecem ainda distantes, mas boa parte delas já vem ocorrendo, algumas podem se acelerar e todas impõem, desde já, o reconhecimento de sua importância pelas autoridades e pela sociedade, para que as futuras gerações estejam preparadas para elas.
Supremo julga caso que pode ampliar possibilidade de demissões em estatais
24 de agosto de 2020 | 05h00
BRASÍLIA - O julgamento de um caso que está na Justiça há mais de 20 anos pode mudar completamente as relações trabalhistas entre estatais e seus empregados. O Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir em breve se as empresas públicas podem dispensar funcionários sem motivação formal. Hoje, as dispensas só ocorrem por justa causa ou por meio de programas de incentivo à demissão e aposentadoria (PDVs).
Um parecer assinado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, no entanto, defende mudanças nessa situação. Para a PGR, todas as estatais que atuam em regime de concorrência podem demitir trabalhadores sem ter de apresentar qualquer justificativa.
LEIA TAMBÉM
'Sindicatos falam em risco de 'perseguição'
Tudo começou com a demissão de cinco empregados pelo Banco do Brasil no Ceará, em 1997. Eles entraram com ação na Justiça do Trabalho para serem reintegrados e venceram a disputa na primeira instância, mas perderam na segunda e na terceira. Em 2012, o caso chegou ao STF, que terá de decidir se a dispensa sem motivação é constitucional. A relatoria é do ministro Alexandre de Moraes e o caso está pronto para ser pautado.
Como há várias ações semelhantes na Justiça, o caso foi escolhido para ter repercussão geral – ou seja, a decisão que o STF tomar terá efeito sobre todas as 197 estatais de controle direto e indireto da União. Há 476.644 empregados nessas empresas, a maioria nos Correios, Petrobrás, Caixa e no próprio BB.
Os empregados de estatais entram nas empresas por meio de concurso público, mas não têm o mesmo status de funcionários públicos. Os servidores possuem contratos de trabalho em um regime jurídico especial – chamado de estatutário – e têm estabilidade garantida (ou seja, dois anos depois da posse e de uma avaliação de desempenho protocolar, não podem ser demitidos).
Já os empregados de estatais trabalham pelo regime de CLT, não possuem estabilidade formal e têm direito a FGTS e à multa de 40% em caso de dispensa sem justa causa, ainda que demissões em estatais sejam raras.
O número de empregados em estatais atingiu o ápice em 2014, quando havia 552.856 funcionários. Em cinco anos, até o fim do ano passado, 76.212 haviam deixado as empresas públicas, a maioria por planos de demissão e aposentadoria incentivadas. Entre 2016 e 2020, considerando apenas BB, Caixa, Correios, Eletrobrás e Petrobrás, 49.607 empregados aderiram a propostas dessa natureza.
Perfil dos funcionários
Em média, os funcionários dessas cinco companhias têm entre 43 e 48 anos de idade e de 14 a 18 anos de casa. A remuneração média mais baixa é a dos Correios, de R$ 4.118,00, seguida pelo BB, de R$ 7.796; Caixa, de R$ 10.317; e Eletrobrás, de R$ 11.227. A maior é a da Petrobrás, de R$ 19.664.
Para Augusto Aras, as estatais que concorrem com empresas privadas devem ter mais liberdade para demitir empregados. A PGR avalia que esse é o caso do BB, marcado “pelas características de explorar atividade econômica em sentido estrito, de ter suas ações negociadas na Bolsa de Valores e de visar ao lucro”. Ter de justificar toda e qualquer demissão acarretaria “grave desvantagem na competição do mercado bancário”, diz Aras.
Como a decisão do STF terá repercussão geral, as principais estatais acompanham o caso com atenção. Procurados, BB e Caixa não comentaram. Os Correios informaram que “poderão oportunamente se manifestar, após o fim do processo”.
A Eletrobrás disse ter tomado ciência da “importante manifestação da PGR” e informou que vai “examinar cuidadosamente sua extensão e alcance nas suas atividades e nas de suas controladas”. A Petrobrás afirmou que acompanha os desdobramentos dos processos judiciais sobre o tema e reforçou não haver qualquer previsão de demissão em massa.
O Ministério da Economia é favorável à dispensa imotivada em estatais. Para a pasta, elas devem seguir o regime jurídico das empresas privadas, inclusive em matéria trabalhista. “Oportuno observar que este é, inclusive, o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho.”
