‘Cinismo da Câmara tem limite’, declara Jarbas
Espécie de cavaleiro solitário no PMDB, o deputado Jarbas Vasconcelos (PE) avalia que a tranqulidade imperial do também peemedebista Eduardo Cunha precisa ser interrompida. Diante da conversão de Cunha em réu no STF, Jarbas avalia que é preciso arrancá-lo da poltrona de presidente da Câmara. O deputado cobra providências dos líderes partidários. Algo que vá além do gogó.
“Cabe agora ao colégio de líderes da Câmara adotar providências imediatas para o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Casa. O cinismo que vigora na Câmara tem limite. É uma imoralidade e uma indecência ele ainda presidir a Câmara dos Deputados. Os líderes dos partidos, que têm vez e voz, têm que tomar providências, precisam agir.”
Os líderes reúnem-se semanalmente com Cunha para definir a pauta de projetos a serem votados no plenário da Câmara. No final do ano passado, lideranças oposicionistas esboçaram um boicote à reunião. Durou pouco. A normalidade atípica logo foi restabelecida.
Para Jarbas, a decisão do STF de transformar a denúncia contra Eduardo Cunha em ação penal, enviando-o ao banco dos réus, tornou inaceitável o que já era inacreditável. “Se uma pessoa sem ética e sem moral conduz os trabalhos da Câmara e os demais deputados aceitam que isso aconteça, todos acabam se nivelando a ele. É uma situação que revolta o povo e que deveria envergonhar os parlamentares. Todo o país está acompanhando essa vergonha que está acontecendo na Câmara.”
Nesta quarta-feira, nas pegadas da sessão do STF em que se formou a maioria de seis votos contra Cunha, líderes oposicionistas escalaram a tribuna para defender a saída do réu do comando da Câmara. Mas não há, por ora, vestígio de uma articulação capaz de transformar o vapor das palavras na energia que impulsiona os gestos. JOSIAS DE SOUZA