Geração de empregos perde fôlego, e abertura de vagas cai 15% em maio, mostra Caged
Por Victoria Abel— Brasília / O GLOBO
O Ministério do Trabalho divulgou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) nesta quinta-feira. Em maio, o país teve um saldo de abertura de empregos formais de 131,8 mil - uma queda de aproximadamente 23 mil novos postos de trabalho em relação a maio de 2023, ou de 15,31%.
O Rio Grande do Sul foi o único estado com redução na abertura de vagas. Foram 22 mil novos postos a menos em maio deste ano no estado, fortemente afetado por enchentes no período. Assim praticamente toda a queda na geração de vagas ocorreu por causa do Rio Grande do Sul.
– Creio que vamos voltar a ter números positivos em agosto – disse o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
No acumulado do ano, de janeiro a maio, o saldo foi de 1,88 milhão de postos de trabalho. Um resultado melhor do que o mesmo período em 2023, quando o saldo de novos postos foi de 874 mil 289. O número acumulado, porém, é menor do que o de 2022, quando foram gerados 1,103 milhão de empregos e do que em 2021, quando o montante foi de 1,162 milhão de novos postos.
-- Se não fosse o Rio Grande do Sul, teríamos empatado com maio do ano anterior. Tivemos alta de novos postos em todos os estados da federação, com exceção do Rio Grande do Sul. O Rio Grande do Sul tem segmentos que estariam contratando agora. No acumulado de seis meses, poderíamos ter resultados melhores -- disse a assessora especial do Ministério do Trabalho, Paula Montagner.
O estado que mais gerou postos de trabalho foi São Paulo, com 42, 3 mil novos empregos, seguido por Minas Gerais, com 19,4 mil e Rio de Janeiro, com 15, 6 mil. Os que menos geraram novos postos foram Amapá, com 316 postos e Tocantins, com 527 novos empregos.
O salário médio real de admissão em maio foi de R$2.132,64, estabilidade em relação a abril, com queda de apenas R$3,30.
– A maior parte das contratações estão ocorrendo em faixas salariais mais baixas. Quem contrata mais, fica com média menor de salários – explicou Paula Montagner.
Os cinco grandes agrupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos, sendo a maior geração de postos no setor de serviços, com 69 mil novos empregos formais. A agropecuária registrou elevação de 19,8 mil vagas, a construção civil de 18,1 mil, a indústria também de 18,1 e o comércio de 6,3 mil.
No setor de serviços, a maior quantidade de empregos foi gerada em serviços de escritório e apoio administrativo, atividades de vigilância e segurança privada, limpeza em prédio e domicílios. A administração pública também foi responsável por parcela importante dos postos, 24, 2 mil.