Mercado da música 'acabou', diz Fagner no aniversário de 70 anos
A rotina de trabalho do músico cearense Raimundo Fagner parece a de um garoto de 20 e poucos anos. Depois de um mês fora de casa, apresentando shows pelo Brasil, a primeira coisa que ele faz ao retornar para a terra natal foi marcar uma tarde de gravação do novo disco e atender a equipe do G1 e falar sobre o aniversário de 70 anos, celebrada neste domingo (13) com homenagens em Fortaleza e Orós (cidade materna da família do cantor, a 345 km da capital cearense).
Apesar da vida agitada, ele tece críticas contundentes ao ramo profissional que escolheu há mais de quarenta anos. "O mercado já acabou, mas a gente está buscando fazer uma música que acredito que possa ainda tocar as pessoas. As gravadoras não esperam mais, mas o público espera, então tem que privilegiar ele, que acompanha a gente há muito tempo", diz.
O compositor não concorda, porém, com uma afirmação recente do colega Milton Nascimento, de que "a música brasileira está uma merda", dita em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
"Eu jamais daria uma opinião como a do Milton, é tanto que ele se arrependeu. No mais, acho que cada um faz sua música, faz o seu tempo. Na época que nós fomos modernos, não tinha que estar reclamando de nada. É o que está se vivendo, é o que está se passando e a gente não pode querer transferir épocas. Então, parabéns a quem estiver fazendo música atual com qualidade, porque realmente é uma fórmula muito igual. No bolo, sempre tem gente muito boa", defende.
Irmã Dulce é canonizada pelo Papa Francisco e se torna a primeira santa brasileira
Santa Dulce dos Pobres. É assim que Irmã Dulce passa a ser chamada após a cerimônia de canonização que a tornou santa na manhã deste domingo (13) na Praça de São Pedro, no Vaticano, lotada de fiéis.
A santa, conhecida popularmente como Anjo Bom da Bahia, foi uma das religiosas mais populares do Brasil graças ao trabalho social prestado aos mais pobres e necessitados, principalmente na Bahia.
O Vaticano considera que Santa Dulce dos Pobres é a primeira santa brasileira. Embora outras brasileiras e uma religiosa que atuou no país tenham sido canonizadas pela Igreja Católica anteriormente, irmã Dulce é a primeira mulher nascida no Brasil que teve milagres reconhecidos.
Imagem de Santa Dulce dos Pobres na fachada da Basílica de São Pedro durante a cerimônia de canonização — Foto: Reprodução/TV Globo
Outros quatro beatos, de diferentes nacionalidades, também foram canonizados por Papa Francisco às 10h35 (5h35 no horário de Brasília) deste domingo (leia mais abaixo). De acordo com o Vaticano, 50 mil pessoas participaram da cerimônia.
"Em honra da Santíssima Trindade, pela exaltação da fé católica e para incremento da vida cristã, com autoridade de nosso senhor Jesus Cristo, os santos apóstolos Pedro e Paulo, depois de haver refletido longamente, ter invocado a ajuda divina e escutado o parecer de muitos irmãos do episcopado, declaramos e definimos santos os beatos: John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Mariam Thresia Chiramel, Dulce Lopes Pontes e Marguerite Bauys", declarou o Papa, em latim.
Fronteira com Colômbia vira retrato da agonia de venezuelanos por trabalho ou comida
Carlos (nome fictício), 26, é patrulheiro da polícia colombiana. Na zona fronteiriça próxima à cidade de Cúcuta, na Colômbia, ele enfrenta a temperatura de 38 ºC com uniforme e um fuzil a tiracolo.
Ele faz parte de um destacamento cuja função é vigiar os postos de aduana oficiais e as trilhas clandestinas que conectam essa região ao estado de Táchira, na Venezuela.
Enquanto acompanha a Folha por uma das “trochas” —caminhos construídos ilegalmente para passagem de refugiados venezuelanos, narcotraficantes e grupos armados—, Carlos relata sua rotina.
Durante as oito horas diárias em que patrulha a fronteira, ele vê, de um lado, paramilitares colombianos cobrando pedágio de quem atravessa a área. Do outro, os ‘coletivos’ chavistas ameaçando impedir a passagem de refugiados venezuelanos.
“Há bandos aqui dedicados a contrabando e narcotráfico. Tentamos impedir o avanço dos refugiados venezuelanos, mas estamos proibidos de retrucar se eles disparam contra nós. É ordem do governo.”
