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31 obras federais de creches e escolas estão paradas no Ceará; maioria tem quase 10 anos

Nícolas Paulino  / DIARIONORDESTE

 

A nova gestão do Governo Federal assumiu o Ministério da Educação em janeiro, herdando 61 obras inacabadas e paralisadas em unidades educacionais, somente no Ceará. Destas, 31 são construções de creches e escolas de Ensino Médio, distribuídas em 27 cidades. Algumas delas já duram mais de 10 anos.

 

O levantamento é do Diário do Nordeste, com base nos dados do Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (Simec), portal operacional e de controle da Pasta. O Simec reúne as obras que dependem de recursos pactuados com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

 

A informação das 61 paralisações já havia sido compartilhada pela presidente do FNDE, a cearense Fernanda Pacobahyba, em entrevista exclusiva ao Sistema Verdes Mares. Segundo ela, está em curso um diagnóstico para identificar a real situação das obras paradas, bem como as pendências burocráticas necessárias para serem finalizadas.

 

Ao todo, 25 são fruto de pactuações com municípios e outras 6 com o Estado do Ceará. As mais antigas tiveram convênio firmado em 2011, mas a maioria data de 2013, ou seja, completam uma década neste ano.

“Isso revela um problema de gestão, de comunicação e de transparência. É importante, quando se pensa em gestão pública, que as pessoas saibam quanto vai custar, quanto vai demorar e qual a contrapartida”, provoca o professor Paulo Meireles Barguil, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará (Faced/UFC).

O especialista lamenta a demora e crê ser possível a existência de obras que nem constam no sistema oficial. Por isso, defende um “pente fino” nas intervenções para definir em que momento foram paralisadas e, principalmente, por que, já que elas têm grande impacto em uma das áreas mais sensíveis de prestação de serviços à população: a educação.

MOTIVOS MAIS COMUNS

Diversos fatores podem ocasionar a paralisação das obras, segundo o FNDE. Durante o monitoramento, técnicos da autarquia analisam o andamento da obra e seu equilíbrio físico-financeiro, além de conferirem se as fotos inseridas correspondem ao percentual de execução. Se necessário, é feita uma vistoria in loco.  

O Fundo pode ou não liberar o repasse das parcelas financeiras ao Estado ou Município dependendo da evolução das etapas, do atingimento do percentual de execução alcançado e da inserção dos documentos exigidos.

Conforme o banco de dados do Simec, 19 das obras paralisadas no Ceará estão nessa categoria. O professor destaca que a retomada deve levar em conta aditivos aos contratos originais porque, depois de tanto tempo, os custos aumentam devido à inflação.

Legenda: Creche em Guaiuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, não tem nem teto
Foto: Simec

IMPACTO NA EDUCAÇÃO

A demora na entrega dos equipamentos educacionais agrava a entrada de crianças na vida escolar e pode gerar comprometimento na renda de famílias que não tem com quem deixá-las, no dia a dia, na leitura de Paulo Barguil.

A maioria das obras pendentes no Estado é de pré-escolas, etapa que atende a crianças de 4 e 5 anos de idade. Por lei, a matrícula dessa faixa etária é obrigatória, sendo dever do poder público garantir seu acesso aos equipamentos.

Apesar disso, as redes de ensino ainda precisam ampliar o parque de atendimento. Só em Fortaleza, no ano passado, 1.336 crianças não puderam ser matriculadas na pré-escola, segundo dados da própria Prefeitura de Fortaleza.

“A ausência dessas instituições de educação infantil se torna um problema sério porque não está sendo garantido um direito constitucional. A etapa creche é mais sensível ainda porque tem a questão social, não tem quem cuide desses bebês, e as pessoas têm necessidade desse suporte do estado”, ressalta o professor.

Na Capital cearense, um centro de Educação Infantil e uma Escola de Ensino Médio no bairro Jangurussu estão paralisadas, conforme o Simec, ambas por rescisão do contrato. No primeiro caso, o Sistema informa que a obra está sendo relicitada. No segundo, não há justificativa.

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Censo na berlinda

Não foram poucas nem pequenas as adversidades enfrentadas pelo censo demográfico originalmente programado para 2020, a começar, obviamente, pela pandemia que impôs o atraso dos trabalhos.

Houve depois sucessivos embates no governo Jair Bolsonaro (PL) em torno das verbas necessárias, a ponto de provocar o pedido de demissão da presidente do IBGE em 2021. A pesquisa só foi iniciada em agosto do ano passado, com previsão de término em três meses, mas ainda não está concluída.

