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Deputados do PR discursam pelo impeachment e contrariam Executiva

Embora a orientação da Executiva Nacional do PR seja contrária ao impeachment, deputados do partido usaram quase todo o tempo da legenda, na sessão desta sexta-feira (15) da Câmara, para defender, em plenário, a continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O primeiro a discursar foi o deputado Maurício Quintella Lessa (AL), que deixou a liderança da legenda nesta semana por discordar da posição da cúpula do PR em relação ao impeachment.

“A meu ver a presidente da República cometeu vários crimes de responsabilidade. Por isso, eu, no domingo, vou votar a favor do processo de impeachment”, disse. Quintella foi substituído pelo deputado Aelton Freitas (PR-MG), que foi o único a discursar na tribuna em defesa de Dilma, após as falas pró-impeachment de outros quatro parlamentares da legenda.

Para Quintella, os deputados da legenda precisam ter liberdade para contrariar a posição da Executiva e votar em conformidade com a própria consciência.

“Numa votação dessa natureza, não temos esse vínculo inquebrantável. Nosso partido recebeu vários deputados. No meu caso e de vários outros deputados, ao contrário da Executiva, nós não temos esse vínculo de 14 anos com o governo. E essa não é uma votação de matéria comum. Nós aqui nos tornamos juízes e, como juízes, não podemos, jamais, votar contra nossa consciência”, afirmou.

Segundo a falar pelo PR, o deputado Cabo Sabino (PR-CE) fez duras criticas à presidente Dilma. “Ela usou o patrimônio do povo brasileiro como se dela fosse. Negocia cargos... Para o governo não importa os meios, mas sim o fim. Votar a favor da presidente Dilma é ser sócio de um empreendimento falido”, declarou.

O deputado Bilac Pinto (MG) afirmou que o país está sendo posto à prova e que, de forma "madura", vai fazer a análise do impeachment respeitando a Constituição. Ele também afirmou que a população foi dividida e criticou o uso da palavra "golpe".

"Golpe é deliberadamente mentir para a população com interesse de manter-se no poder. Golpe é tentar esconder a real situação do nosso país, tentando mascarar as finanças públicas. Golpe, acima de tudo, é fazer com que 10 milhões de desempregados fiquem à espera de emprego passando fome dentro das suas casas."

O deputado Laerte Bessa (DF) afirmou que 75% dos votos do partido são pelo impeachment e que o objetivo é tirar o partido "da nossa vida". "O PT quer canonizar a Dilma Rousseff. A Dilma Rousseff é uma desonesta. Ela fez estelionato eleitoral", disse.

O parlamentar  declarou apoio ao vice-presidente da República, dizendo que ele tem a capacidade de tirar o Brasil da crise. "Michel Temer é uma pessoa de bem, é uma pessoa honesta, e jamais ouvi qualquer coisa que desabonasse a sua conduta. Nunca ouvi falar que nosso amigo Michel Temer se envolveu com mensalão, nunca uvi falar que Michel Temer se envolve ucom Caixa de Pandora, nunca ouvi falar que ele se envolveu com Lava Jato."

Último a discursar, o líder do PR, Aelton Freitas disse que não vê cometimento de crime por parte de Dilma e sustentou que um presidente da República não pode ser afastado por “impopularidade”.

“Como disse o doutor Eduardo Cardozo, o presidencialismo é um sistema de governo e o presidente não pode ser afastado por mera decisão política ou circunstância de impopularidade. A defesa da presidente Dilma alerta para eventual inspiração parlamentarista em pleno sistema presidencialista”, destacou.

Para o líder do PR, no regime presidencialista, “a rua cheia não é motivo para afastamento do chefe de governo”. “É preciso, como disse Eduardo Cardozo, de ato doloso, de atentado contra a Constituição”, completou. PORTAL G1

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