Após jantar, Aécio diz que Temer deve focar em fazer 'história', não 'eleições'
Após jantar com o presidente em exercício da República, Michel Temer, o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, disse na madrugada desta quinta-feira (18) esperar que o peemedebista se comprometa a “fazer história” e não “eleições”.
O tucano, que tem feito críticas à flexibilização do ajuste fiscal pelo governo, disse que Temer deu “garantias” aos presentes de que fará reformas amplas, como a previdenciária, se o impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, for aprovado em definitivo pelo Senado.
“Ele nos tranquilizou hoje, nos deu garantias de que as reformas estruturais estarão, inclusive, em pronunciamento à nação após o impeachment. Esperamos que seja um governo com compromisso com a história, não com eleições”, afirmou Aécio.
Para estreitar os laços e estancar críticas públicas do PSDB à atuação de seu governo na área econômica, Temer convidou senadores tucanos para jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência.
Além de Aécio, participaram da conversa os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Tasso Jereissati (PSDB-CE), e o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA).
A preocupação do PSDB é que, de olho na eleição presidencial de 2018, o governo Temer flexibilize as medidas de ajuste fiscal e evite fazer reformas impopulares. Aécio disse que cobrou no jantar que o presidente em exercício não dê mais “sinais ambíguos” em relação à política econômica.
“O presidente Michel não tem possibilidade de errar daqui em diante. Apresentamos a ele os pontos que já defendíamos: as reformas estruturais, previdenciária, trabalhista, a própria reforma do Estado. O que ouvimos é que ele tem vontade de inaugurar um tempo novo onde as reformas sejam claras. Os sinais não podem mais ser ambíguos, têm de ser claros em direção às reformas. E ele terá nosso apoio”, disse.
Aliança
Principal adversário do governo da presidente afastada Dilma Rousseff, o PSDB se tornou um dos mais próximos aliados do governo do presidente em exercício.
Ao assumir, em maio, Temer nomeou no primeiro escalão três ministros tucanos: José Serra (Relações Exteriores), Bruno de Araújo (Cidades) e Alexandre de Moraes (Justiça).
Além de ministros, Temer escolheu o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), líder do governo no Senado - Aloysio Nunes disputou a eleição presidencial de 2014 como candidato a vice-presidente na chapa formada com o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Aécio afirmou que, com as garantias dadas por Temer, em relação à intenção de fazer reformas e seguir com o ajuste fiscal, PSDB e PMDB devem se "realinhar".
"Acho que vai ter realimento, uma convergência entre nós, a partir da confirmação do presidente Michel Temer no cargo", disse. PORTAL G1