Reclamações de atraso nos pagamentos e baixa remuneração provocaram desistências e até uma ameaça de greve de recenseadores.

Não bastasse tudo isso, o censo em andamento se encontra agora sob ataque político e institucional, em razão de um dado vital inesperado: a população nacional, ao que parece, é menor do que se pensava.

Conforme sugerem os números preliminares, somos 207,8 milhões de brasileiros, em vez dos 215 milhões antes estimados pelo IBGE.

Essa não é, a princípio, uma má notícia —em termos econômicos, pode significar que a renda nacional por habitante, um indicador de prosperidade material, é maior do que dizem as estatísticas atuais.

Ocorre, no entanto, que 863 das 5.570 prefeituras do país já correm o risco de ver reduzidos os recursos que recebem do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), pelo qual 25,5% das receitas do Imposto de Renda e do IPI são distribuídos a partir de critérios que incluem o número de habitantes.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar determinando que se mantenham os repasses do FPM a partir das populações antes estimadas, dado que o censo não está concluído. A menos que haja erro grosseiro nos cálculos, porém, o problema está criado.

Para Roberto Olinto, ex-presidente do IBGE, os problemas na realização da pesquisa justificam uma auditoria —falta recensear 15% das localidades, para as quais só há números imputados. O instituto, ainda sem presidente definido pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sustenta que os trabalhos são conduzidos com qualidade.

Quanto ao FPM, o ideal seria uma revisão ampla dos critérios de distribuição, há muito criticados por especialistas. A tarefa, no entanto, não é politicamente viável a curto ou médio prazo. Resta concluir o censo e dirimir as dúvidas com urgência. A pressão dos prefeitos sobre os três Poderes será forte.

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Fortaleza registra maior chuva de 2023; precipitações devem continuar nos próximos dias

Após 17 dias consecutivos de atividade pluviométrica, Fortaleza registrou a maior chuva de 2023. Dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) indicam que choveu 83 milímetros (mm) entre as 7h de terça (24) e 7h desta quarta-feira (25). A marca também ocupa a posição de segundo maior acumulado do Estado neste intervalo.

O volume varia entre as regiões da Cidade. O posto de coleta da Defesa Civil do Município contabiliza o maior índice, seguido pelas unidades Água Fria (78 mm), Caça e Pesca (64 mm) e Messejana (63 mm). No Pici e no Castelão foram verificados as menores quantidades: 55,4 mm e 37,8 mm, respectivamente.

 

A última chuva intensa da Capital neste ano foi registrada no dia 16 de janeiro, quando o acumulado em 24 horas chegou aos 54 mm, segundo a Funceme.

 

CEARÁ TEM MAIOR CHUVA DE 2023

Além do recorde na Capital, o Ceará registrou outra marca de destaque entre as 7h de terça e 7h desta quarta-feira: a maior chuva deste ano. A cidade de Icapuí, no Litoral Leste do Estado, marcou 180 mm de volume pluviométrico no período. 

Este índice é o segundo maior desde 2022. No ano passado, somente Várzea Alegre teve volume superior, no dia 17 de abril, com 200 mm.

PREVISÃO DO TEMPO

O órgão prevê que, ao longo desta quarta, o céu deve se manter nublado ou parcialmente nublado e com chuva em todas as macrorregiões

Já para quinta-feira (26), há alta possibilidade de chuva na faixa litorânea, na Ibiapaba, no oeste do Sertão Central e Inhamuns e no Cariri. Nas demais regiões, há baixa possibilidade de precipitação. DIARIONORDESTE

 
 

“Tragédia absoluta”, diz ex-presidente do IBGE sobre Censo 2022... Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/brasil/tragedia-absoluta-diz-ex-presidente-do-ibge-sobre-censo-2022/) © 2023 Todos os direitos são reservados ao Poder360, confor

PODER360 24.jan.2023 (terça-feira) - 9h23

 

O ex-presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) Roberto Olinto disse defender a realização de uma ampla auditoria no Censo 2022. Segundo ele, a publicação de dados preliminares expõe a “tragédia absoluta” que se abateu sobre o questionário. “Eu sinto vergonha disso. O Censo é para ser levantado em 2 meses, e nós estamos no meio de janeiro e não terminou”, disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada nesta 3ª feira (24.jan.2023). A coleta de dados para o Censo começou em agosto de 2022....

“Tem só metade dos recenseadores. O IBGE pedindo para a prefeitura do Rio de Janeiro botar agente municipal de saúde para coletar Censo. O cara não foi treinado, ele não sabe o que está fazendo. Tragédia absoluta”, declarou Olinto. “Saem os resultados preliminares. Coisas absolutamente inexplicáveis.”...