Após queda de 61% de cirurgias eletivas no SUS, médicos esperam explosão de demanda
João Ker, O Estado de S.Paulo
Entre março e junho, quatro primeiros meses da pandemia do novo coronavírus, o Brasil fez cerca de 388 mil cirurgias eletivas (não urgentes) a menos no SUS, conforme dados do Ministério da Saúde, na comparação com a média dos cinco anos anteriores. A queda é de 61,4%. Com a flexibilização do isolamento social na maior parte do País e a retomada das operações, profissionais de saúde preveem alta expressiva da demanda.
LEIA TAMBÉM
Gestores planejam usar infra de saúde após covid-19, mas temem falta de verba
Em março, o Ministério da Saúde orientou Estados a adiarem cirurgias eletivas, como uma forma de poupar leitos e evitar infecções pela covid-19. A recomendação foi reforçada mais tarde pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio de nota apoiada por 11 entidades nacionais. Com a pandemia, os leitos ficaram perto da ocupação máxima em muitas regiões. Só no Estado de São Paulo, houve diminuição de quase 175 mil (cerca de 59%) dos procedimentos eletivos de março a junho.
O problema, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, é que muitos dos pacientes com cirurgias adiadas agora sofrem com a demora para remarcar as intervenções na rede pública, enquanto seus quadros se agravam. Já no sistema de saúde suplementar, a rede privada diz ver queda de até 20% da receita esperada para o ano. “Alguns casos de especialidades que já tinham uma fila muito longa, realmente vão ter uma espera maior e pode sim haver agravamento do prognóstico”, diz Walter Cintra, professor de Gestão de Saúde da FGV e médico sanitarista.
“A segunda onda provavelmente não será causada pela covid-19, mas pela quantidade enorme de pacientes que retornarão para serem tratados por outras doenças em situação muito pior do que se encontravam antes da pandemia”, diz Gustavo Judas, presidente da Sociedade de Cirurgia Cardiovascular do Estado de São Paulo. Ele estima que o cancelamento de mais da metade dos procedimentos cardíacos pode criar um gargalo de até um ano nos hospitais.
No último dia 27, o governo paulista mudou os critérios do plano estadual de flexibilização da quarentena para que os municípios com taxa de ocupação da UTI inferior a 75% pudessem entrar na fase 4 (verde) - a regra antes previa ter menos de 60%. Isso havia sido defendido pela Prefeitura de São Paulo, como forma de liberar mais leitos que antes haviam sido reservados para a covid-19 e retomar a marcação das cirurgias eletivas, uma vez que houve desaceleração do contágio. Hoje, a capital está no nível 3 (amarelo), de cinco fases de flexibilização. Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde não informou o número de procedimentos cancelados.
Beatriz Paiva Santos, de 13 anos, tinha uma cirurgia marcada para abril na rede paulistana, quando deveria tratar sua escoliose, um desvio da coluna. O pai da jovem, o empresário Gil Santos, de 68 anos, aguarda vaga para remarcar e se preocupa. “O agravante é que a doença da minha filha não está esperando muito e ela pode correr o risco de se tornar inoperável.”
Dentre as especialidades que mais preocupam, estão as cirurgias oncológicas, cardiovasculares e psiquiátricas, pela imprevisibilidade de evolução dos quadros, o que demandaria acompanhamento recorrente e rigoroso. “Mesmo sendo eletivas, algumas cirurgias não podem esperar eternamente. A situação já era difícil antes da pandemia. Essa questão ficou ainda mais clara”, diz Cintra, da FGV.
Trabalhando voluntariamente na interseção entre gestores da saúde pública e profissionais na linha de frente do combate à covid, Maira Caleffi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, também diz que a tendência é de que a defasagem do SUS para cirurgias eletivas se agrave, caso não haja coordenação eficiente das demandas. “Esses atrasos vão aumentar a demanda em áreas onde o SUS é muito deficitário, como câncer avançado, transplantes de órgãos, diálise.” Em algumas áreas, como urologia e cirurgias abdominais, a estimativa é de que até 80% dos procedimentos tenham sido interrompidos.
E, de acordo com Maira, o paciente crônico é um ponto crítico. “Parece que, com essas ondas como zika, dengue e coronavírus, você nunca chega a lidar com o paciente crônico. Ele nunca tem o cuidado que merece do sistema público de saúde. Segue aos trancos e barrancos, às vezes sem saber sequer para qual médico ir", acrescenta ela.
