Movimento dos Sem-Tetas Estatais consegue levar milhares às ruas
Chega a ser patético. Vejo alguns “analistas” — afetando grande seriedade, como se tivessem tido um trabalho hercúleo — vindo a público para anunciar que o Planalto avalia que as mobilizações deste domingo foram um insucesso. Que bom! Prefiro que o Planalto realmente acredite que o pior pra eles — e o melhor para o Brasil — já passou. Estou convencido do contrário: acho que o melhor para o país ainda virá. E, por óbvio, para “eles”, o pior. Qualquer que fosse o número que não superior ao já alcançado seria lido como evidência de insucesso. O governo está na dele em espalhar essa versão. Vergonhoso é que a imprensa a reproduza como se fosse apenas bom senso e ponto de vista neutro. O MBL, o Vem Pra Rua, o Revoltados Online e outros movimentos tiveram pouco mais de uma semana para organizar a manifestação. Ao contrário do que anunciam alguns boquirrotos, o que se tem é uma evidência de sucesso.
Na quarta-feira, a CUT manda para a rua os seus aparelhos financiados com imposto sindical. Na quarta-feira, o MTST, que recebe verba oficial, despacha seus milicianos para o protesto a favor. Na quarta-feira, o MST, que também se alimenta com o leite de pata do estado, mobiliza os seus fanáticos. Na quarta-feira, até a extinta UNE ressuscita alguns cadáveres, também com grana pública, para fazer figuração. Os movimentos pró-impeachment só contam com o povo. Os movimentos pró-impeachment só contam com os sem-teta! REINALDO AZEVEDO
Milhares nas ruas; violência zero
Mais uma vez, milhares de pessoas se reúnem para pedir o impeachment de Dilma Rousseff em pelo menos 100 cidades Brasil afora. E, de novo, registro aqui o que já nem deveria ser notícia: não houve um só incidente, um único ato de violência, nada. A agressão máxima de que se tem notícia é uma repórter chamando um dirigente do MBL de “otário”. Onde quer que me chamem para falar, tenho chamado atenção para isto: um país novo está nascendo. Ou melhor: já nasceu.
E esse país não aceita pagar por aquilo que a Constituição nos dá de graça! Ou melhor: por aquilo que nos deu a luta de todos os brasileiros.
Não ousem deter a marcha dos pacíficos! REINALDO AZEVEDO
Lideranças pró-impeachment passam a ser alvos do bullying de alguns jornalistas
O pior cego, reza o ditado, é aquele que não quer ver. Era até este domingo. A partir de ontem, o pior cego é o que mente sobre aquilo que vê — e sobre o que não vê — para atender a uma ideologia, a um preconceito, a uma causa ou, pura e simplesmente, à metafísica influente burra e militante dos botecos onde se aprende que ser de esquerda é uma virtude — ou vá lá, endossar ao menos os valores de esquerda. Apesar de amplos setores da imprensa — e não que estes devessem ajudar, porque não é o seu papel —, o Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua, em parceria com outros grupos pró-impeachment, mostraram ser possível levar perto de 100 mil brasileiros às ruas com uma semana, uma semaninha só, de mobilização.
E eles não têm aparelhos sindicais financiados com dinheiro público. E eles não têm movimento estudantil financiado com dinheiro público. E eles não têm milícias fascistoides financiadas com dinheiro público, a exemplo de MST e MTST. O Planalto diga o que quiser: sabe que os milhares deste domingo são muitos milhões. São dois terços, no mínimo, da população. No dia 16, as esquerdas vão para as ruas, sob a proteção subserviente desses mesmos setores da imprensa. O governo sabe que o barulho que farão será muito maior do que a sua real representatividade. O Brasil vê mais longe. Em síntese: o país que quer Dilma fora é maior do que vê. O Brasil que quer Dilma dentro é menor do que vê.
Esperando o japonês
Quando voltava da padaria, empurrando a bicicleta, fui abordado, de forma simpática, por um leitor. Por que escrevia apenas sobre Dilma e o governo? Não é um simpatizante do PT, muito menos de Dilma. Mas fixar-se nisto, de uma certa forma, reduz o vasto horizonte cultural, disse. Respondi que concordava com ele. Mas, no momento, não conseguia me esquecer da crise em que nos metemos. No caminho de casa, pensei: poderia estar escrevendo sobre Clarice Lispector, Frida Kahlo ou mesmo Simone de Beauvoir. Para ficar apenas nas que voltaram à evidência.