O ex-presidente do IBGE explicou que foram imputados dados para quase 20% da população, quando o usual é para 2%. “Imputar dado é você dizer: eu não tenho dados para 20% da população e vou usar um processo que normalmente se usa para 2%”, disse....


“Nenhum Censo cobre 100% da população, mas você tem uma alta cobertura. E tem problemas em algumas variáveis. Renda, população, idade. Não é uma coisa do tipo ‘eu não tenho informação de metade do município’. E o que estão fazendo? Estão imputando questionários inteiros”, criticou....

Ele defendeu uma auditoria para averiguar falhas no processo. “Para ter o Censo confiável, tem que auditar. É tanto problema pregresso que tem que parar, respirar e dizer o seguinte: vamos avaliar”, declarou....

Olinto presidiu o IBGE de 2017 a 2019. Disse que sua sucessora, Susana Cordeiro Guerra “começou, de forma extremamente prepotente, a mexer em todo o projeto”. Guerra assumiu o IBGE em fevereiro de 2019. Pediu demissão em 26 de março de 2021 alegando motivos pessoais e de família. ...

Depois da saída, segundo Olinto, o órgão passou por um período “meio complicado”, mas teria tempo hábil para se organizar....

“O IBGE sabia desde o início que ia ter uma folha de pagamento de 250 mil pessoas. Tinha que preparar o sistema”, declarou. “Sai o Censo em 2022, começam a vir os comentários dos recenseadores. Cinco dias de treinamento, apenas. Atraso no pagamento, erros no valor. Você começa a observar os recenseadores pedindo demissão, irritados, abandonando o trabalho”, continuou....

“Eu não acho que ele [Censo 2022] está certo. Todos os indícios são de que ele tem que ser revisto”, disse. Segundo Olinto, “foi tudo desorganizado” e há “indícios de que houve decisões da direção erradas” que “talvez mereçam uma investigação”....

Sobre o trabalho de análise dos dados, o ex-presidente do IBGE disse ser preciso verificar a “coerência estatística”, comparando os resultados com dados do passado e “cruzando com outras informações, inclusive voltando a coleta em alguns municípios para entender o que aconteceu”....

Olindo declarou que a auditoria pode determinar se um novo Censo deveria ser feito. “Tem 3 caminhos. A auditoria vai dizer que está bom –duvido. A auditoria vai dizer ‘existem partes que são aproveitáveis, mas nós temos que corrigir assim, assim, assado’. E existe a 3ª alternativa: o Censo está uma porcaria completa, vamos refazê-lo. Não dá para tratar o Censo como se fosse uma brincadeira”, afirmou....


Censo é garantido por mecanismos de controle, diz IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) garantiu que o Censo Demográfico 2022 está sendo realizado de forma transparente, com vários mecanismos de controle. Acrescentou que a pesquisa segue rigorosamente as etapas necessárias, o que assegura qualidade em todas as fases da operação. Foram visitados até o dia 24 deste mês, cerca de 89 milhões de domicílios. Até agora, 184 milhões de pessoas recenseadas.

O IBGE destacou que a qualidade da cobertura de um censo, durante a operação, é acompanhada por meio de indicadores do sistema de supervisão e de modernas e inéditas ferramentas de geotecnologia, além de retorno a campo para verificação in loco (no lugar).

Além disso, o Censo 2022 conta com a Pesquisa de Pós-Enumeração (PPE), feita por amostra de setores censitários. A principal intenção é oferecer recursos para a avaliação da cobertura e da qualidade da coleta.

“A PPE tem início quando os setores selecionados estiverem completamente coletados e supervisionados pelo Censo. A divulgação da PPE está prevista no plano de divulgação do Censo 2022”, esclareceu.

O IBGE informou, ainda, que está dedicado a minimizar os efeitos do atraso na conclusão da operação censitária para a qualidade dos resultados. “Ressaltamos que cerca de 65% da coleta das informações do Censo 2022 foi feita até o mês de outubro. Destacamos ainda que se trata de uma pesquisa com coleta eletrônica, o que reduz a possibilidade de erro durante a captação das informações, visto que as datas de referência da pesquisa fazem parte das perguntas inseridas no Dispositivo Móvel de Coleta (DMC)”, emendou.

Acrescentou que “existem perguntas de cobertura para verificação das informações, além da etapa de supervisão prevista”.  

O órgão revelou, também, que os dois atrasos que impediram a realização do Censo em 2020 e 2021 resultaram em aprimoramento de alguns processos de operação.

