País sequestrado por um condenado preso
*JOSÉ NÊUMANNE, O Estado de S.Paulo
13 Junho 2018 | 03h00
País sequestrado por um condenado preso
*JOSÉ NÊUMANNE, O Estado de S.Paulo
13 Junho 2018 | 03h00
Os resultados da última pesquisa Datafolha, publicada domingo pela Folha de S.Paulo, não podem ser considerados definitivos para prenunciar a apuração da eleição de daqui a quatro meses porque representam um retrato atual, como sempre, nunca uma profecia exata. E também porque revelam agora uma decisão que muitos cidadãos ainda estão por tomar. Configuram, contudo, e ao que parece de forma cristalizada, tendências que dificilmente mudarão, pois refletem uma situação antiga, crônica, lógica e irrefutável.
A exterminação do social
*PAULO DELGADO, O Estado de S.Paulo
13 Junho 2018 | 03h00
O Brasil não é uma cômoda em que candidatos a presidente possam encher ou esvaziar suas gavetas. Basta alguém se achar importante que se autoriza a incomodar e ficar livre para trair o primeiro que nele confiar. Triste tempo em que as piores qualidades é que fazem alguém falado.
Há uma sobra de notícias que circula para um canto da sociedade onde a energia social é considerada baixa e pode ser tratada como resíduo. Bolsões frios se destacam no clima geral dos deserdados que julgam a democracia um resto. A gestão periódica desses resíduos é o que se costuma chamar campanha eleitoral.
TCU condena nora de Lula a pagar multa de R$ 213 mil ao Sesi
Os nove ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiram, por unanimidade, condenar Marlene Araújo Lula da Silva, nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a pagar multas no valor total de 213.000 reais ao Serviço Social da Indústria (Sesi). A maior parte, 173.000 reais, divididos entre ela e o ex-presidente do Sesi Jair Meneguelli. Os outros 40.000 reais são de uma multa aplicada individualmente a Marlene, que é casada com Sandro Luís Lula da Silva, um dos filhos do ex-presidente.
Gestão Temer não se limita a derreter, apodrece
O inquérito que investiga a venda de registros de sindicatos no Ministério do Trabalho demonstra que a corrupção é mais ou menos como o futebol. Ninguém marca gol sozinho. Há toda uma estrutura por trás: o clube, o médico, o técnico e o time em campo, preparando a jogada. A corrupção é igual. Há o presidente do clube (Temer), o partido aliado (PTB de Roberto Jefferson), e o time de servidores levantando a bola para que agentes políticos —como a deputada Cristiane Brasil– marquem gols contra o erário.
Delatado, Lupi suja a ‘hegemonia moral’ de Ciro
"Ciro Gomes, o presidenciável do PDT, adota uma retórica encrespada ao falar sobre corrupção. Chama Michel Temer de “escroque”. Eleito, desmontará o MDB, porque o partido “só existe para roubar”. Eventuais alianças com PP, DEM e assemelhados, só seriam cogitadas depois de um acerto com PSB e PCdoB, “porque a hegemonia moral e intelectual do rumo estará afirmada.” Sempre em riste, a língua de Ciro ganhou um desafio novo. Carlos Lupi, o presidente do PDT, foi delatado como beneficiário de uma mesada de R$ 100 mil mensais fornecida pela quadrilha do ex-governador fluminense Sérgio Cabral.