Para governo, empresas de saneamento valem até R$ 140 bi se privatizadas
Na tentativa de estimular governadores a vender companhias estaduais de saneamento, o Ministério da Economia fez um estudo para detalhar o potencial de ganho aos cofres públicos com as privatizações.
Se a opção for pela venda de 100% do capital, essas empresas podem atingir um valor próximo a R$ 140 bilhões.
As contas não consideram as dívidas contraídas pelas companhias. Para chegar ao valor que seria efetivamente arrecadado pelos estados, portanto, é necessário descontar os débitos.
O debate se dá no momento em que o Congresso discute um novo marco legal para o saneamento e o governo defende maior abertura.
No documento obtido pela Folha, o ministério liderado por Paulo Guedes conclui que a meta de universalizar o saneamento básico no país até 2033 não será cumprida sem privatizações.
Na quarta-feira (9) desta semana, quando iniciou a publicação da série de reportagens Saneamento no Brasil, a Folha mostrou que o atendimento da meta de universalização pelo Brasil pode atrasar ao menos 30 anos se o ritmo atual de melhorias e investimentos no setor for mantido.
Enquanto acompanha a elaboração no Congresso do novo marco legal do setor, o governo federal busca argumentos para convencer governadores a seguir pelo caminho das privatizações, especialmente em um momento de aperto nas contas estaduais.
O levantamento, elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento da Infraestrutura, avaliou as empresas que cuidam de tratamento de água e de coleta e tratamento de esgoto em 22 estados.
Nos outros entes da federação, a pasta não teve acesso às informações necessárias para fazer os cálculos.
Procuradoria denuncia servidor da Receita que acessou dados sigilosos de Bolsonaro ‘por mera curiosidade’
Luiz Vassallo e Fausto Macedo / O ESTADO DE SP
11 de outubro de 2019 | 18h44
O Ministério Público Federal no Espírito Santo denunciou à Justiça o servidor da Receita Odilon Alves Filho por ‘utilizar seu cargo público para ter acesso a dados restritos e sigilosos referentes ao presidente Jair Bolsonaro‘.
As informações foram divulgadas pela Procuradoria em Vitória – Ação Penal nº 5005094-11.2019.4.02.5002.
De acordo com a denúncia, no dia 30 de outubro de 2018, Odilon, que é agente administrativo na agência de Cachoeiro de Itapemirim, ‘se utilizou, de forma imotivada e indevida, do acesso restrito ao sistema informatizado da Receita Federal para visualizar informações fiscais do presidente’.
A conduta de Odilon foi descoberta pela Corregedoria da Receita Federal.
O acesso ilícito permitiu que o acusado tivesse contato com os dados cadastrais e os rendimentos e ganhos de capital percebidos e tributados pelo imposto de renda do pesquisado. Ainda de acordo com a denúncia, essa consulta ‘teve o objetivo de satisfazer mera curiosidade do acusado’.
Para o procurador da República Aldo de Campos Costa, autor da denúncia, isso configura o crime previsto no artigo 325, parágrafo 1.º, inciso II, do Código Penal: revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação, se utilizando, indevidamente, do acesso restrito.
A pena para esse tipo de crime varia entre dois e seis anos de prisão e multa.
COM A PALAVRA, A DEFESA
A reportagem tenta contato com a defesa de Odilon Alves Filho. O espaço está aberto para manifestação.
Lava Jato condena Mendes Júnior a ressarcimento de R$ 382 mi
icardo Brandt, Luiz Vassallo e Fausto Macedo / O ESTADO DE SWP
11 de outubro de 2019 | 17h33
A Justiça Federal condenou a empreiteira Mendes Júnior Trading e Engenharia e dois executivos ligados à companhia ao pagamento de indenização de R$ 382 milhões. A decisão, da 3.ª Vara Federal de Curitiba, foi tomada no âmbito de ação de improbidade proposta pela força-tarefa Lava Jato no Ministério Público Federal no Paraná.
As informações foram divulgadas pela força-tarefa da Lava Jato – Ação Civil Pública: 5006695-57.2015.4.04.7000/PR
Na sentença, aplicada nesta quinta, 10. a Justiça reconheceu a participação da empresa e de seus executivos no pagamento de propina para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, primeiro delator da operação.
Segundo a Procuradoria, a propina paga a Paulo Roberto Costa variava de 1% a 3% do montante total de contratos bilionários, em licitações fraudulentas, e os valores eram distribuídos por meio de operadores financeiros do esquema, de 2004 a 2012, com pagamentos estendendo-se até 2014.