A realização de testes nacionais - que ainda não tinham sido feitos - foi considerada pelas equipes de campo do IBGE como uma boa prática. Neles, foi visitada pelo menos uma localidade em cada estado do Brasil, com cerca de 40 mil domicílios analisados e 111 mil pessoas recenseadas. “Foi uma grande oportunidade de se testar com sucesso todas as etapas da operação, além de capacitar as equipes envolvidas e implementar melhorias nos processos de coleta e controle”, disse o instituto.

Falta de pessoal

De acordo com o IBGE, a falta de pessoal, especialmente para a coleta de dados, causou o prolongamento do período da pesquisa. Um dos motivos notados pela instituição para a escassez, em alguns municípios, tem relação com outras oportunidades de emprego existentes no local.

Para reduzir o problema, o IBGE adotou ações como a edição de medidas provisórias com o objetivo de flexibilizar o recrutamento e permitir a contratação de servidores públicos aposentados. Além disso, aumentou a remuneração dos recenseadores, implementou o pagamento de ajuda locomoção das equipes e fez acordos com secretarias municipais de saúde e universidades.

O IBGE reconheceu que, apesar da publicidade paga e da divulgação pela imprensa de todas as etapas preparadas para o Censo 2022, incluindo os Processos Seletivos, testes em Paquetá e Nacional, a Pesquisa do Entorno, o Lançamento do Censo no Museu do Amanhã, o Início da Coleta Domiciliar e Acompanhamento da Coleta em territórios quilombolas e indígenas, o alcance necessário não foi atingido, mesmo com a visita de observadores internacionais de 18 países, dos balanços mensais da coleta e da divulgação dos resultados prévios.

Dados do clipping contratado pelo instituto indicam que, desde o início da coleta, o Censo conseguiu pelo menos nove mil matérias veiculadas, no âmbito nacional e regional. Observou que todas as críticas publicadas pela imprensa “foram tratadas e discutidas em entrevistas coletivas e individuais promovidas pelo próprio IBGE, sempre comprometido a garantir a máxima transparência institucional”.

Desafios

No caminho do Censo, o IBGE precisou enfrentar muitas dificuldades na pesquisa. Algumas delas foram as mudanças estruturais na sociedade, que impactam diretamente na operação, como o maior número de domicílios com apenas um morador, mudanças no mercado de trabalho e questões relacionadas à segurança.

“Esses fatores têm dificultado cada vez mais o acesso dos recenseadores aos moradores. Salientamos que não é somente o Censo que sofre com a falta de acesso a parte da população, este fenômeno também vem sendo observado nas pesquisas domiciliares por amostragem”, indicou.

Para a realização do Censo, o IBGE teve, em 2022, a dotação orçamentária de R$ 2,29 bilhões. Desse valor foi liquidado R$ 1,76 bi e aproximadamente R$ 484 milhões foram inscritos em restos a pagar não processados. “Para o ano de 2023, a dotação orçamentária é de R$ 233.873.573”, esclareceu.

A aquisição dos dispositivos móveis de coleta e de tablets usados pelos recenseadores, diferente dos censos anteriores, foi feita em parceria com o Ministério da Saúde, que receberá os equipamentos ao final da pesquisa. “O IBGE não arcou com os custos de aquisição destes equipamentos”, informou.

O órgão destacou também a colaboração, de forma inédita, de agentes de saúde, considerados plenamente aptos a trabalhar no Censo, tanto por terem sido treinados e capacitados, como pelo conhecimento do território que costumam percorrer em suas tarefas diárias. Outro fator relevante da atuação dos agentes é a experiência deles de abordagem aos moradores, que, conforme o IBGE, representa uma habilidade essencial na coleta.

“Destacamos que - durante o processo de treinamento -ficou clara a capacidade desses agentes em lidar com o Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE). Muitos desses agentes estão atuando em aglomerados subnormais, locais de difícil acesso, mas que eles já conhecem. Cabe esclarecer que esses agentes foram recrutados como recenseadores, seguindo todos os trâmites de contratação e capacitação previstos”.

Justiça

A nota do IBGE foi divulgada ontem (24), um dia depois da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que suspendeu a aplicação dos dados populacionais do Censo 2022, que ainda não foi concluído, para definir os valores para a distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

O ministro definiu que o FPM deste ano tenha como patamar mínimo os coeficientes de distribuição utilizados no exercício de 2018. Depois da concessão de liminar, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) lembrou que o ministro também determinou que os valores já transferidos a menor serão compensados nas transferências subsequentes.