“Essa é uma preocupação muito grande porque as outras doenças não pararam de crescer. Os dados de mortalidade mostram que houve muitos óbitos de covid e também de outras doenças, muito provavelmente pela dificuldade de acesso nesse período”, aponta Daniel Soranz, professor da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.
Para Angelo Vattimo, coloproctologista e primeiro secretário do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), a solução não se resume a um só tipo de incremento na rede hospitalar. “O grande problema é o acesso, que já não era ilimitado. Não adianta aumentar leitos sem a infraestrutura necessária para que sejam resolutivos.”
Para retomar cirurgias, medidas de distanciamento e higiene também devem entrar no planejamento. “Ir ao hospital para tratar algo e voltar com covid-19 não é uma situação que queremos”, destaca Walter Cintra, da FGV.
Saídas possíveis passam por integrar equipes, investimento e tecnologia
O consenso entre representantes de hospitais, especialistas em gestão de saúde e membros da comunidade médica é de que as cirurgias eletivas vão aumentar a demanda pelo trabalho articulado entre equipes. Dentre as estratégias possíveis, são defendidas reclassificação individual de casos, uma “força-tarefa” dos médicos e mais investimento no setor, que luta para driblar problemas estruturais.
Para operações cardíacas, por exemplo, Gustavo Judas, presidente da Sociedade de Cirurgia Cardiovascular do Estado de São Paulo, sugere modernizar centros cirúrgicos. Entre as possibilidades, estão uma válvula cardíaca sem sutura, que facilita a cirurgia de troca da válvula aórtica e diminui o tempo de permanência em UTI, e a técnica de autotransfusão, que preserva os bancos de sangue.
“Nos serviços que já tinham tempo de espera muito prolongado, a pandemia levará a um prazo ainda maior e obrigar as instituições a lançarem mão dessas tecnologias capazes de otimizar a permanência na UTI e no hospital, com os mesmos recursos”, diz. “Esse será um desafio para as redes pública e privada, à medida que a pandemia passar.”
Salvando a democracia = J.R. Guzzo, O Estado de S.Paulo
Por ordem do Supremo Tribunal Federal, baixada pelo ministro Edson Fachin e apoiada por oito dos seus colegas de plenário, a polícia está proibida de fazer voos de helicóptero sobre as favelas do Rio de Janeiro e de montar operações de combate ao crime em torno de escolas e de postos de saúde. Na prática, então, ficamos assim: a partir de agora, os bandidos estão legalmente autorizados a circular nessas áreas, mas os agentes que a população paga para cumprir a lei não podem frequentar o mesmo espaço. É uma aberração, talvez única no mundo. Mas, no Brasil, esse tipo de depravação social vai se tornando cada fez mais comum, em consequência direta da militância política cada vez mais agressiva daquilo que deveria ser a sua suprema corte de Justiça.
A maioria dos ministros do STF está convencida de que o seu dever principal é ficar contra tudo o que o atual governo faz, ou pretende fazer; como o combate ao crime é um dos seus objetivos, o tribunal toma decisões que vão na direção contrária, imaginando com isso formar a “vanguarda da oposição” no Brasil. Pouco lhes importa o preço que a população está pagando por isso. Paciência, dizem eles. Impedir o governo de funcionar, na sua visão de mundo, é salvar a democracia brasileira – e salvar a democracia, o estado de direito, as “instituições”, etc., etc. é “mais importante” que qualquer outra coisa. O resultado são anomalias como a que o STF acaba de criar no Rio de Janeiro. O direito constitucional do cidadão a ser defendido pelo Estado, por meio da polícia, não está em vigor nas favelas cariocas. As únicas garantias constitucionais que o Supremo reconhece ali são as que beneficiam os criminosos.
Não vale a pena perder mais do que 30 segundos avaliando o argumento oficial – a decisão seria para salvar os moradores das favelas dos perigos que existem em operações policiais armadas. É hipocrisia em estado puro. Quem coloca em risco a segurança dos cidadãos são os criminosos, não a polícia. A ideia de que a população das favelas vive em paz e em harmonia com os traficantes de drogas e toda a cadeia de bandidos que vem junto com eles só existe na cabeça dos que não moram lá – intelectuais, artistas de novela, responsáveis por telejornais do horário nobre e agora o STF, por ser de sua conveniência política. Na vida real, o inimigo é a bandidagem. É dali que vêm, todos os dias, a violência, os estupros, a extorsão, o abuso das crianças, o roubo e tantos outros horrores que as famílias têm de pagar pela ausência da autoridade e pelo governo dos criminosos.
