Governo demite diretor do INSS envolvido em contratação de empresa de informática Leia mais: https://oglobo.globo.com/brasil/governo-demite-diretor-do-inss-envolvido-em-contratacao-de-empresa-de-informatica-22959169#ixzz5NbbITB8B stest
BRASÍLIA — O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, exonerou o diretor de Atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Ilton Fernandes. A demissão foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira. Ilton é mais um integrante do quadro do INSS a ser demitido depois de O GLOBO ter revelado que o órgão contratou por R$ 88 milhões a empresa RSX Informática sem receber qualquer produto em contrapartida.
Vencedora do contrato milionário para fornecimento de um programa de computador ao INSS, a empresa estava registrada no mesmo endereço de um pequeno estoque de bebidas, em Brasília, e não tinha condições de produzir e entregar os produtos para o qual foi contratada.
O negócio com a empresa foi formalizado em contrato assinado no dia 13 de abril. Dez dias depois, o diretor de Atendimento do INSS, Ilton Fernandes, e o gestor nomeado do contrato com a RSX, Ornon Vasconcelos, assinaram um documento no qual atestaram o suposto recebimento de quatro licenças de software da RSX e liberaram o pagamento de R$ 4,6 milhões à empresa. Técnicos do INSS, no entanto, confirmaram que o documento foi redigido e o dinheiro liberado sem que nenhum produto tivesse sido entregue ao órgão. O caso também levou à demissão do presidente do INSS, Francisco Lopes.
LEIA: Dono de empresa de fachada conta que recebeu R$1 milhão do governo sem prestar serviço
A exoneração de Fernandes acontece no momento em que O GLOBO publica uma série de reportagens sobre contratos milionários do Governo Federal na área de Tecnologia da Informação. Com o auxílio da Associação Contas Abertas, que realizou uma ampla varredura no sistema de compras do governo, O GLOBO descobriu que apenas em 2017 a máquina federal desembolsou R$ 4,8 bilhões com gastos em tecnologia da informação. O vale do silício candango faturou R$ 3 bilhões desse bolo, sendo a imensa maioria dos contratos sem licitação. O GLOBO