Lula viaja em jato de Huck e você paga a conta...
Preso em 7 de abriu de 2018, Lula voou de São Paulo para Curitiba num monomotor mequetrefe da Polícia Federal. Libertado 580 dias depois, fez o percurso de volta a bordo de uma aeronave requintada: um jato Phenom 300, avião executivo fabricado pela Embraer. Coisa fina. Pertence à empresa Brisair, dos apresentadores Luciano Huck e Angélica, em sociedade com a Icon Táxi Aéreo. Foi fretado pelo Partido dos Trabalhadores. O uso da verba do Fundo Partidário para pagar serviços dissociados das atividades da legenda não tem amparo legal.
Ultrapolarização pode afugentar os investimentos...
Lula chamou Bolsonaro de miliciano. E foi chamado pelo capitão de canalha. Se o nível rasteiro serve para alguma coisa é para demonstrar que o cenário político, antes apenas medíocre, tornou-se execrável. Adicionada a outras fatalidades políticas, a ultrapolarização amedronta investidores estrangeiros que já olhavam para o Brasil com um pé atrás.
A despeito do esforço de algumas autoridades de Brasília, entre elas o próprio Jair Bolsonaro, para transformar frustração em sucesso, as duas rodadas de leilões de petróleo realizadas na semana passada revelaram-se frustrantes. Inaugrou-se um debate sobre o modelo dos leilões. As regras, de fato, afugentaram as grandes petroleiras internacionais. Mas elas talvez não expliquem tudo.
Arrisca-se a peder a riqueza da discussão quem não levar em conta os efeitos da instabilidade política sobre o ânimo do capital. No momento, o Brasil é presidido por um ex-deputado que não dispõe de uma relação azeitada com o Congresso. O presidente briga com a maior rede de TV do país. Ele despreza o meio ambiente. Tem três filhos encrenqueiros. E briga com a vizinha Argentina, terceira maior parceira comercial do Brasil.
Submetido a esse cenário tóxico, o investidor estrangeiro observa os primeiros movimentos de Lula fora da cadeia, olha ao redor e constata o seguinte: Os discursos políticos tornaram-se radioativos. As ruas voltaram a balbuciar críticas à Suprema Corte e ao Congresso. Súbito, o investidor conclui: É melhor aplicar dinheiro no inferno do que no Brasil.
Em discurso, Lula transforma cela especial da PF em solitária e omite patrimônio acumulado
09 de novembro de 2019 | 21h37
Atualizado 09 de novembro de 2019 | 22h47
Ao discursar em São Bernardo do Campo, no ABC, na manhã deste sábado, 9, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tratou como "solitária" a cela especial em que ficou detido por 580 dias, afirmou não ter acumulado patrimônio ao atacar o presidente Jair Bolsonaro e se vangloriou de ter sido diretor de escola e imputou crime a procuradores da Lava Jato. O Estado checou as afirmações de Lula e encontrou imprecisões no discurso.
"Fiquei em uma solitária e durante 580 dias eu me preparei espiritualmente. Eu me preparei para não ter ódio, eu me preparei para não ter sede de vingança, eu me preparei para não odiar os meus algozes", afirmou Lula, que discursou no mesmo local onde fez o discurso final antes da prisão, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
Preso em 7 de abril de 2018, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, Lula ficou em uma cela especial, status de sala de Estado-Maior, na sede da Polícia Federal em Curitiba. O local era um antigo dormitório de policiais, sem grades, com banheiro próprio e armário, isolado da carceragem e com direito a TV, tablet, esteira para exercícios e visitas especiais durante toda semana.
Militares mostram preocupação de que discurso de Lula incite violência
09 de novembro de 2019 | 18h25
BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro reuniu na manhã deste sábado, 9, o comando militar para avaliar o cenário após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter deixado a prisão. Entre os militares, a avaliação é que não há sinais de movimentos atípicos, mas há a preocupação de que o discurso de Lula possa incitar a violência, segundo apurou o Estado.
A mesma opinião foi emitida por um dos participantes da reunião, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, em sua conta no Twitter. “Lula, em seu discurso, mostra quem é e o que deseja para o país. Incita a violência (cita povo do Chile como exemplo), agride várias instituições, ofende o Pres Rep (presidente da república) e mostra seu total desconhecimento sobre carreira militar”, tuitou.
Lula chega a São Paulo em jatinho de Luciano Huck
Após ser solto por decisão da Justiça Federal, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou na manhã deste sábado a São Paulo, onde participa de um ato no sindicato dos metalúrgicos em São Bernardo do Campo. O petista voou de Curitiba ao aeroporto de Congonhas em um jatinho particular e participa de um ato no sindicato dos metalúrgicos, em São Bernardo, marcado para começar as 13h.
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil, a aeronave de prefixo PP-HUC pertence à Icon Táxi Aéreo e à Brisair Serviços Técnicos Aeronáuticos, de propriedade do apresentador Luciano Huck e de sua esposa, a também apresentadora de TV Angélica.
Qual o impacto da volta de Lula ao cenário político? Veja a análise dos colunistas
RIO — Após deixar a sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde esteve preso 580 dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da silva discursou para os militantes e anunciou que vai percorrer o país. Ele também centrou fogo na força-tarefa da Lava-Jato e acentuou a sua oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Poucas horas depois, o petista adotou tom mais leve em vídeo publicado nas redes sociais. Disse que quer “construir um país melhor” e que não vai “ficar falando mal” do presidente Jair Bolsonaro.
Qual será a estratégia de Lula? Qual o impacto da volta do ex-presidente ao cenário político? Os colunistas do GLOBO Míriam Leitão, Merval Pereira e Ascânio Seleme analisam qual será o papel de Lula.