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Balança comercial tem maior superávit até outubro em 28 anos

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços informou nesta terça-feira (1º) que as exportações brasileiras superaram as importações nos dez primeiros meses deste ano, resultando em um superávit da balança comercial de US$ 38,52 bilhões. Trata-se do melhor resultado para o período de janeiro a outubro desde o início da série histórica, em 1989 – ou seja, em 28 anos. Até então, o maior saldo para este período havia ocorrido em 2006, quando foi contabilizado um superávit de US$ 38,16 bilhões.

Balança Comercial
Janeiro a outubro, em R$ bilhões
34,37221,00722,49314,51125,42217,345-2,082-1,92512,24738,52720102015-1001020304050
Fonte: Ministério da Indústria

O resultado positivo da balança no acumulado deste ano é maior que o superávit de todo ano passado (US$ 19,69 bilhões). De janeiro a outubro de 2015, as exportações superaram as importações em US$ 12,24 bilhões.

Somente em outubro, o saldo positivo da balança comercial foi de US$ 2,34 bilhões. Esse valor é o resultado de exportações de US$ 13,72 bilhões, menos importações de US$ 11,37 bilhões. Foi o maior superávit para meses de outubro desde 2011, ou seja, em cinco anos.

Cenário da economia
A melhora no saldo comercial tem relação com a crise na economia brasileira e o alto patamar do dólar no acumulado deste ano, apesar da recente queda na cotação da moeda.

Com a crise, que vem provocando alta do desemprego e queda na renda das famílias, reduziu-se a demanda por produtos e serviços importados. O dólar alto também encarece os produtos vindos de fora, o que contribui para frear ainda mais as importações.

Portanto, a queda nas importações foi a maior responsável pelo superávit da balança comercial brasileira. Neste ano, até outubro, as compras do exterior despencaram 23,1%. As exportações também caíram, mas bem menos: 5,1%.

Na parcial dos dez primeiros meses de 2016, as exportações somaram US$ 153,08 bilhões, com média diária de US$ 732 milhões. As importações, por sua vez, somaram US$ 114,56 bilhões, ou US$ 548 milhões por dia útil.

Nos dez primeiros meses deste ano, aumentaram as exportações de produtos semimanufaturados (3,5%), mas recuaram as vendas externas de produtos básicos (-10%) e também de produtos manufaturados (-1,6%). No caso das importações, houve queda nas compras de bens de consumo (-23,5%), de bens intermediários (-18,7%) e de bens de capital, que são as máquinas e equipamentos para produção (-21,9%).

Os números do governo mostram que o aumento do saldo comercial neste ano ocorreu, também, por conta da queda nas importações do petróleo e combustíveis, que recuaram 44,7% até outubro. O déficit da chamada conta petróleo caiu de US$ 4,56 bilhões nos dez primeiros meses do ano passado para um resultado negativo de US$ 114 milhões em igual período deste ano.

Estimativas para 2016
A expectativa do mercado financeiro para este ano é de melhora do saldo comercial, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada. O próprio BC também prevê melhora no saldo comercial.

A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 48 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior para 2016. O Ministério do Desenvolvimento informou que foi mantida a estimativa de um saldo positivo de US$ 45 bilhões a US$ 50 bilhões neste ano.

Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 49 bilhões para 2016, com exportações em US$ 190 bilhões e importações no valor de US$ 141 bilhões.

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