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Conheça os candidatos 'nanicos' na eleição à presidência da Câmara

Bruno Góes e Julia Lindner / o globo

 

BRASÍLIA - Longe dos holofotes, os candidatos nanicos que disputam as presidências de Câmara e Senado ainda patinam para conseguir apoio. Sem respaldo dos próprios partidos, os deputados Fabio Ramalho (MDB-MG), Capitão Augusto (PL-SP), André Janones (Avante-MG) e Alexandre Frota (PSDB-SP) fazem campanhas modestas. No Senado, Major Olímpio (PSL-SP) vive situação semelhante. As duas casas legislativas têm disputas polarizadas, com Arthur Lira (PP-AL) x Baleia Rossi (MDB-SP) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) x Simone Tebet (MDB-MS).

Na Câmara, Ramalho é o mais popular entre os nanicos. Conhecido por organizar banquetes para aliados, já preparou, inclusive, almoço para o presidente Jair Bolsonaro, no ano passado. Ele costuma levar queijos, doce de leite e feijão tropeiro. A especialidade, porém, é o leitão a pururuca.

A campanha de Ramalho é voltada para o parlamentar do fundo do plenário, o do chamado baixo clero. Há dois anos, também concorrendo avulso, teve 66 votos.

Já Capitão Augusto está em campanha há um ano, mas não conseguiu deslanchar. Presidente da bancada da bala, adotou em julho passado uma estratégia insólita: passou a distribuir dois modelos de anéis aos colegas, um banhado a ouro e outro de prata. Disse que teve a ideia após ser “muito elogiado” ao desfilar pelo plenário com o adereço dourado, que carrega a inscrição “Poder Legislativo” e o desenho do Congresso. Ele reconhece que “só um milagre” permitirá sua vitória.

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Alexandre Frota também lançou sua candidatura esta semana. Sua principal plataforma é aceitar um pedido de impeachment contra Bolsonaro. “Chega, acabou só carta de repúdio, disse me disse, são duas doenças que precisamos combater, a Covid-19 e Bolsonaro”, escreveu o parlamentar nas redes sociais.

Outro “outsider” que também aposta nas redes é André Janones. Ele ficou conhecido e gerou rejeição entre os colegas quando disse que revelaria os “canalhas” e “vagabundos” da Câmara. O caso provocou uma representação no Conselho de Ética, mas o colegiado está paralisado desde o início da pandemia. Até agora, Janones não anunciou sequer um aliado. Para justificar a situação, diz que “a grande mídia” esconde sua candidatura.

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Mais dois nanicos devem ainda se lançar na Câmara. O partido Novo, que tem oito deputados, deve anunciar hoje uma candidatura própria. A bancada divulgou um documento sobre as pautas prioritárias da legenda, mas disse não ter conseguido compromisso dos favoritos.

Já o PSOL terá sua situação definida na sexta-feira. Na bancada de dez deputados, cinco defendem o apoio desde já a Baleia Rossi e outros cinco uma candidatura própria. Para que o impasse seja resolvido, a Executiva decidirá e a tendência é de lançar um nome para marcar posição.

Situação no Senado

No Senado, Major Olímpio diz que decidiu se lançar na disputa por “não aguentar mais gente que faz ‘mais do mesmo’ e que usa o cargo para as benesses e prerrogativas”.

Nos bastidores, porém, aliados de Olímpio acreditam que ele ainda pode abrir mão em favor de Simone Tebet, vista como um nome mais independente em relação ao Executivo. Os dois devem ter uma conversa nos próximos dias.

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Outro candidato que se dizia independente já tomou esse caminho ontem. Jorge Kajuru (Cidadania-GO), que possui outros dois companheiros de bancada, participou do anúncio da sigla em favor da candidata do MDB. “Sou Simone Futebol Clube até o fim, mas do meu jeito”, escreveu o parlamentar nas redes sociais. O senador é conhecido por seus discursos estridentes.

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