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Ao chamar anúncio da Jovem Pan-BH de “pensão”, Joesley barbariza e faz o jogo do MPF; contra Aécio, vale qualquer coisa

Notem que a falsa informação da doação de R$ 110 milhões a Aécio Neves — tratou-se de doações eleitorais a partidos, com notas e recibos (ver post acima) — vem a púbico logo depois de o Supremo ter aceitado a denúncia contra o senador, oferecida pela Procuradoria Geral da República, e antes de Edson Fachin, relator das delações de Joesley Batista e sua turma, tomar a decisão sobre o destino que dará às ditas-cujas.

E não veio sozinha. O troço é feito para aniquilar mesmo. Outra informação supostamente bombástica: Joesley teria pagado uma pensão mensal de R$ 50 mil ao senador por intermédio da rádio Arco Íris, de Belo Horizonte, retransmissora da Rádio Jovem Pan, de que ele era sócio. Será mesmo?

A verdade é que marcas pertencentes à J&F anunciavam no “Jornal da Manhã”, noticiário veiculado pela rádio. Trata-se de uma relação comercial. Mais uma vez, Joesley apresenta notas fiscais — emitidas, no caso, pela emissora — para comprovar a sua suposta denúncia. Mas esperem: também nesse caso, as notas são provas da defesa, não da acusação. Os comerciais foram efetivamente ao ar. A Jovem Pan-BH emitiu a seguinte nota oficial, anexando propagandas veiculadas:
A Jovem Pan BH (Rádio Arco Iris) – emissora líder  de audiência no seu segmento em Belo Horizonte – manifesta surpresa com a declaração do delator Joesley Batista que tenta dar caráter político a uma relação estritamente comercial, comprovadamente correta,  legal e  legítima na prestação de serviços publicitários pela emissora a empresas do grupo J&F.
Toda a relação comercial com o grupo J&F está documentada por trocas de emails com tratativas comerciais mantidas com áreas de marketing de empresas, como Vigor , Itambé e Seara,  negociações  nos preços de tabela, comprovantes de veiculação de comerciais e notas fiscais, que se encontram no arquivo do departamento comercial da emissora. Toda essa documentação está  à disposição das autoridades.
Em anexo, comerciais veiculados pela emissora
 “

Entenderam o ponto? Joesley diz o que bem entende, não precisa provar nada; usa a seu favor provas que depõem a favor daquele que é alvo de sua acusação e vira o mocinho da notícia. É do balacobaco!

Os comerciais estão lá: Itambé, Vigor Grego, Seara, Requeijão Vigor…

Parece-me que suspeito seria se a Jovam-Pan-BH levasse ao ar de graça os anúncios das marcas do grupo J&F…

Com a devida vênia, a imprensa, de maneira geral, não deveria compactuar com o expediente. Daqui a pouco o sr. Joesley vai dizer que todos os seus anúncios na grande imprensa eram parte de um plano que ele tinha para comprar o apoio da mídia, não é? Afinal, ele poderia perfeitamente vir com esta: “Eu investia na campanha do Aécio esperando que ele fizesse algo em favor do grupo no futuro e investia na imprensa esperando que esta nos beneficiasse no noticiário”.

É o fim da picada!

Mas a questão que resta: por que isso agora?

Porque Edson Fachin tem de tomar uma decisão.

REINALDO AZEVEDO

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