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Quem tem caneta tem força: Bolsonaro obtém vitória maiúscula

 

Para a surpresa de ninguém, além de Rodrigo Maia – também conhecido como Botafogo nas planilhas de propina da Odebrecht -, Arthur Lira (PP), duplo réu criminal no STF, venceu a disputa para a presidência da Câmara dos Deputados em embate direto com Baleia Rossi (MDB), candidato opositor à coligação bolsonarista que apoiou o líder do centrão.

Um pouco antes, outro aliado do presidente, Rodrigo Pacheco (DEM), levou a presidência do Senado Federal. Assim, Jair Bolsonaro fez barba, cabelo e bigode, o que é excepcional para ele, já que agora a possibilidade de impeachment é praticamente zero. Porém o devoto da cloroquina não poderá mais culpar o Congresso Nacional por seu fracasso como governante.

Pacheco não possui – ainda! – grandes pecadilhos a seu desfavor. Oxalá permaneça assim, mesmo tendo se aliado a um governo que não merece crédito. Já Lira, sua eleição comprova a tese que “cada povo tem o governo que merece”. Nesse caso, “cada Câmara tem o presidente que merece”. Lembremos que quase ⅔ da Casa responde a processos judiciais.

Arthur Lira não pautará nada que desagrade o governo nem que desagrade à corja que lhe dá suporte. Prisão em segunda instância? Esqueça! Penas mais duras para corrupção? Sem chance! Fim dos super salários e privilégios? Conte outra! Lira é o par perfeito para um presidente como o amigo do Queiroz. Afinal, um gambá cheira o outro. Sempre!

Bolsonaro repete Lula, Dilma e Temer: abre o cofre e compra a eleição de aliados. O discurso do fim do “toma lá dá cá” era tão falso quanto o do combate à corrupção. O maridão da receptora de cheques de milicianos reassume a verdadeira vocação: um deputado do baixo clero à mercê dos caciques do centrão. Só que, agora, com a caneta presidencial nas mãos.

Mas lembremos ao pai do senador das rachadinhas: não há mal que sempre dure, nem alegria que nunca acabe. Ao trocar alianças com o diabo, Bolsonaro leva o inferno para a lua de mel. Resta saber o que findará primeiro: se o casamento ou a grana para sustentar todas as famílias do chifrudo. E, nesse caso, não haverá tratamento precoce que salve o mito do caldeirão do Lira. ISTOÉ / 

Ricardo Kertzman

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