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Novo delator promete mapa da propina em Pasadena

PASSADENA

 

CURITIBA - Uma nova frente de investigação será aberta na Lava-Jato com a promessa de Diego Candolo, apontado como responsável pelo pagamento de propina no exterior pela compra da refinaria de Pasadena, de entregar documentos sobre o esquema de corrupção às autoridades do Brasil e da Suíça. Ele já adiantou que, do total distribuído em suborno pela refinaria norte-americana, US$ 6 milhões foram direcionados para diretores da área internacional da Petrobras, comandada por indicados do PMDB.

O nome de Candolo já havia surgido nas investigações sobre uma Range Rover comprada por Nestor Cerveró, ex-diretor Internacional da estatal, em 2012. As informações prestadas pelo novo colaborador, segundo as investigações, são essenciais para desvendar o repasse de recursos a políticos do PMDB. Os investigadores estão convencidos de que Fernando Soares, o Fernando Baiano, não foi o único operador do partido.

Candolo, de cidadania suíça e panamenha, operava contas na Suíça e em Lichtenstein. Ele aceitou colaborar com as investigações do Ministério Público da Confederação Suíça e da força-tarefa da operação Lava-Jato. Os investigadores chegaram ao valor de propina para a diretoria internacional não só em razão desta colaboração, mas também com a delação de Baiano, que, juntamente com Candolo, intermediava o esquema a favor do PMDB.

O negócio de Pasadena, fechado pela Petrobras em 2006, resultou num prejuízo de US$ 790 milhões à estatal, segundo valores atualizados. No fim do ano passado, relatório da Controladoria Geral da União (CGU) já indicava um rombo de US$ 659,4 milhões.

Os documentos prometidos por Candolo mapeiam as transferências de valores feitas no exterior e ajudam a comprovar as informações prestadas por Baiano, que já havia afirmado que a refinaria do Texas rendeu, no total, US$ 15 milhões em propina. Parte desse dinheiro também teria abastecido caixas de políticos do PT, que nega as acusações.

O então diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, já havia confessado ter recebido US$ 1,5 milhão apenas para “não atrapalhar o negócio”. A quantia, segundo ele, foi depositada no Vilartes Bank justamente por Candolo.

Desde a semana passada, a Polícia Federal trabalha com a hipótese de que Baiano não é o único operador do PMDB, como se pensava no início das investigações, principalmente após a acareação realizada com Costa, marcada por divergências. Delação pode desvendar pagamentos

Na avaliação dos investigadores, essas divergências seriam resultado de desconhecimento, por parte de Baiano, de algumas negociações, uma vez que ele não teria feito a totalidade dos repasses e nem faria parte da estrutura da Petrobras. Baiano já foi condenado na primeira instância da Justiça Federal em Curitiba a 16 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sob acusação de receber US$ 40 milhões de propina nos anos de 2006 e 2007 para intermediar a contratação de navios-sonda para a perfuração de águas profundas na África e no México.

Pelas contas de Baiano e Candolo passaram recursos destinados também a Cerveró. Especula-se que o ex-diretor negociou delatar o esquema, mas investigadores consideraram que ele não tinha elementos suficientes. Também estão sendo investigados os repasses a Jorge Zelada, que sucedeu Cerveró e já teve 10 milhões de euros bloqueados no Principado de Mônaco, de acordo com o MPF. O GLOBO

 

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