No dia 28 de dezembro de 2022, acompanhando determinação da legislação, o IBGE encaminhou ao Tribunal de Contas da União (TCU) os dados preliminares de população no Brasil apurados até aquele momento no Censo 2022.

A liminar, que ainda será submetida ao plenário, foi deferida em resposta à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1043, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), de que a Decisão Normativa 201/2022 do TCU causa prejuízo no valor recebido pelos municípios, pois o critério estipulado não contempla a totalidade da população. Um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) indica que a nova metodologia causaria prejuízo de R$ 3 bilhões para 702 municípios.

Entrega

O IBGE informou, ainda, que os resultados definitivos do Censo referentes à população dos municípios serão conhecidos em abril de 2023.

Antes disso, o fim da cobertura completa dos setores censitários está previsto para janeiro deste ano. Os responsáveis pelos domicílios que ainda não foram recenseados devem ligar para o Disque-Censo (137). “Serviço disponibilizado pelo IBGE para que a população possa exercer sua cidadania e agendar a visita de um recenseador em seu domicílio”, completou o IBGE em nota divulgada há pouco, no Rio de Janeiro.

Em fevereiro e março, terá andamento “o processo de revisão, de controle de qualidade e de apuração do Censo, com tentativas de reversão de recusas, revisitas a domicílios com morador ausente para realização de entrevistas, além de verificação de domicílios vagos, de uso ocasional, possíveis duplicidades e omissões e preparação para divulgação”, finalizou.

Edição: Kleber Sampaio / AGÊNCIA BRASIL

Vendas do Tesouro Direto atingem R$ 42,417 bilhões em 2022

As vendas de títulos públicos do Tesouro Direto a pessoas físicas, pela internet, somaram R$ 42,417 bilhões em 2022, enquanto dos resgates totalizaram R$ 25,989 bilhões. Com isso, as emissões líquidas foram de R$ 16,428 bilhões no ano passado. Os dados foram divulgados hoje (25), com os resultados do último mês de 2022, pelo Tesouro Nacional.

Em dezembro do ano passado, as vendas superaram os resgates em R$ 1,085 bilhão. No mês, as vendas de títulos atingiram R$ 3,463 bilhões, e os resgates, R$ 2,377 bilhões, todos relativos a recompras de títulos. Não houve resgates por vencimento, quando o prazo do título acaba e o governo precisa reembolsar o investidor com juros.

Os títulos mais procurados pelos investidores em dezembro foram aqueles corrigidos pela taxa básica de juros, a Selic, que corresponderam a 61,5% do total. Os títulos vinculados à inflação tiveram participação de 27,4% nas vendas, e os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, de 11,1%.

De março de 2021 até agosto de 2022, o Banco Central (BC) elevou a Selic. A taxa, que estava em 2% ao ano, no menor nível da história, saltou para 13,75% ao ano de lá para cá. Os juros altos continuam atraindo o interesse por papéis vinculados aos juros básicos.

O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 105,10 bilhões no fim de dezembro, com aumento de 2,1% em relação ao mês anterior (R$ 102,98 bilhões) e de 32,7% em relação a dezembro do ano passado (R$ 79,20 bilhões).

Investidores

Quanto ao número de investidores, 434.314 novos participantes cadastraram-se no programa no mês passado. O número de investidores atingiu 22.483.236, alta de 37,9% nos últimos 12 meses. O total de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 2.129.196, aumento de 17,4% em 12 meses. No mês de dezembro, o acréscimo foi de 19.626 novos investidores ativos.

A procura do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas até R$ 5 mil, que correspondeu a 82,7% do total de 582.388 operações de vendas ocorridas em dezembro de 2022. Só as aplicações de até R$ 1 mil representaram 58,7%. O valor médio por operação foi de R$ 5.946,68.

Os investidores estão preferindo papéis de curto e médio prazos. As vendas de títulos com prazo de 1 a 5 anos representaram 80,5% e aquelas com prazo de 5 a 10 anos, 5,1% do total. Os papéis de mais de 10 anos de prazo chegaram a 14,4% das vendas em dezembro.

balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Nacional na internet.

Fonte de recursos

O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar a aplicação e permitir que pessoas físicas adquirissem títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, pela internet, sem intermediação de agentes financeiros. O aplicador só precisa pagar uma taxa para a corretora responsável pela custódia dos títulos, que é a B3, a bolsa de valores brasileira.

Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.

A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, os índices de inflação, o câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis prefixados.

Edição: Nádia Franco / AGÊNCIA DE NOTICIAS

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