Aplausos a Temer: vetou o indecente reajuste a defensores públicos federais
Está de parabéns o presidente Michel Temer por ter decidido vetar integralmente o reajuste que estava previsto para os defensores públicos federais. Tenham a santa paciência! A depender da posição de tal servidor na carreira, a majoração do salário poderia chegar a 60%. O texto, claro!, já tinha sido aprovado pelo Congresso e só por isso chegou ao presidente, para sancioná-lo, vetá-lo parcialmente ou recusá-lo no todo.
O presidente pensava inicialmente em condescender ao menos com uma elevação nos salários de 7%, para todas as faixas, mas depois desistiu em razão do impacto que isso teria nas demais categorias que compõem a carreira.
Então vamos ver. Um defensor público em início de carreira, geralmente um advogado jovem, já começa na função com um salário de R$ 17.330,33 — sim, esse é o piso. Com o aumento, passaria para R$ 18.545,45. O teto saltaria de R$ 31.091 para R$ 33.266,30.
Justo ou injusto?
Bem, por mim, os defensores públicos poderiam ganhar 10 vezes mais, desde que houvesse dinheiro para tanto e que essa fosse uma realidade compatível com o mercado de trabalho no Brasil.
Digam-me cá: que profissão no Brasil — ousaria indagar: no mundo, incluindo o mundo muito rico — tem um piso, um salário inicial, de R$ 17.330,33 — quase US$ 5,3 mil? Isso é uma piada grotesca num país pobre, que está quebrado. E há carreiras com pisos ainda maiores.
Ao vetar o projeto, afirmou a Presidência da República:
“O projeto de lei contempla, para os anos seguintes, percentuais muito superiores aos demais reajustes praticados para o conjunto dos servidores públicos federais; ademais, situam-se em patamar acima da inflação projetada para o período, bem como abrigam regra de vinculação remuneratória, em dissonância à política de ajuste fiscal que se busca implementar”.
Perfeito!
E que fique aqui consubstanciada uma coisa: as pessoas têm todo o direito de ambicionar ganhar bem mais do que isso. Para tanto, existe a inciativa privada. Ninguém é obrigado a ser defensor público ou a integrar qualquer outra carreira do estado. O que não é possível é alimentar ambições de gordos contracheques, sabendo que a conta cai nas costas dos pobres.
Quem não estiver contente tem a porta de saída como serventia da casa. REINALDO AZEVEDO