Candidato do PSDB à prefeitura de Belo Horizonte, João Leite foi ultrapassado pelo rival Alexandre Kalil, do nanico PHS. É o que informa a mais recente pesquisa do Ibope, divulgada nesta quinta-feira (20). Apoiado por Aécio Neves, Leite passou para o segundo turno 7 pontos à frente de Kalil. Agora, numa conta que inclui apenas os votos válidos, como ocorre na contagem oficial, Kalil prevalece por 54% a 46%.

Abriu uma dianteira de 8 pontos sobre o tucano, diz o Ibope. Mantida a tendência, o discurso do grupo de Aécio ficará sem nexo.

Para o tucanato, a eleição municipal funciona como uma espécie de prévia para 2018. Aécio disputa a vaga de presidenciável do ninho com Geraldo Alckmin, que se tornou o grande vitorioso do primeiro round com a retumbante vitória do seu candidato à prefeitura de São Paulo, João Doria. Num esforço para relativizar o triunfo de Alckmin, o grupo de Aécio vinha empinando a tese segundo a qual o PSDB crescera no país inteiro, colecionando sucessos noutras praças. Tudo isso graças à eficiência da gestão de Aécio na presidência do partido.

Confirmando-se a derrota do tucano João Leite na capital mineira, quintal político de Aécio, vai para o beleléu o discurso que contrapõe o resultado do PSDB em âmbito nacional ao sucesso de Doria em São Paulo. No mínimo, os aliados de Alckmin ficarão autorizados a indagar: como atribuir ao comando nacional a generosidade das urnas se Aécio passou vergonha na sua paróquia? Não seria o primeiro fiasco, já que Aécio vem de duas derrotas em Minas.

Na disputa presidencial, Aécio teve menos votos do que Dilma em Minas Gerais. E seu candidato ao governo mineiro,  o tucano Pimenta da Veiga, foi, por assim dizer, atropelado pelo petista Fernando Pimentel, hoje um governador crivado de suspeições. Católico fervoroso, Alckmin deve observar a evolução das pesquisas em Belo Horizonte com as mãos postas. Não reza pela derrota do candidato do seu partido. Mas pede aos céus que assegure a vitória do Ibope em Belo Horizonte.