O crime, por decisão do STF, tem agora direitos extraterritoriais nas favelas do Rio de Janeiro. Ali não é mais território nacional, sujeito à lei brasileira – como acontece com as embaixadas estrangeiras e as reservas indígenas, a autoridade pública não pode entrar. O que o cidadão comum vai pensar disso? Os ministros não podem ficar reclamando, depois, do fato de estarem hoje entre os homens públicos mais desmoralizados e malquistos do Brasil. Queriam o que, agindo desse jeito? Não podem cobrar respeito, nem “apreço pela democracia”, se o seu comportamento não pode ser respeitado e se a democracia é isso que eles montaram aí. Já era ruim quando o STF funcionava, e continua funcionando, como um escritório de advocacia para corruptos capazes de pagar honorários acima dos R$ 10 milhões. Consegue ficar ainda pior quando age abertamente como facção política.
“O STF está sendo utilizado pelos partidos da oposição para fustigar o governo”, disse dias atrás o ministro Marco Aurélio Mello. “Isso não é sadio. Não sei qual será o limite.” Ninguém sabe.
Após quatro meses de demissões, Brasil cria 131 mil vagas formais de emprego em julho
21 de agosto de 2020 | 15h15
Atualizado 21 de agosto de 2020 | 20h05
BRASÍLIA - O Brasil voltou a gerar empregos com carteira assinada em julho, quando as contratações superaram as demissões em 131.010 vagas, informou o Ministério da Economia nesta sexta-feira, 21.
A programação inicial do governo era de que o resultado seria publicado somente na quinta-feira da semana que vem, 27, mas a divulgação foi antecipada pela área econômica. A evolução positiva do emprego formal acontece após quatro meses de queda, segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)
De acordo com dados oficiais, esse foi o melhor resultado para o mês de julho desde 2012, quando foram contratados 142.496 trabalhadores com carteira assinada.
A maior parte do mercado financeiro já esperava uma retomada do emprego no mês passado, mas o desempenho do Caged em julho veio melhor que o intervalo das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast. As projeções eram de fechamento líquido de 20.789 vagas a criação de 91.389 vagas em julho, com mediana positiva em de 25 mil postos de trabalho.
No acumulado dos sete primeiros meses do ano, ainda segundo informações do Ministério da Economia, as demissões superaram as contratações em 1,092 milhão de empregos formais.
Como o seu celular rastreia você e o que fazer para evitar isso
Conforme pesquisadores e jornalistas tentam entender como a pandemia do novo coronavírus está afetando o comportamento das pessoas, eles contam repetidamente com informações de localização de smartphones. Os dados permitem uma visão abrangente dos deslocamentos de milhões de pessoas, mas levanta questões problemáticas em relação a privacidade.
Em vários artigos, o The New York Times usou dados de localização fornecidos por uma empresa chamada Cuebiq, que analisa dados para anunciantes e profissionais de marketing. Esses dados vêm de usuários de smartphones que concordaram em compartilhar suas localizações com determinados aplicativos, como os que fornecem alertas meteorológicos ou informações quanto a postos de gasolina próximos. A Cuebiq ajuda os fabricantes de aplicativos a usar tecnologias como o GPS para determinar a localização dos telefones das pessoas e, por sua vez, alguns dos fabricantes de aplicativos fornecem dados à Cuebiq para análise.
Os dados obtidos pelo Times são anônimos e agregados, o que significa que os jornalistas veem estatísticas amplas compiladas por área geográfica - como a distância média percorrida por dia por dispositivos em um setor censitário. O Times não recebeu informações em relação a telefones individuais e não viu o trajeto que qualquer celular percorreu.
Cerca de 15 milhões de pessoas nos Estados Unidos usam aplicativos úteis diariamente e permitem que eles rastreiem sua localização regularmente. Os dados agregados fornecem uma amostra representativa da população, de acordo com trabalhos acadêmicos que estudaram os dados da Cuebiq em diferentes áreas metropolitanas.
Quais são os perigos desses dados?
Embora os dados excluam nomes, números de telefone e outras informações de identificação, mesmo informações de localização anônimas podem ser reveladoras. O Times noticiou a intromissão de tais dados, que podem mostrar detalhes íntimos como idas a consultórios médicos e passeios românticos com parceiros.
