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Primeiro deputado a votar, Abel Galinha promete 'surpresa' a eleitores

Galinha promete 'surpresa' a eleitores

  Gilmar Felix/Câmara dos Deputados  
Deputado Abel Mesquita Jr
Deputado Abel Mesquita Jr, o Abel Galinha (DEM-RR)

Primeiro deputado a votar, no próximo domingo (17), sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara, Abel Galinha (DEM-RR) sabe que os holofotes estarão todos sobre ele e disse que prepara uma "surpresa para o povo de Roraima" nos seus dez segundos ao microfone.

A surpresa não dever ser sobre seu voto, anunciado há menos de um mês nas redes sociais –favorável ao afastamento de Dilma– mas sobre o que falará na abertura da votação. "É um momento histórico que o Brasil está atravessando e eu tive o privilégio de ser de Roraima e ter esse nome", disse o deputado, que está em seu primeiro mandato na Câmara.

Abel Mesquita Jr., conhecido como Abel Galinha, será o primeiro porque seu Estado, Roraima, será o primeiro a votar. Dentro do bloco de cada Estado, a ordem é alfabética.

Por coincidência, ele seria o primeiro nome de 513 a ser chamado ao microfone mesmo se a ordem de toda a votação fosse alfabética –algo que foi cogitado por alguns parlamentares.

O deputado por Roraima é dono de uma grande rede de postos de gasolina em seu Estado que leva seu nome. Na Câmara, é membro da Comissão Especial para Regulamentação de Postos de Combustíveis e da CPI da Funai e do Incra, entre outras.

Segundo o Portal da Transparência, sua rede de postos recebeu R$ 1,2 milhão do governo federal no último ano. Deste total, os maiores valores vieram da Polícia Federal (R$ 262 mil), do Ministério da Agricultura (R$ 257 mil) e da Funai (R$ 244 mil).

Começou na vida política em 2012 "a convite", segundo ele, quando concorreu e venceu a eleição para vereador em Roraima.

Abel Galinha foi eleito deputado federal pelo PDT em 2014, passou pelo PMB e se filiou ao DEM no mês passado.

O parlamentar justifica seu voto dizendo que Dilma cometeu "várias irregularidades". "E o povo não pode estar pagando pelas irregularidades das outras pessoas. O povo tem que ser contemplado com a Justiça."

Pela ordem, o último a votar será o deputado Ronaldo Lessa (PDT-AL), que ainda não declarou seu voto.

Pelo levantamento da Folha, o placar já atingiu o mínimo de 342 votos necessários para a aprovação do pedido de impeachment.

 

ORDEM POLÊMICA

A ordem de votação tem sido contestada pelos governistas, que chegaram a levar a questão ao STF (Supremo Tribunal Federal). Diante da pressão, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alterou a ordem de votação anunciada na última quarta (13), e divulgou que seguiria a ordem Norte-Sul, alternada por Estados.

O peemedebista, no entanto, ainda deixou a região Nordeste, onde Dilma Rousseff tem mais apoio, por último. Pela nova ordem, depois de Roraima, virá o Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Isso ocorre porque, segundo o entendimento de Cunha sobre o regimento, devem ser chamados um Estado do Norte e do Sul e depois vice-versa (Sul e Norte).

A maioria do STF validou, na noite de quinta (14), a ordem de votação determinada por Cunha.

Quando se esgotarem os três Estados do Sul, seguirão alternando os do Norte com os do Centro-Oeste, e depois com os do Sudeste. Os Estados do Nordeste entrariam por último, seguindo os do Norte no revezamento.

Isso fará com que os cinco últimos Estados sejam do Nordeste: Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas. Segundo levantamento da Folha, nestes cinco, 26 dos 93 votos (28%) são contrários ao impeachment –índice bem maior do que em outras regiões.

A Bahia é o que tem cenário mais favorável a Dilma: 16 dos 39 votos (41%) são contra o afastamento e 14 a favor.

Nos três Estados da região Sul, ao contrário, 75% dos 77 votos são a favor do impeachment.

A ordem da votação importa porque o placar parcial no domingo pode representar uma pressão de última hora sobre os ainda indecisos. Para os governistas, Cunha quer criar uma "onda" favorável ao impeachment durante a votação.

Na nova ordem, também se concentram mais deputados indecisos nos cinco últimos Estados do que nos seis primeiros.

No entendimento dos governistas, a ordem deveria ser Norte-Sul, mas os Estados do Sul devem ser os últimos, numa ordem geográfica que desce do Norte e Nordeste em direção ao Sul.  FOLHA DE SP

 

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