O preço do voto
Em São Paulo, santinhos espalhados pelo chão no dia do primeiro turno das eleições deste ano -
Em um curso forçado, sob o impacto das revelações da Lava Jato, o Brasil atingiu o objetivo de baratear as campanhas eleitorais.
Conforme esta Folha relatou, os candidatos aos múltiplos cargos em disputa no primeiro turno deste ano se valeram de uma receita total de R$ 2,8 bilhões. O montante decerto está longe de desprezível, mas aponta uma substancial redução após os R$ 6,4 bilhões, em valores corrigidos, desembolsados há quatro anos nos dois turnos.
Resta contabilizar, claro, os gastos dos confrontos finais ao Palácio do Planalto e aos governos de 13 estados; seria ingenuidade, ainda, imaginar que não tenha havido casos de caixa dois. De todo modo, não há dúvida de que se reverteu uma tendência de encarecimento contínuo dos pleitos no país.
Fake news guiam eleição presidencial
Não é de hoje que a mentira é usada na política. Afinal, mesmo o político bem intencionado —que quer promover o bem da sociedade—sabe que, para ter impacto real, precisará vencer. Para vencer, é preciso dar esperança ao eleitorado e mostrar-se como superior aos outros. Daí vêm as promessas vazias e acusações sem base de toda campanha. Nunca teremos uma política completamente calcada na veracidade. Mas, do ponto de vista dos cidadãos, seria desejável reduzir o grau de mentiras.
Na segurança, ideia de Bolsonaro estimula crime
Em matéria de propostas para os problemas nacionais, Jair Bolsonaro raramente se mostra um candidato bem-alimentado. Ou está com excesso de alimentação ou morrendo de inanição. Nesta segunda-feira, o capitão declarou a uma rádio de Barretos (SP) que o projeto do seu hipotético governo é fazer o Brasil “ser igual 40, 50 anos atrás”. Disse isso no instante em que discorria sobre a insegurança que vigora nas grandes cidades do país. A solução seria o encarceramento. ''Cadeia não recupera ninguém”, afirmou. “Cadeia é para tirar o elemento da sociedade''.