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Lula critica juro alto: 'Não existe justificativa para que esteja a 13,75%' ao ano

O GLOBO

 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a posse do novo presidente do BNDES para criticar novamente a alta taxa de juros no país. A Selic, taxa básica de juros que é definida pelo BC, está em 13,75% ao ano. E a expectativa do mercado é que ela se mantenha neste patamar até o fim deste ano.

 

- Como vou pedir que os empresários ligados à Fiesp invistam se eles não conseguem tomar dinheiro emprestado? Esse país tem cultura de viver com juros altos. Quando o Banco Central era dependente de mim, todo mundo reclamava. A taxa a 10% era muito. Não existe justificativa para que a taxa de juros esteja a 13,75%. Se a classe empresarial não se manifestar, eles (Copom, órgão do BC que define a taxa) não vão baixar juros.

 

Josué Gomes, presidente da Fiesp, estava na plateia, assim como os empresários que estão à frente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, e da Firjan, o presidente em exercício Luiz Césio Caetano.

 

Para Lula, não há justificativa para que a taxa de juros esteja a 13,5%.

 

- É só ver a carta do Copom, que é uma vergonha para o povo brasileiro - disse o presidente, que já havia feito críticas públicas à atual Selic e chegou a afirmar que, no seu mandato, poderia rever o atual modelo de autonomia do Banco Central.

 

Lula também defendeu a gestão do BNDES na época em que era presidente da República, especialmente os financiamentos à exportação dos serviço de engenharia, alvo de críticas. De acordo com ele, o financiamento dessa linha foi feito para 15 países, entre 1998 e 2017.

 

Uma das críticas é que Cuba e Venezuela não pagaram o BNDES. Lula disse que isso aconteceu porque o ex-presidente Jair Bolsonaro resolveu cortar relações para não ter que cobrá-los.

 

- Tenho certeza que vão pagar porque são todos países amigos do Brasil e certamente vão pagar a dívida que têm com o BNDES.

 

Além disso, frisou que é mentira que o BNDES privilegie “meia dúzia” de empresas - outra crítica comum ao banco é a política de campeões nacionais, em que a instituição concedia empréstimos ou apoiava empresas por meio de participação em seu capital, para estimular seu crescimento.

 

- Ao final do meu governo, 480 das maiores empresas atuando no Brasil tinham relações com BNDES. Empresas privadas, públicas e estatais de diferentes setores - disse Lula.

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