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Impasses no PSDB e PT afetam xadrez eleitoral em São Paulo

A indefinição das campanhas presidenciais do PSDBe do PT embaralha o xadrez eleitoral no Estado de São Paulo. Os dois partidos trabalham para definir seus candidatos, e seus principais aliados monitoram o cenário para bater o martelo sobre quem lançarão ou apoiarão ao governo paulista e ao Senado. No campo do PSDB, o rumo do prefeito paulistano, João Doria, é decisivo. Caso não saia candidato a presidente, mudará de partido? Disputará o governo? Com essas perguntas em mente, DEM, PSD e PSB rascunham estratégias.

As três legendas têm nomes para lançar à sucessão de Geraldo Alckmin (PSDB): o secretário Rodrigo Garcia (Habitação), o ministro Gilberto Kassab (Comunicações) e o vice-governador paulista, Márcio França, respectivamente.

Garcia pediu o apoio do PSDB em jantar na casa de Doria na semana passada, mas líderes do DEM admitem que podem abrir mão da cabeça de chapa se o prefeito decidir disputar o governo.

A conta é similar à de Kassab, com personagens distintos. Segundo aliados do ministro, ele estaria disposto a negociar a vice, em vez de se lançar candidato a governador, se o senador José Serra (PSDB), seu amigo, concorrer.

Outra opção seria apoiar o PSDB e se coligar para disputar na chapa o Senado. As conversas com o PMDB nesse sentido estão encaminhadas. A legenda pretende lançar Marta Suplicy à reeleição no Senado e Paulo Skaf ao governo. Mas, internamente, espera-se a definição nacional.

"Está todo mundo conversando e ninguém se entendendo", diz o ex-governador Luiz Antônio Fleury (PMDB).

O caso de França é particular. Se Alckmin renunciar para disputar a eleição, o vice assumirá. Neste caso, só poderá se lançar à reeleição, e ele já admite que o fará.

Mesmo que para isso não conte com o apoio do PSDB. Isso porque já há três pré-candidatos tucanos: o cientista político Luiz Felipe d'Avila e os secretários estaduais Floriano Pesaro (Desenvolvimento Social) e David Uip (Saúde).

A incerteza no PSDB se estende à vaga no Senado. Aloysio Nunes disputaria a reeleição, mas seus aliados não descartam a hipótese de Alckmin obter a vaga caso Doria saia candidato a presidente.

COM OU SEM LULA

No PT, é a incerteza sobre a candidatura de Lula que lança dúvidas sobre os rumos do partido. O ex-prefeito Fernando Haddad, tido como "plano B" petista caso o ex-presidente seja condenado, sairia do cenário estadual caso fosse escalado para tentar a Presidência. Seu nome é lembrado tanto para o governo quanto para o Senado.

A hipótese não é admitida publicamente, já que o discurso dos petistas é o de que Lula é o candidato até não poder mais ser, ou seja, só deixa a disputa se for impedido judicialmente. Isso ocorreria caso a segunda instância confirme a sua condenação.

Até agora, o único interessado a sair para governador que se movimenta é Luiz Marinho, presidente estadual do partido. Ex-prefeito de São Bernardo do Campo, ele já se colocou internamente.

A Rede espera a definição do PSDB para ver se terá coligação no Estado, já que a possível reorganização dos aliados tucanos pode fazer com que a sigla de Marina Silva se aproxime de algum deles.

"É difícil falar em coligação porque os partidos orbitam em torno do PSDB", diz José Gustavo Fávaro Barbosa, porta-voz da sigla. "Se houver um racha no partido e uma reorganização dos aliados, estamos dispostos a conversar", afirma, referindo-se à disputa entre Doria e Alckmin.

O PSOL ainda discute um nome para o governo. Primeira mulher do partido eleita para a Câmara de Vereadores da capital, Sâmia Bomfim é vista como competitiva.

Outra ala defende a ideia de buscar alguém ligado ao universo acadêmico –como o professor da USP Vladimir Safatle, que quase foi o candidato do PSOL a governador do Estado em 2014, e o professor da Unicamp Plínio de Arruda Sampaio Júnior.

Consenso é que não será lançado para o governo deputado estadual ou federal, mesmo os que teriam potencial de atrair votos, como Luiza Erundina e Carlos Giannazi. Todos os parlamentares devem tentar a reeleição, para reforçar as bancadas da sigla.

