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Depois da cloroquina, Bolsonaro diz tomar vermífugo sem comprovação científica contra a covid-19

Manoel Ventura / O GLOBO

 

Bolsonaro apoiadores sabado

 

BRASÍLIA — Depois de meses recomendando o uso da hidroxicloroquina, o presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado que tomou também outro remédio sem eficácia comprovada para tratar a covid-19. Bolsonaro afirmou que tomou um vermífugo que, assim como a cloroquina, não tem comprovação científica de que pode ser usado no tratamento do coronavírus. O remédio citado por Bolsonaro é nitazoxanida, cujo nome comercial é Annita. Veja o que a ciência diz sobre os remédios usados no tratamento da Covid-19.

 

— Eu comecei essa semana a tomar também Annita — disse Bolsonaro a apoiadores, no Palácio da Alvorada.

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Bolsonaro voltou a defender uso da cloroquina para o tratamento precoce contra o vírus, apesar dele mesmo admitir que não há comprovação de que o medicamento seja eficaz.

— Está uma briga ideológica em cima da hidroxicloroquina. Lá atrás eu falei sobre isso. Não sou médico, não entendo de nada sobre isso aí, mas tenho experiência com a vida, converso com todo mundo do Brasil todo. Desde lá de trás sabíamos que tínhamos a hidroxicloroquina e não tinha alternativa. Agora, o que eu recomendo, procure o médico — disse Bolsonaro.

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Bolsonaro também voltou a criticar o isolamento social e medidas tomadas por governadores e prefeitos para fechar o comércio e evitar a disseminação da doença.

— Pelo que eu sei, ninguém morreu por falta de UTI ou respirador. Tem que pensar na economia. Não adianta ficar falando em vida, em vida, em vida, porque o isolamento mata.

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Nesta sexta-feira, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou uma nota afirmando que o uso de hidroxicloroquina deve ser abandonado em qualquer fase do tratamento de covid-19.

A nota da SBI tem como base os resultados de dois estudos realizados no âmbito internacional. Em um deles, realizado em 40 estados americanos e três províncias do Canadá, constatou que o uso da cloroquina nos estágios iniciais da doença não teve resultado algum.

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O estudo comparou pacientes que tomaram o remédio com um grupo que não tomou e constatou que, no grupo que utilizou, não houve melhora do quadro clínico dos pacientes.

Outro estudo, conduzido na Espanha, tentou medir se o cloroquina tinha a capacidade de reduzir a carga viral dos pacientes infectados. De acordo com os pesquisadores, o medicamento não foi capaz de reduzir essa taxa.

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