No reino do petismo, carta de Palocci é um constrangedor grito de ‘o rei está nu’
Alberto Bombig
26 Setembro 2017 | 20h31
A carta de desfiliação de Antonio Palocci é daqueles documentos que nascem históricos, seja pelo tamanho e pela importância de seu autor, seja pela coragem de enfrentar o mito construído em torno de Lula e do PT, partido que ele ajudou a fundar e a levar ao poder. Para além da questão das “provas” (essenciais ao debate jurídico), o texto é muito impactante para o mundo político, mais um disparo de bazuca na candidatura Lula, além de colocar a ex-presidente Dilma Rousseff e o PT numa situação no mínimo constrangedora.
Após Palocci comparar PT a seita e atacar Lula, dirigentes petistas falam em 'traição'
Ricardo Galhardo, O Estado de S.Paulo
27 Setembro 2017 | 00h15
O ex-ministro Antonio Palocci, homem forte dos governos do PT e fundador do partido, enviou nesta terça-feira, 26, à senadora Gleisi Hoffmann, presidente da legenda, uma carta na qual oferece sua desfiliação e faz um duro relato pessoal, em tom emotivo, sobre o “acúmulo de eventos de corrupção” nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Em pouco mais de três páginas, Palocci provoca o que foi descrito por um alto dirigente petista como uma “hecatombe” ao dizer que viu Lula se dissociar do “menino retirante” e “sucumbir ao pior da política”.
“Não recebi” O ALUGUEL
O engenheiro Glaucos da Costamarques afirmou em interrogatório perante o juiz federal Sérgio Moro, em 6 de setembro, que não recebeu alugueis pelo apartamento 121 do edifício Hill House, em São Bernardo do Campo (SP), ocupado pelo ex-presidente Lula. Nesta segunda-feira, 25, o petista apresentou recibos que comprovariam o pagamento. O imóvel teria sido adquirido pela empreiteira Odebrecht, por meio de Glaucos – suposto laranja do ex-presidente no negócio -, como forma de propina a Lula, réu nesta ação penal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Impasses no PSDB e PT afetam xadrez eleitoral em São Paulo
A indefinição das campanhas presidenciais do PSDBe do PT embaralha o xadrez eleitoral no Estado de São Paulo. Os dois partidos trabalham para definir seus candidatos, e seus principais aliados monitoram o cenário para bater o martelo sobre quem lançarão ou apoiarão ao governo paulista e ao Senado. No campo do PSDB, o rumo do prefeito paulistano, João Doria, é decisivo. Caso não saia candidato a presidente, mudará de partido? Disputará o governo? Com essas perguntas em mente, DEM, PSD e PSB rascunham estratégias.
Com decisão de afastar Aécio, STF enfraquece Temer em meio à debate sobre nova denúncia
Cai o rei de paus A decisão do Supremo de afastar o senador Aécio Neves (MG) do mandato é um revés não só para o tucano, mas também para Michel Temer. Com essa tacada, o STF deixou sem líder a ala do PSDB que prega o suporte ao presidente e deu mais poder a Tasso Jereissati (CE) — que defendeu o fim da aliança com o governo quando Temer foi denunciado pela primeira vez. Somados, os fatores podem reacender a crise existencial tucana e acabar com o clima de estabilidade na base governista.
Ninguém está agradando
Ninguém está agradando
Walterson Rosa/FramePhoto/Folhapress | ||
O presidente Michel Temer durante cerimônia de lançamento do plano "Progredir", em Brasília |
"A melhora na economia vai ter impacto na eleição de 2018" é uma frase que não diz nada. Cada vez mais gente diz nadas desta espécie. A perspectiva de crescimento entre 2% e 3% no ano que vem, alguma redução no desemprego e um segundo ano de aumento da renda média contribuiriam para tolher extremistas e dar alguma chance a um candidato do "status quo" (pelas "reformas", ao menos), diz a tese. Pode ser. Ou não.