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Petrobras estima 12 mil demissões voluntárias

Com um alto endividamento e acumulando prejuízos, a Petrobras vive o pior momento de sua história e vem tomando medidas para reduzir custos

A Petrobras anunciou ontem um programa de demissão voluntária com expectativa de que cerca de 12 mil empregados participem. O Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV 2016), aberto a todos os empregados, tem custo estimado de R$ 4,4 bilhões para sua implantação e o retorno esperado é de R$ 33 bilhões no período 2016-2020, segundo comunicado da companhia.

O objetivo é "adequar a força de trabalho às necessidades do Plano de Negócios e Gestão (PNG), elevando a produtividade e gerando valor para a Companhia, com o foco no alcance das metas do referido Plano", disse a empresa em nota.

A Petrobras explica ainda que o PIDV 2016 tem como base as premissas de preservação do efetivo necessário à continuidade operacional, com ajuste de pessoal em todas as áreas.

Indenização

O representante dos funcionários no Conselho de Administração da Petrobras, Deyvid Bacelar, disse em entrevista à agência de notícias Reuters que a companhia prevê o pagamento de indenizações de cerca de R$ 212 mil a R$ 706,6 mil aos funcionários que aderirem ao PIDV, citando um comunicado interno distribuído na companhia.

Segundo Bacelar, o tema não foi discutido em reuniões do Conselho de Administração e nem apresentado e conversado com entidades sindicais, o que ele acredita ser negativo. Os sindicatos temem que a redução do quadro de funcionários cause sobrecarga de trabalho, acidentes e mais horas extras.

O período de inscrições vai de 11 de abril a 31 de agosto de 2016. A primeira edição do programa foi lançada em janeiro de 2014 e já teve 6.254 desligamentos. Outros 1.055 empregados inscritos em 2014 têm previsão de saída até maio de 2017. Nesta semana, a estatal também anunciou uma diminuição de 43% nas 5,3 mil funções gerenciais em áreas não operacionais e redistribuição de atividades.

Cortes de gerentes

Com um alto endividamento e acumulando prejuízos, a Petrobras atravessa o pior momento de sua história e vem tomando uma série de medidas para reduzir seus custos e, consequentemente, equalizar o seu caixa.

Na quarta-feira (30), a empresa aprovou também uma nova estrutura de gerentes executivos. Segundo a companhia, com o novo modelo de governança, haverá uma diminuição de 43% nas 5,3 mil funções gerenciais em áreas não operacionais, superando a estimativa inicial de corte de 30%. O corte atingirá ao menos 2,2 mil gerentes.

Com a redistribuição de atividades, fusão de áreas e corte de bonificações, a petroleira prevê uma redução de custos de até R$ 1,8 bilhão por ano.

A Petrobras teve prejuízo líquido recorde de R$ 34,836 bilhões em 2015. Trata-se do maior prejuízo anual registrado pela companhia, de acordo com dados da Economatica, superando as perdas de R$ 21,587 bilhões de 2014. DIARIONORDESTE

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