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Petrobras registra prejuízo de R$ 34,8 bilhões em 2015 Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/petrobras-registra-prejuizo-de-348-bilhoes-em-2015-18927735#ixzz43cQtQvbM © 1996 - 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comuni

DINHEIRO LAVA 23

 

RIO - A Petrobras registrou prejuízo líquido de R$ 34,8 bilhões no ano passado. É a maior perda anual da companhia. Em 2014, a estatal apresentou prejuízo de R$ 21,58 bilhões devido às baixas contábeis em seu balanço por conta das investigações da Operação Lava-Jato e da queda do preço do barril do petróleo, que deteriorou o valor de alguns ativos.

Segundo estimativa da Bloomberg, o mercado esperava ganhos de R$ 5,5 bilhões no ano passado. A expectativa do resultado da companhia, porém, não tinha um consenso, já que o mercado tinha dúvidas devido ao volume de de baixas contábeis que poderiam ser feitas.

No quarto trimestre do ano passado, a estatal reportou perda de R$ 36,9 bilhões. Segundo a Bloomberg, a expectativa era de um ganho de R$ 3,8 bilhões no período.

A companhia fez baixas contábeis (impairments) de R$ 47,6 bilhões no ano passado. O destaque ficou por conta dos campos de petróleo, que sofreram baixas de R$ 36,1 bilhões. O Comperj, complexo petroquímico no Rio de Janeiro, que está com as obras paradas, teve baixas de R$ 5,2 bilhões. A companhia cita ainda em seu balanço o aumento do custo dos empréstimo como resultado da perda do grau de investimento do país e da elevação do risco-Brasil. Além disso, menciona perdas cambiais.

O Comperj pode entrar em operação somente em 2023. Segundo Jorge Celestino, diretor da área de Abastecimento, a refinaria deverá ter apenas um trem. O diretor lembrou que já foram gastos cerca de US$ 14 bilhões.

— O impairment do Comperj ocorre devido ao adiamento da entrada em operação, o que atrasa a entrada do flixo de caixa e menores taxas de desconto do diesel no futuro.

Aldemir Bendine, presidente da companhia, lembrou que até o fim de 2015 a empresa não conseguiu um investidor para completar os investimentos no projeto.

RESULTADO ANUAL DA PETROBRAS

Valor em R$ bilhões

35,2

34,7

33,3

27,9

25,6

25,2

23,6

31,0

17,9

21,2

-21,6

No 4º tri/2015:

-36,9

-34,8

Fonte: Petrobras

REDUÇÃO DA DEMANDA INTERNA

Segundo a estatal, houve queda na receita de vendas de 5% no ano passado, chegando a R$ 321,6 bilhões. A companhia disse que isso ocorreu por conta da redução da demanda de derivados no mercado interno, que chegou a 9%, menores preços de exportacao de petróleo, além dos preços mais baixos de nafta e QAV no mercado doméstico.

A Petrobras disse que o resultado negativo ocorreu com o aumento nas despesas tributárias em decorrência da adesão ao Programa de Recuperação Fiscal (REFIS) e aos Programas de Anistias Estaduais, que somaram R$ 7,437 bilhões. Houve também gastos de R$ 5,1 bilhões com contingências judiciais, principalmente com processos fiscais e trabalhistas.

O endividamento total caiu em relação ao trimestre anterior, chegando no fim do ano a R$ 492,8 bilhões, menor que os R$ 506,6 bilhões do terceiro trimestre do ano passado. O custo da dívida também subiu, passou de 5,6% ao ano (no fim de 2014) para 6,3% ao ano (no fim de 2015). O prazo médio subiu de 6,1 anos para 7,1 anos.

Os investimentos caíram 12% no ano passado, para R$ 76,3 bilhões.

— O preço do (petróleo) Brent caiu cerca de 50%. No ano passado, ficou superior pouco a US$ 50 e forçou imparidade em nossos ativos e em sua maiores em reservas e investimentos em produção. Mostramos resgate a credibilidade (com isso). Apesar do resultado contábil negativo, apresentamos fluxo de caixa positivo pela primeira vez em oito anos. A nossa divida em dólar, tivemos recuo na divida líquida e com disciplinja de capital — disse Bendine, presidente da Petrobras.

GERAÇÃO DE CAIXA 25% SUPERIOR

O fluxo de caixa livre da companhia foi de R$ 15,6 bilhões, o que não era registrado desde 2007, segundo a Petrrobras. A geração de caixa operacional foi superior em 25% em relação ao ano anterior, somando R$ 73,9 bilhões.

— Os investimentos tiveram redução de 12%, como reflexo da revisão do portfólio. Com isso, conseguimos um fluxo de caixa positivo. Em 2014, o fluxo de caixa livre foi negativo em quase R$ 20 bilhões. E com fluxo de caixa positivo, a empresa reduz divida. