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Bolsonaro e presidentes do Congresso e do STF falam sobre combate à pandemia

Julia Noia e Rayanderson Guerra / O GLOBO

 

RIO - O presidente Jair Bolsonaro se reuniu com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), na manhã desta quarta-feira, para discutir medidas para controlar o avanço da pandemia do novo coronavírus. A reunião contou ainda com a participação do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Após o encontro, uma coletiva de imprensa foi convocada para anunciar as medidas que foram debatidas.

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Após o encontro, Bolsonaro afirmou que será criada uma coordenação com governadores e integrantes do Congresso para acompanhar a evolução da pandemia no país. O presidente voltou a falar em tratamento precoce da doença e disse que o novo ministro da Saúde "vai liberar para que os médicos possam optar por isso (tratamento precoce)".

— Fizemos uma reunião bastante proveitosa com todos os líderes da república com a intenção de minimizarmos os efeitos da pandemia. A vida em primeiro lugar. Resolvemos, entre outra coisas, que será criada uma coordenação junto aos governadores, com o Senado federal, em reuniões semanais, para ver os rumos do combate ao coronavírus. Também vamos nos dedicar ao máximo à vacinação em todo o brasil e também da possibilidade de tratamento precoce, que fica a cargo do ministro da saúde, que vai liberar para que os médicos possam optar por isso. Ainda não temos o remédio, mas a nossa união, o nosso esforço, ao nos direcionarmos ao que realmente interessa, sem que haja uma politização do problema, vai ser o caminho para o brasil sair da situação a que se encontra — afirmou Bolsonaro.

Queiroga, que também participou da reunião, disse que o fortalecimento do SUS vai prover, "com agilidade", uma vacinação capaz de impedir a disseminação do vírus.

— A conclusão é o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) para prover a população brasileira com agilidade uma campanha de vacinação que possa atingir uma cobertura vacinal para impedir a disseminação do virus em município, estado e União com protocolos. Sobretudo depois de uma reunião como essa, quando toda a nação se reúne para cumprir o dever como Poder público pra consguir apoio e respeito da sociedade civil.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que a reunião entre os líderes dos Poderes é o que a população espera das autoridades no combate ao novo coronavírus.

—  Nessa reunião, ouvindo governadores, Ministério da Saúde e presidente da Câmara, fica instaurado um grupo permanente de trabalho por parte do presidente da Repúlbica, da Câmara e do Senado e dos demais membros que devem participar, por meio das políticas públicas. Eu fiquei incumbido de tratar com governadores de estados e do Distrito Federal para ouvir demandas e trazer para esse comitê. O STF não pode participar de um comitê desta natureza, mas deve estar em consonância, com pautas como aquisição de oxigênio e campanha de vacinação coordenada pelo ministério da saúde. Hoje, é um exemplo de civilidade, boa relação e harmonia entre os Poderes em um momento em que a sociedade exige isso de nós.

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Representando o STF, o presidente da Côrte, ministro Luiz Fux, afirmou que o Judiciário vai atuar para evitar a judicialização de decisões que envolvem a pandemia.

—  O Poder Judiciário, como é o último player para aferir os fatos, somos os últimos a comentar. Vamos atuar para evitar judicialização das deciões. Nessa reunião, ficou claro um binômio muito importante: exemplo e esperança — afirmou Fux.

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Lira ressaltou a união dos entes da federação e disse que a Câmara vai avaliar projetos de abertura de novos leitos para tratar doentes por Covid-19 em todo o país.

—  Uma presença muito significativa de governadores, ministros, representantes de todos os Poderes... É a união de todos para que consigamos comunicar melhor, despolitizar a pandemia. Que nós tenhamos que desarmar os espíritos e tratar o problema como um problema de todos nós, falarmos uma linguagem só, com responsabilidade de informação e acopanhamnto diário para que a nossa população tenha acompanhamento par e passo desta situação, para que tenha rumos coordenados pelo presidente da República, responsável pela organização. E temos um único discurso, coordenado pelo Ministério da Saúde. A Câmara dos Deputados teve no ano passado um comportamento muito ativo e saio daqui para reunião com líderes da Câmara para avaliar projetos de abertura de novos leitos para que a gente possa caminhar no mesmo caminho e na mesma direção.

Governador foi o único a falar em isolamento social

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, foi o único presente a destacar a importância do distanciamento social para conter a disseminação do vírus e reverter a situação crítica da pandemia no país. Os governadores travam uma disputa política com Bolsonaro em torno das medidas de restrição de ciriculação e funcionamento dos comércios nos estados.

—Neste momento, as ações serão feitas também dentro do campo diplomático buscando maior parceria com países que têm hoje uma cota maior de vacinas, que haja compartilhamento conosco, buscando sensibilizar os laboratórios, que hoje têm a tecnologia da vacina, que tem a necessidade em ser compartilhada para que outros laboratórios possam também produzir, tendo em vista que há uma população de 8 bilhões de pessoas no planeta. O ministro da saúde, tendo as credenciais do senhor presidente, instalará no ministério toda uma assessoria com a sociedade científica, médicos e técnicos em todas as áreas da saúde, para, se Deus quiser, habilitar leitos, cuidar da nossa área de médicos e técnicos na área da saúde para prestar assistência à população e pedir a todos que entendam que em situações críticas que estamos vivemos, muitas vezes também se faz necessário o isolamento social.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), aplicou mais uma derrota ao presidente, nesta terça-feira, sobre as críticas do governo federal às medidas impostas pelos governadores com o avanço da pandemia. Mello negou liminar pedida pelo presidente e manteve válidos decretos dos governos do Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul com restrições de circulação de pessoas para conter a Covid-19. A decisão deve ser enviada para análise do plenário, mas ainda não há data definida para o julgamento ocorrer.

 

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