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Em Mauá, tucano é expulso por apoiar prefeito do PT no 2º turno

Em Mauá, uma das duas cidades em que o PT disputa o segundo turno na Grande São Paulo, o prefeito Donisete Braga busca a reeleição com um apoio atípico -o de um antigo adversário do PSDB. Ao lado de Carlos Grana, que concorre em Santo André, Braga é a aposta do partido para manter presença na região metropolitana de São Paulo, berço petista.

Das oito eleições para prefeito disputadas em Mauá desde a redemocratização, o PT venceu quatro. Entretanto, com 22% dos votos no primeiro turno, Braga tem de reverter um quadro aparentemente complicado.

Seu adversário, o deputado estadual Atila Jacomussi (PSB), conquistou 46% dos votos válidos. Em terceiro lugar ficou o candidato tucano Clóvis Volpi, hoje sem partido, que atingiu 20%.

Volpi, que deixou o PTB e se filiou ao PSDB para disputar a eleição, foi expulso da legenda após manifestar apoio ao petista no segundo turno. No dia 6 de outubro, ele publicou um vídeo no Facebook em que declara sua posição.

"Vou apoiar aquele que é melhor pra Mauá. Eu não vou votar no PT, eu sou contra o PT", afirmou. "Quero esquecer o 13, quero esquecer o 40 [números de urna dos candidatos]. Quero escolher uma pessoa para governar a cidade. Estou desprovido de cores partidárias, estou colocando aqui as cores de Mauá", disse.

Um dia depois, o diretório estadual do PSDB emitiu uma nota em que anunciou o "cancelamento sumário" da filiação do político. O partido afirma que resoluções internas proíbem qualquer tipo de apoio ao PT e que Volpi tomou a decisão por contra própria, sem consultar a legenda.

"O apoio do Clóvis também me surpreendeu", diz Braga. Ele afirma que a aliança com o ex-tucano pode ajudar a reverter a eleição, não apenas atraindo votos de quem o apoiou, mas também os de quem não escolheu candidato algum. Na cidade, votos brancos e nulos atingiram 27%, além de 18% de abstenções.

"No segundo turno, começa outra campanha. Seria ruim ficar isolado", afirma o candidato à reeleição. De acordo com ele, a crise política nacional fez com que as eleições de 2016 fossem as mais difíceis de sua vida.

Antes dessa mudança de lado, Volpi mudou também de cidade. Ele foi prefeito de Ribeirão Pires, também na Grande São Paulo, entre 2005 e 2012. Em 2016, ele mudou o domicílio eleitoral para Mauá, onde começou a carreira política como vereador em 1983.

OPONENTE

No outro lado da disputa está Jacomussi. Seu discurso é de que a aliança entre Volpi e o adversário não assusta. "É um apoio individual dele e não do PSDB", afirma.

O PSDB manifestou apoio oficial à candidatura de Jacomussi, que diz confiar na proximidade com o governo do Estado para garantir a maioria dos votos tucanos.

O candidato afirma que projeções internas da campanha estimam que mais de 60% dos votos que foram de Volpi irão para ele. "O perfil do eleitor do PSDB é não votar no PT", diz.

Para explicar o otimismo em uma cidade historicamente governada por petistas, Jacomussi cita a influência dos escândalos nacionais, que, segundo ele, se somam a um governo municipal que tem baixa aprovação. "Os paulistas não querem mais o PT", afirma.

Ele também conseguiu o apoio de Márcio Chaves (PSD), que ficou em quarto no primeiro turno, com 4% dos votos válidos. FOLHA DE SP

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