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Fraudadores criavam ‘aposentadorias’ em quatro minutos, diz PF

Julia Affonso e Fausto Macedo

26 Novembro 2018 | 18h11

 

A vereadora Elian Santana. Foto: Repórter Diário

 

esquema de aposentadorias fraudadas que tinha seu reduto principal instalado no gabinete da vereadora Elian Santana (SD), da Câmara de Santo André (Grande São Paulo), provocou um rombo de R$ 170 milhões, segundo estimativa da Polícia Federalem São Paulo. Nesta segunda, 26, a PF deflagrou a Operação Barbour e prendeu a vereadora e mais três investigados.

Segundo a PF, os pedidos de aposentadoria eram ‘aprovados’ em apenas quatro minutos ‘sem que houvesse qualquer tipo, aparentemente, de avaliação dos documentos apresentados’.

Além de Elian foram capturados por ordem judicial a chefe de gabinete da vereadora, Luciene Aparecida Ferreira Souza, um intermediário do esquema, Adair Assah e, ainda, Vitor Mendonça de Souza, funcionário público lotado na Agência INSS de Diadema – na residência deste servidor, os agentes federais apreenderam R$ 42 nil e US$ 3 mil em dinheiro vivo.

O suplente de Elian, Vavá da Churrascaria (SD), pode assumir a cadeira.

O nome da operação, Barbour, remete a um cientista que desenvolveu uma tese de que o tempo, na realidade, não existe.

Segundo a Procuradoria da República e a PF, no gabinete de Elian ‘as fraudes eram coordenadas’. O grupo da vereadora ‘aliciava pessoas, a maioria servidores do Banco do Brasil, interessadas em supostos serviços de assessoria previdenciária para antecipar a obtenção da aposentadoria’.

Os envolvidos atendiam os clientes à distância ou presencialmente, na sala da vereadora. Com os documentos em mãos, os criminosos procediam à falsificação de outros papéis para forjar o aumento do tempo de contribuição ao INSS e, com isso, viabilizar a liberação dos benefícios

O repórter Gabriel Prado, da Globo News, informou que funcionários de bancos públicos e privados e, ainda, de empresas de telefonia, apresentavam documentos falsos de insalubridade para agilizar o fechamento de processos de aposentadoria.

O delegado Marcelo Ivo de Carvalho, que integra a força-tarefa da Operação Barbour, destacou que o grupo da vereadora Elian Santana e os ‘candidatos’ à aposentadoria antecipada se reuniam todas as segundas-feiras no gabinete da parlamentar, no prédio da Câmara de Santo André.

Carvalho observou que o esquema compreendia até a falsificação de perfis profissiográficos dos beneficiários. O perfil profissiográfico previdenciário é um documento histórico-laboral.

Segundo a PF, os documentos continham dados adulterados sobre atividades ‘insalubres’ e ‘perigosas’ que os beneficiários jamais haviam exercido anteriormente.

COM A PALAVRA, VEREADORA ELIAN
A reportagem está tentando contato com a defesa da vereadora Elian Santana. O espaço está aberto para manifestação também dos outros investigados.

COM A PALAVRA, A PRESIDÊNCIA DA CÂMARA DOS VEREADORES DE SANTO ANDRÉ

Na manhã desta segunda-feira (26/11), a Polícia Federal cumpriu três mandados de busca e apreensão no gabinete da vereadora Elian Santana (SD). A investigação, que ocorre de forma sigilosa, é denominada Operação Badour, que apura possíveis fraudes previdenciárias ocorridas na Agência do INSS de DIADEMA. A Câmara Municipal de Santo André ressalta que preza pela transparência e que está à disposição para esclarecimentos.

Att.
Presidente da Câmara Municipal de Santo André,
Almir Cicote.

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