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Governo decide mudar meta e descarta aumento de imposto

Andreza Matais, Renan Truffi e Murilo Rodrigues Alves

13 Agosto 2017 | 23h53

O governo deve anunciar nesta segunda-feira que as contas públicas deste e do próximo ano fecharão no vermelho em R$ 159,5 bilhões. Esse foi o valor do rombo registrado em 2016, mas a equipe econômica trabalhava com metas menores de déficit para este ano (R$ 139 bilhões) e 2018 (R$ 129 bilhões).

 

As novas metas foram fechadas em reunião na noite deste domingo entre o presidente Michel Temer, os presidentes do Senado, Eunício Oliveira, e da Câmara, Rodrigo Maia, e os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, além de lideranças do Congresso. O encontro só acabou no fim da noite.

 

O presidente do Senado disse à Coluna do Estadão que não haverá aumento de tributos, mas que as metas dos dois anos serão ampliadas para o mesmo patamar do rombo de 2016.

“Desde quinta venho fazendo ponderações sobre criação de novos impostos ou ampliação dos existentes. A reunião de quinta foi suspensa em função dessas ponderações. Hoje conseguimos que ficasse apenas na mudança da meta”, disse Eunício.

Com dificuldade cada vez maior para obter receitas, a discussão sobre a mudança nas metas fiscais deste e do próximo ano se intensificou nos últimos dias. O tema despertou embates dentro do próprio governo, entre quem defende a austeridade e quem quer afrouxar os gastos para atender a demandas do Congresso Nacional. Articuladores políticos admitem nos bastidores que o que está na mesa agora já é a fatura de votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer – que sequer foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

A equipe econômica já tinha estabelecido como teto para a revisão de 2017 o déficit obtido no ano passado, de R$ 159,5 bilhões, como antecipou o Estadão/Broadcast.

Para 2018, o governo trabalhva para que o rombo passesse de R$ 129 bilhões para R$ 149 bilhões, mantendo a perspectiva de redução do déficit de um ano para o outro. Mas, pelo relato da reunião, este objetivo não será colocado em prática e o déficit deve fiqcar em patamar igual em ambos os anos, ou seja, em R$ 159,5 bilhões.

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