O fato de as empresas estarem coletando, armazenando e vendendo informações de localização de pessoas apresenta riscos. Hackers ou pessoas com acesso a dados de localização brutos podem identificar ou seguir uma pessoa sem consentimento, identificando, por exemplo, qual telefone costuma passar um tempo no endereço residencial dessa pessoa.
Diferentes empresas têm abordagens amplamente variadas para lidar com as informações, incluindo a exclusão de grandes partes delas por motivos de privacidade ou a venda de dados brutos sem proteção. Os dados de localização de indivíduos são usados para fins de marketing e análise de fundos de hedge e aplicação da lei. Não existe nenhuma lei federal nos Estados Unidos que limite o uso de informações de localização dessa forma, embora algumas tenham sido propostas. A Cuebiq disse que coleta e armazena dados brutos de localização, mas não os vende.
Quais são os benefícios desses dados?
Os dados de localização de smartphones são usados para fins diversos, mais frequentemente para publicidade direcionada. Por exemplo, as empresas podem exibir anúncios de tênis para pessoas que frequentam uma academia. Empresas como a Apple e o Google usam informações semelhantes para mapear e monitorar o tráfego ou para avisar às pessoas quando as lojas provavelmente estarão ocupadas.
Os fabricantes de aplicativos que vendem os dados dizem que isso lhes permite oferecer aos usuários seus serviços sem cobrar nada.
Durante a pandemia do novo coronavírus, as informações de localização mostraram onde as pessoas estavam seguindo as regras de distanciamento social e para onde elas saíam - permitindo a análise de potenciais pontos críticos. O Times usou esses dados para mostrar que as pessoas de áreas de baixa renda tinham menos probabilidade de permanecer em casa do que as pessoas de locais de alta renda e para demonstrar como o vírus pode ter saído de controle nos Estados Unidos.
Como posso saber se meus dados foram coletados?
Pode ser difícil para as pessoas controlar se e como seus dados estão sendo coletados. Tantos os dispositivos com sistema operacional Android como os iPhones exigem que os aplicativos solicitem aos usuários que habilitem os serviços de localização antes de coletar as informações, mas as explicações que as pessoas veem quando são solicitadas a dar permissão são frequentemente incompletas ou enganosas. Um aplicativo pode dizer aos usuários que conceder acesso à sua localização os ajudará a obter alertas meteorológicos, mas não menciona que os dados serão vendidos. Essa divulgação é frequentemente disfarçada em uma política de privacidade densamente redigida.
Mesmo com essas revelações, pode não estar claro para os usuários com que frequência as informações de alguém são coletadas e o que elas podem mostrar. Na Europa e na Califórnia, os usuários podem solicitar seus dados. Em outros lugares, as políticas variam de acordo com a empresa.
Você pode solicitar seus dados da Cuebiq ou pedir à empresa para excluir seus dados, independentemente de onde você mora. A Cuebiq vincula seus dados ao chamado ID de publicidade do seu telefone, que é usado por profissionais de marketing e outros para diferenciar os telefones entre si e enviará a você as informações associadas a esse ID. Para evitar que as pessoas obtenham dados nos IDs de outras pessoas, a empresa exige que você baixe um aplicativo que verifica o número e, em seguida, faz a solicitação. Você pode excluir o aplicativo sem afetar sua solicitação. O aplicativo está disponível tanto para o sistema Android como para o iOS.
Como evitar que coletem meus dados?
Se você quiser evitar que a Cuebiq colete seus dados, a maneira mais fácil é desabilitar o ID de publicidade em seu telefone. Se você desativá-lo, a Cuebiq, e outras empresas, não rastrearão mais o seu dispositivo.
A Cuebiq também fornece várias outras maneiras de cancelar o rastreamento de localização, você pode ter acesso a elas clicando em "Controle" na página de privacidade da empresa.
No entanto, a desativação do banco de dados da Cuebiq não impedirá que suas informações sejam coletadas por uma variedade de outras empresas que coletam e armazenam informações precisas de localização. Algumas oferecem opções semelhantes, mas nem todas, e é difícil acompanhar a miríade de empresas no setor de rastreamento de localização.
Se você deseja evitar que coletem seus dados de localização por completo, a melhor aposta é avaliar os aplicativos um por um em seu telefone para ver se eles estão coletando mais sobre você do que você gostaria. Impeça que todos os seus aplicativos, exceto os mais importantes, tenham acesso aos dados e permita que eles os obtenham apenas quando você estiver usando o aplicativo. / TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA / O ESTADO DE SP