PF e MPF cumprem 22 mandados de prisão no RJ e em SP por fraudes na Saúde
A força-tarefa da Lava Jato deflagra na manhã desta quarta-feira (4) a Operação Ressonância, desdobramento da Fatura Exposta, que mira esquemas de corrupção na Secretaria Estadual de Saúde do RJ. Há 14 mandados de prisão no Rio e oito em São Paulo. Os empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita, presos na primeira fase e soltos meses depois por Gilmar Mendes, são alvos de prisão.
Desta vez, o Ministério Público Federal se debruça sobre grandes multinacionais fornecedoras de material hospitalar, envolvidas em fraudes em licitação e formação de cartel. Em São Paulo, a força-tarefa mira executivos da Philips, e há busca e apreensão na sede da empresa. A 7ª Vara Federal Criminal também decretou o bloqueio de bens dos investigados no valor de R$ 1,2 bilhão.
Equipes voltam à casa do ex-secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes. Há mandado de busca e apreensão. Policiais também estão na residência de André Loyelo, atual diretor do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), contra quem há mandado de prisão temporária.
A Operação Ressonância mobiliza o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, o Conselho de Defesa Administrativa, o Tribunal de Contas da União, a Controladoria-Geral da União, a Receita Federal e a Polícia Federal.
O G1 enviou e-mail à assessoria de imprensa da Philips às 7h15 e aguarda posicionamento. A defesa dos demais envolvidos também está sendo procurada para esclarecimentos.
Fraudes no Into
Na primeira etapa da Fatura Exposta, em abril de 2017, foram presos, além de Iskin, Sérgio Côrtes e o empresário Gustavo Estellita. A operação investigava fraudes em licitações para o fornecimento de próteses para o Into. Os desvios chegaram a R$ 300 milhões entre 2016 e 2017.
A suspeita é que Côrtes favoreceu a empresa Oscar Iskin, da qual Miguel é sócio, em licitações. Estellita é sócio de Miguel em outras empresas e já foi gerente comercial da Oscar Iskin. A empresa é uma das maiores fornecedoras de próteses do Rio.
Em dezembro de 2017, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar Iskin e Estellita. Mendes substituiu a prisão preventiva por medidas alternativas - não falar com outros investigados, ficar em casa à noite e nos fins de semana e entregar o passaporte.
Em fevereiro de 2018, foi a vez de Côrtes deixar a prisão, também por determinação de Gilmar Mendes.