Zezinho quer evitar debate eleitoral
O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Zezinho Albuquerque (PDT), vai se reunir com o colégio de líderes para firmar um acordo sobre como os parlamentares devem se comportar neste período pré-eleitoral.
O objetivo é tentar evitar que a tribuna da Casa se torne palanque ou arena para disputas entre deputados. Pelo menos oito parlamentares são pré-candidatos à prefeitura em diversas cidades. Apenas na Capital, os deputados Renato Roseno (Psol), Capitão Wagner (PR), Heitor Férrer (PSB) e Tin Gomes (PHS) devem entrar na disputa contra o prefeito Roberto Cláudio (PDT). Para o petista Moisés Braz, a “municipalização” dos debates é quase inevitável. No entanto, ele lamenta que esse tipo de conduta polarize as discussões e tire o espaço de temas mais importantes para o estado como um todo.
“Se for para debater proposta ou projeto, é positivo. O que não dá é para fazer deste espaço um campo de batalha”, disse Moisés.
O pré-candidato Capitão Wagner discorda do colega. Ele acredita que a Assembleia é o espaço ideal para debater os problemas dos municípios. “A maior parte dos meus eleitores é de Fortaleza, onde consegui 102 mil votos. Falar da cidade é quase que uma obrigação para mim. Portanto, a tribuna deve ser usada, sim. Mesmo em tempo de eleição, a legislação permite”, argumenta. Wagner critica a postura de Zezinho em querer priorizar um acordo sobre os debates em período pré-eleitoral. “A Mesa realmente deve se reunir com o colégio de líderes, mas há coias mais urgentes para resolver, como as CPIs que não andam”, lembra.
De acordo com o assessor-chefe da Procuradoria Regional Eleitoral, Franco Zuza Nóbrega, um novo dispositivo na lei das eleições permite que candidatos usem a tribuna, seja para criticar adversários, seja para apontar problemas nas cidades. Segundo ele, o texto é claro ao estipular: “Não configura propaganda eleitoral antecipada, desde que não envolva pedido explícito de voto a menção à pretensa candidatura”. OPOVO