Macri anuncia fim de impostos de exportações agrícolas
O novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou nesta segunda-feira a eliminação de impostos às exportações agrícolas e uma redução no caso da soja. A medida tem como objetivo final incentivar a produção agrícola. No curto prazo, porém, busca que os produtores e exportadores liquidem o estoque retido, como uma forma de propiciar a entrada de divisas às combalidas reservas do Banco Central, que se encontram abaixo dos 25 bilhões de dólares.
Os impostos às exportações de grãos, que permitiram um sensível aumento da arrecadação, causaram em 2008 uma greve prolongada no campo que causou problemas ao governo da ex-presidente Cristina Kirchner.
"Hoje vou assinar o decreto de retenção (imposto às exportações) zero para as economias regionais", disse Macri em um ato com os produtores em Pergamino, 220 km a noroeste de Buenos Aires, em uma das zonas agrícolas mais ricas do país. Na ocasião, o ministro da Agricultura, Ricardo Buryaile, explicou que "as retenções passam a zero para trigo, milho, sorgo, exceto para a soja que passa de 35% para 30%".
Segundo o novo governo, a redução de receitas aos cofres públicos pelo corte de impostos às exportações será compensada em grande parte pelo aumento dos impostos aos lucros dos produtores. "Confio em vocês para que possamos duplicar a produção de alimentos na Argentina", declarou Macri aos produtores, pedindo que produzam "mais milho, mais carne, tudo o que somos capazes".
O presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA), Dardo Chiesa, aposta que as colheitas de trigo e milhão voltarão a "níveis históricos", depois que os cultivos perderam espaço com os impostos aplicados pela ex-presidente Cristina Kirchner. "O desafio é retornar aos níveis de produção, crescer e dar valor agregado", afirmou Chiesa.
Com a medida, Macri cumpre com uma promessa de campanha. Ele começou sua gestão criando consensos com políticos, patronais agrícolas e industriais de todas as tendências depois de ter ganho a presidência com 51% dos votos e com um Congresso controlado pela oposição.
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(Com agência France-Presse) VEJA