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Um líder que encolheu - ISTOÉ

Com uma média histórica de intenção de voto na faixa dos 30%, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma perda substancial de popularidade e aumento de rejeição após atrelar seu nome à articulação que tenta manter Dilma Rousseff no poder a qualquer custo. Segundo recente pesquisa Datafolha, Lula é o mais citado entre os eleitores ao lado de Marina Silva (Rede), com 21% e 22% das intenções respectivamente nos cenários com Aécio Neves e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. Ainda que esteja à frente, registra uma queda entre eleitores.

Também é notória a perda de popularidade: tem a maior rejeição de voto entre todos os possíveis candidatos. Dos entrevistados, 53% disseram que não votariam nele de jeito nenhum. Uma situação bastante diferente da vivida antes do processo de afastamento de Dilma estourar e ele tomar a frente das articulações. Contribuem para essa indisposição crescente da população as investigações por tráfico de influência envolvendo a construtora Odebrecht. Além dos episódios que vinculam o ex-presidente ao sítio de Atibaia e ao tríplex no Guarujá. Alinhavando esses fatos, vislumbra-se um líder que sai menor.

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Lula se envolveu até o pescoço para frear o andamento do impeachment. Foi nomeado ministro da Casa Civil, não só para obter foro privilegiado, mas também para articular de dentro do Planalto a derrocada do processo de afastamento de Dilma. Sua posse foi suspensa, mas nem por isso desistiu do plano. Montou seu QG em um hotel de luxo em Brasília e, de lá, comanda reuniões com deputados, senadores e líderes de partidos para negociar votos em troca de cargos, coligações e até participação na campanha presidencial de 2018. Dentro do PT e do governo, não há ninguém mais indicado para tal missão. Ele é o articulador principal na tentativa de manter a presidente no cargo.

Ao se colocar na linha de frente contra o impeachment e, com isso, ir contra o desejo da maioria da população brasileira, Lula compromete sua própria imagem, que ele julga ser inabalável. Sairá maculado do processo, no que parece ser um caminho sem volta. Além disso, precisará se esforçar mais se quiser salvar um governo cambaleante como o de Dilma. O atual plano B é para o caso de o impeachment ser aprovado no plenário da Câmara dos Deputados. Nessa situação, o ex-presidente pretende, como já confidenciou a aliados, começar uma intensa e agressiva campanha nas ruas, junto ao povo, para o processo ser barrado pelos senadores. Se isso de fato acontecer, a tendência é que as próximas pesquisas lhe tragam números ainda mais desfavoráveis. 

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