No PDT, o nome mais provável até agora é o do ex-deputado federal Gabriel Chalita. "Ele quer ser candidato a [cargo] majoritário, mas a decisão final vai depender das alianças", diz Carlos Lupi, presidente estadual do partido.

A condição, segundo ele, é que coligações não impeçam o palanque no Estado para seu candidato a presidente, Ciro Gomes. "Essa é nossa prioridade", afirma Lupi.

*

URNA PAULISTA
Veja movimentação dos partidos e prováveis candidatos em São Paulo ao governo do Estado e ao Senado

PT

GOVERNO

URNA PAULISTAGabriel Chalita

Luiz Marinho é o único que colocou candidatura e tem se articulado. Fernando Haddad é cotado, mas ainda surge como "plano B" de Lula, caso o ex-presidente fique impedido, e como opção para o Senado

SENADO

URNA PAULISTAEduardo Suplicy
(articleGraphicCaption).

Eduardo Suplicy
Senador por 24 anos, sonha em voltar. Jilmar Tatto quer concorrer para se tornar mais conhecido e tentar ser prefeito de SP em 2020

PDT

GOVERNO

URNA PAULISTA

Gabriel Chalita
Ex-secretário municipal e estadual de Educação, é hoje o nome mais forte do partido para disputar o governo, mas candidatura ao Senado não é descartada

SENADO

URNA PAULISTAAntônio Neto

Antônio Neto
Recém-filiado à sigla, vindo do PMDB, é presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)

Rede

GOVERNO

URNA PAULISTAAlexandre Zeitune

Alexandre Zeitune
Vice-prefeito de Guarulhos, é uma das principais lideranças do partido no Estado

SENADO

URNA PAULISTAEduardo Rombauer

Eduardo Rombauer
Um dos fundadores da Rede no Estado, tem experiência com movimentos sociais e está envolvido com grupos que buscam renovação política

PSOL

GOVERNO

URNA PAULISTASâmia Bomfim

Sâmia Bomfim
Primeira mulher eleita pelo PSOL para a Câmara da capital, vereadora atrai apoio da juventude com pautas como feminismo e direitos humanos

SENADO
A definir

PSDB

GOVERNO

URNA PAULISTALuiz Felipe d'Avila

Oficializaram a pré-candidatura: o cientista político Luiz Felipe d'Avila e os secretários estaduais Floriano Pesaro e David Uip. José Serra é visto como alternativa e uma candidatura de Doria não é totalmente descartada

SENADO

URNA PAULISTAAloysio Nunes

Aloysio Nunes
Seu mandato termina em 2018, mas ele pode não ser candidato à reeleição se o governador Geraldo Alckmin não conseguir a vaga de presidenciável e decidir disputar o Senado

PSB

GOVERNO

URNA PAULISTAMárcio França

Márcio França
Vice de Alckmin vai tentar a reeleição e quer apoio do PSDB, que dificilmente abrirá mão de lançar candidato próprio

SENADO
Aberto para coligações

PSD

GOVERNO

URNA PAULISTAGilberto Kassab

Gilberto Kassab
O ministro tem disposição para disputar, mas caso José Serra, de quem é amigo, seja o candidato do PSDB, poderia sair a vice

SENADO

URNA PAULISTAGilberto Kassab

Gilberto Kassab
Caso não dispute o governo estadual, deve ser o nome do PSD

DEM

GOVERNO

URNA PAULISTARodrigo Garcia

Rodrigo Garcia
Secretário estadual de Habitação, pediu apoio formalmente ao PSDB e só rediscutiria o pleito caso João Doria disputasse, o que é tido como improvável

SENADO
Aberto para coligações

NOVO

GOVERNO

URNA PAULISTAMeyer Joseph Nigri

Meyer Joseph Nigri
Empresário da construtora Tecnisa, teve o nome ventilado, mas o partido diz que ainda procura um candidato

SENADO

URNA PAULISTAChristian Lohbauer

Christian Lohbauer
O cientista político está no processo seletivo interno do partido para a definição das candidaturas

PMDB

GOVERNO

URNA PAULISTAPaulo Skaf

Paulo Skaf
Presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), disputou em 2014 e tem intenção de tentar novamente

SENADO

URNA PAULISTAMarta Suplicy

Marta Suplicy
Candidata derrotada à Prefeitura de São Paulo em 2016, vai tentar renovar seu mandato no Senado / FOLHA DE SP

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