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Para Ciro, governo de Dilma se constituiu em cima de uma "farsa de marketing"

Ciro afirmou ainda que a presidente pode mudar os rumos da economia ( Foto: José Leomar )

O ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) disse, em entrevista a BBC Brasil, que o atual governo de Dilma Rousseff se constituiu em cima de uma “farsa de marketing”, com propostas de campanha que não foram cumpridas. Ele afirma ainda que a presidente pode mudar os rumos da economia e que o PDT é contra o impeachment e deve deixar a base aliada quando o processo for encerrado. 

“Foi tudo o oposto (do prometido). É um desastre completo. Mas volto a dizer: o presidencialismo permite que a presidenta mude de caminho. Ela pode mudar a gestão da economia. […] Está na mão dela a plenitude dos poderes da Presidência. O que lhe impede de administrar uma política econômica diferente? […] Deixei por escrito com ela um conjunto de sugestões que não dependem da interação com o Congresso. São da esfera do poder executivo”, explica.

Além de acreditar que a presidente pode mudar os rumos da economia, Ciro afirma que no presidencialismo “você não pode desconstituir um governo apenas porque ele é um mau governo”. Segundo ele, só três presidentes brasileiros conseguiram concluir seus mandatos normalmente. “Todos os outros tiveram seu mandato interrompido por suicídio, renúncia, golpe”, disse. 

Para o ex-governador, três grupos sociais negam hoje o governo. O primeiro deles é formado pelos eleitores do Aécio “que nunca aceitaram o resultado da eleição”. O segundo por eleitores de Dilma que estão decepcionados com a crise e o terceiro por um grupo da “denúncia moral” que, conforme Ciro, “agravada pela crise econômica, acaba passionalizando o ambiente. Esse conjunto de valores se reúne apenas para negar (o governo)”.

 

“O primeiro é o do eleitor do Aécio, que nunca aceitou o resultado da eleição. Desde o primeiro dia, esse grupo tem sido excitado a negar (o governo), com o agravante, correto, de que o governo Dilma se constitui em cima de uma grande farsa de marketing. A prática do governo é completamente mentirosa em relação ao marketing da coisa. Um segundo movimento vai dentro dos eleitores dela. É o eleitor decepcionado com a crise. Nós temos uma depressão no Brasil, a pior (que já vi). Isso é uma coisa violenta na cabeça do nosso povo. Eu, concretamente, estou muito nessa razão aqui”, esclarece.

Para Ciro, “coalização de bandidos” assume em caso de aprovação do impeachment

Caso o impeachment seja aprovado, Ciro Gomes afirma que uma “coalização de bandidos” assumirá o governo. Ele disse ainda que o eleitor da oposição vai se frustrar rapidamente porque o escândalo é “inerente a essa turma”. O ex-governador chama o vice-presidente Michel Temerde capitão do golpe e um governo dele seria a “consumação de um desastre”. 

“No dia que esse impeachment for - espero que não aconteça - consumado, esse conjunto se dissolve. Porque quem assume é uma coalização de bandidos. Por desgraçada coincidência, a única pessoa que não está citada em nenhum desses gravíssimos escândalos é a Dilma. O vice-presidente está citado. O escândalo será inerente a essa turma que está entrando”, contou à BBC Brasil.

Sobre Temere ele reforça: “ele é o capitão do golpe. É amigo íntimo do Eduardo Cunha. (Um governo Temer) será a consumação do desastre. A elite que está embalando a Fiesp acredita em (algo) que ele não tem a menor chance de entregar. Todo esse papo furado, redução de impostos, de custos trabalhistas, é tudo mentira. Zero chance de sequer propor. Ela vai ser contestado por MST, CUT, UNE. Tudo o que é sociedade civil organizada que teve participação na vida brasileira vai à luta. Eu mesmo vou lutar contra o governo ilegítimo”. 

Ex-governador fala que não aceitaria ser ministro de Dilma

Questionado sobre seu nome ser cotado para assumir a Casa Civil, o ex-governador releva que disse a Dilma que em “hipótese nenhuma” participaria desse governo. Ele afirmou que já havia dito “com muito respeito à presidente” também em outras ocasiões que não faria parte de nenhum ministério. Ciro conta que o PDT não quer participar de mais nada. 

“Estamos no governo. Já lá trás, antes dessa crise, o (Carlos) Lupi foi comunicar a presidente de que nós provavelmente já teríamos candidato próprio em 2018. E que, portanto, sentíamos a necessidade de sair do governo. Ela fez um apelo grande para gente ficar. Ainda ontem (quarta-feira), conversei com o Lupi e considero que temos que lutar pela questão da democracia” afirmou.

Ciro diz que o PDT votará contra o impeachment para preservar a democracia e, após o processo,Carlos Lupi tem a ideia de comunicar à presidente que o partido quer deixar a base aliada. “Eu estou pelo valor superior da democracia, porque conheço a Dilma. Ela é uma senhora honrada, mas tem uma contradição original de ter herdado um governo mestiço feito pela frouxidão moral do Lula”.  DIARIONORDESTE

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