ÁGUA DOCE: CANINDÉ TEM O MAIOR NÚMERO DE SISTEMAS DO CEARÁ
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23 SISTEMAS BENEFICIAM 1.119 FAMÍLIAS QUE NÃO DEPENDEM MAIS DO CARRO PIPA
‘’Não é novidade, é quase um milagre’’. A frase da jovem Anália Maria Ribeiro Freitas, que faz parte das 22 famílias da comunidade de Cametá, que fica a 50 quilômetros da sede de Canindé, retrata com eficiência a importância do Programa Água Doce, no semiárido nordestino.
Anália foi uma das moradoras do semiárido que recebeu recentemente a visita da caravana das águas, formada pela consultora do Programa Água do Doce Solange Amarílis dos Santos Secretaria de Recursos Hídricos e Meio Ambiente Urbano e Departamento de Revitalização de Bacias Hidrográficas do Ministério do Meio Ambiente, além de Jane Guedes – Mobilizadora Social do Programa Água Doce – CE, e, Liduína Carvalho, geóloga da Secretaria de Recursos Hídricos e o Secretário da Agricultura e Recursos Hídricos de Canindé, engenheiro agrônomo Roberto Lopes.
Durante a visita Solange Amarílis conversou com os moradores das localidades de Cametá, Lagoa Verde e Canudos, e pode ouvir a narrativa de cada um que se misturava a emoção de ter água na torneira. ‘’. Fico emocionado ao ver tudo isso. Antes nós bebíamos água sem procedência e que gerava uma série de doenças, principalmente nas crianças’’, disse Luís Isidio da Silva, 70 anos, conhecido com Luís Dão com os olhos cheios de lágrimas. Ele mora em Cametá há 54 anos.
‘’. Passei minha vida inteira carregando água no lombo de um jumento. Foi o sofrimento pior de minha vida’’, frisou. Canindé, localizado numa área 3.218,841 km2, onde a média pluviométrica é 756 milímetros anos e enfrenta cinco anos de seca, é um dos primeiros do Estado a ser contemplado com um programa de largo alcance social que irá acabar de vez com o problema de abastecimento humano e tirar de cena o famigerado carro e o jumento pipa, que ainda é fácil de encontrar no Sertão.
23 comunidades ganharam o benefício. Em vários locais o sistema está instalado, garantindo cidadania, respeito ao meio ambiente e matando a sede de várias famílias com apenas R$ 1,00 para 20 litros de água potável e pronta para o consumo. Cada empreendimento custou aos cofres públicos R$ 144.576,00. Até a energia é paga pela comunidade. No último vencimento, a taxa foi de R$ 52,27em Cametá.
Forma atendidas 1.119 famílias, em 23 locais que agora tem água de qualidade para o consumo humano, num investimento de R4 2.518.806,73
Nas comunidades foram instalados tanques cochos para consumo animal da água concentrado proveniente do processo de dessalinização, e para a preservação do solo e meio ambiente foram instalados tanques de contenção do concentrado, além de três caixas de cinco mil litros de água doce, bruta concentrado. Francisco Isidio Filho, Presidente da Associação Comunitária de Cametá que mora na localidade há 40 anos disse que sua vida mudou e até as doenças causadas pela água sumiram com a chegada do ‘’Água Doce’’. ‘’Agora somos tratados como pessoas’’.
Criado em 2008, a ação atende prioritariamente às populações de baixa renda em comunidades difusas do Semiárido. Canindé de acordo com o indicie de criticidade do acesso à água é o sexto mais crítico no Sertão Central.
Conforme o Ministério do Meio Ambiente, o programa continua implantando equipamentos em 47 cidades cearenses em situação mais crítica. A Região dos Sertões de Canindé é uma das mais prejudicadas em termos de águas subterrâneas. Cerca de 80% do seu território encontra-se sobre o embasamento cristalino, onde predominam solos rasos. Os poços localizados nessas zonas, em sua maioria apresentam altas concentrações de sais, que podem colocar em risco a saúde humana.
Essa é uma ação estruturante em parceria direta com o Governo do Estado e os Municípios. O objetivo é diminuir a carência das comunidades que não tem acesso à água de qualidade. O programa exige a gestão sustentável dos sistemas para isso conta com a colaboração de um grupo gestor eleita pela comunidade para a operação e cuidados com os equipamentos, explica o Secretário de Agricultura e Recursos Hídricos de Canindé Roberto Lopes.
Segundo ele, primeiro, foi feito um estudo de diagnósticos em 34 localidades de Canindé e desse total, apenas 23 foram contempladas porque atendem aos critérios técnicos preestabelecidos pelo Programa. Para não prejudicar o solo foi instalado tanques de contenção. Por meio de um acordo de gestão feito pela comunidade são definidas as regras de funcionamento do sistema como os dias e horários de distribuição da agua e quem gerencia o programa. Os operadores recebem uma capacitação e a comunidade uma oficina de sustentabilidade ambiental. O Programa atende comunidades com no mínimo 20 famílias. A Comunidade beneficiada deve ter um poço profundo com vazão de mil litros por hora, explica. Faz parte da lista dos beneficiados Assentamentos Alegre, Canudos, Santa Clara II, Piedade dos Targinos, Lagoa Verde, Pedras – Nova Vitoria, Cachoeira dos Alves, Cachoeira dos Coelhos, Serrote Branco, Vaca Brava, Oiticica do Curu, Carnaúba dos Barrosos, Assentamento Guarani Bom Lugar, Conceição do Bonifácio, Cametá, Assentamento São Paulo, Campos, Bonito, Assentamento Sousa, Tiracanga, Santana da Cal, e Monte Alegre. Além das comunidades situadas no entorno das citadas.
Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Canindé