Clarice foi uma das admirações literárias da juventude, e agora seus contos são reconhecidos nos Estados Unidos. Frida Kahlo, cuja casa, transformada em museu, na Cidade do México, tornou-se um ícone popular. E a velha Simone reapareceu no vestibular do Enem. Hoje tenho algumas divergências. Mas seu livro “O segundo sexo” inspirou um artigo que publiquei no “JB”, na década dos 1960, com título “Amélia não era mulher de verdade”. Isso posso deixar para o próximo Enem.
Falar do Brasil e da crise tem prioridade para mim. Dilma, o leitor que me desculpe citá-la de novo, é presidente. É impossível ignorá-la, nesse momento. Felizmente, outros colunistas escrevem sobre a cultura mais ampla. Isso me enriquece como leitor. Pessoalmente, no entanto, não consegui achar a porta de saída da política.
Governador entrega estradas e muitos benefícios para o Centro Sul e Vale do Jaguaribe
O governador Camilo Santana inaugurou, na noite deste sábado (12), a pavimentação de 67 km de rodovias nas regiões do Jaguaribe e Centro Sul do Ceará. Os trechos contemplados são as CE-470 e CE-579, nos entroncamentos com a CE-282 (Malhada Vermelha) e com a CE-153 (Rochedo) com acesso a Palestina, e na CE-368, nos entroncamentos com a CE-275 (Jaguaribe) e com a CE-371 (Jaguaretama). As obras irão beneficiar os moradores dos municípios de Orós, Icó, Jaguaribe, Jaguaretama e distritos circunvizinhos.
Além de proporcionar mais segurança aos motoristas e passageiros que trafegam pelos trechos, as novas rodovias irão facilitar o escoamento de produção das duas regiões. "Com todas as dificuldades que tivemos no país, o Ceará manteve o ritmo de investimentos, porque temos compromisso com o povo e com o desenvolvimento do Estado e vamos trabalhar com afinco para continuar superando as dificuldades em 2016", garantiu o governador Camilo Santana.
Os trechos tiveram investimento total de R$ 40.505.099,34, sendo R$ 14.147.837,18 das CE-470 e CE-579, e R$ 26.357.262,16 da CE-368, voltados para pavimentação, movimentação de terra, drenagem, obras d'artes correntes e sinalização horizontal e vertical. O financiamento das obras foi do Tesouro do Estado e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Municípios em crise: União admite que não conseguirá repassar verba da Saúde
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A transferência dos recursos federais aos Municípios para financiamento da Saúde de dezembro, possivelmente, não será feita integralmente. A informação é do Ministério da Saúde (MS) e foi levada à reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Em resumo, a pasta não conseguirá cumprir com mais essa obrigação, além de já vir atrasando alguns repasses. No encontro ocorrido em Brasília, na segunda semana de dezembro, o secretário executivo do Ministério, Agenor Alvares, disse não haver novidades sobre os repasses de dezembro. “É certo que o repasse do dia 10 não será feito na data, os responsáveis estão trabalhando para que esse recurso saia neste mês”, esclareceu o representante do governo. Ele foi sarcástico ao dizer: “estamos em uma crise, não podemos fabricar dinheiro, temos que esperar notícias da Fazenda para afirmar qualquer coisa”. Já o ministro da Saúde, Marcelo Castro, tem informado que os recursos de Média e Alta Complexidade (MAC) dos meses de dezembro e janeiro serão parcelados. De acordo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM), tal medida tem causado situação danosas e estressantes aos gestores, aos profissionais de saúde e aos usuários. Para a entidade, agora ainda tem mais essa, o governo não consegue garantir os repasses integrais e muito menos o cumprimento das datas estabelecidas. Diante desse cenário, a entidade alerta os Municípios para as consequências das ações do governo e alerta para um período muito difícil, de incertezas e de provável caos.
Com CNM