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Sócio da Yacows diz que empresa fez disparos em massa para Bolsonaro, Haddad e Meirelles

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Lindolfo Antônio Alves Neto (segundo da direita para a esquerda), sócio-proprietário da Yacows, durante depoimento à CPI das Fake News — Foto: Pedro Henrique Gomes/G1

 

O sócio-proprietário da Yacows, empresa de marketing digital citada no caso de disparos de mensagens em massa na campanha eleitoral de 2018, Lindolfo Antônio Alves Neto, afirmou nesta quarta-feira (19) que prestou serviços para as campanhas do presidente Jair Bolsonaro (na época no PSL, hoje sem partido), de Fernando Haddad (PT) e Henrique Meirelles (MDB).

Procurada, a assessoria de Meirelles informou que não vai comentar o assunto.

A assessoria de Fernando Haddad afirmou que foi contratado um plano de comunicação que incluía disparos de mensagens via WhatsApp quando ele assumiu a candidatura do PT a presidente da República nas eleições de 2018. Informou ainda que o serviço foi contratado por uma empresa terceirizada, que já utilizava a plataforma, e custou R$ 80 mil.

G1 também procurou a assessoria de Bolsonaro e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.

Alves Neto afirmou que o pacote contratado pela campanha de Bolsonaro custou R$ 1.680 e permitia 20 mil disparos de mensagens, mas que elas foram enviadas para 900 destinatários. Ele não explicou porque foram disparadas menos mensagens que as contratadas.

 

Segundo Alves Neto, no caso de Haddad o serviço de disparo de mensagens não foi contratado pela campanha do petista mas por uma agência que ele disse crer que trabalhava para a campanha.

"Fernando Haddad é um caso específico, porque uma agência, que eu acredito que faça campanha para ele, já utilizava a plataforma e utilizou a nossa ferramenta. Logo, diretamente não foi feito [disparo em massa para a campanha], indiretamente sim", afirmou.

O empresário afirmou que a Yacows não faz campanha eleitoral e não trabalhou na construção do conteúdo a ser disparado. Segundo Alves Neto, tanto o conteúdo das mensagens quanto os destinatários que as receberiam foram disponibilizados pelas campanhas dos candidatos.

Sobre a campanha de Meirelles, Alves Neto afirmou que o contrato foi de R$ 2 milhões e que o pacote previa entre 10 e 15 milhões de disparos.

 

Juramento

O sócio-proprietário da Yacows se recusou a jurar dizer a verdade. O entendimento de sua defesa foi o de que ele é também investigado pela CPI, o que não o obriga a dizer a verdade, dado que todo cidadão tem o direito de não produzir prova contra si mesmo.

O presidente da comissão, senador Angelo Coronel (PSD-BA), tentou demovê-lo da ideia afirmando que Alves Neto poderia permanecer calado sobre os assuntos que julgasse atentarem contra sua defesa, mas a posição foi mantida.

Um ex-funcionário da Yacows, Hans River do Nascimento, está sendo acusado de mentir durante o depoimento dado à CPI das Fake News.

River, que fez o juramento, afirmou, sem apresentar provas, que a jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal "Folha de S. Paulo", "se insinuou" para ele a fim de obter informações para a reportagem que revelou o esquema de disparo em massa de mensagens por Whatsapp na campanha presidencial de 2018.

Na ocasião, a "Folha de S.Paulo" publicou mensagens trocadas entre a jornalista Patrícia Campos Mello e Hans River do Nascimento que desmentiram as afirmações dele feitas à comissão. Por isso, Hans River deve ser convocado novamente para depor.

Segundo integrantes da CPMI, ele não prestou os esclarecimentos que deveria sobre o caso.

A relatora da CPI, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), apresentou representação para que Rivers seja investigado. Comissões Parlamentares de Inquérito têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e podem tomar medidas legais em caso de quebra de juramento.

Como eram feitos os disparos

Alves Neto explicou como sua empresa consegue criar as contas no WhatsApp para disparar as mensagens.

Ele afirmou que a empresa consegue gerar os números telefônicos das linhas e criar as contas no aplicativo sem precisar associar a linha a um número de CPF. Todo o processo, afirma Lindolfo, é feito antes do cadastro da linha, que sequer é realizado.

Segundo o sócio da Yacows, o processo para se criar uma conta e disparar mensagens no WhatsApp era o seguinte:

  • O chip é comprado novo e inserido em um celular.
  • Assim que é inserido, o chip automaticamente começa a receber o sinal e informações da operadora, como mensagens de boas vindas.
  • Então, a operadora gera o número do chip e envia ao telefone via SMS.
  • O número é utilizado para fazer o cadastro no WhatsApp, que envia um código de autenticação também via SMS ao telefone.
  • A empresa recebe o código via SMS e a conta no aplicativo de mensagens é confirmada e fica pronta para fazer os disparos.
  • Depois do processo, o chip é descartado.

Alves Neto apresentou um vídeo aos parlamentares da CPI em que o processo é realizado em dois celulares.

Porém, ele afirmou que 70% dos chips que a empresa utiliza são reutilizados de empresas que prestam outros tipos de serviço, como empresas de call centers e de disparo de SMS.

Os parlamentares questionaram se as linhas reutilizadas eram ligadas a CPFs de terceiros. O dono da empresa afirmou que não tinha detalhes operacionais de como essas linhas funcionavam.

 

 

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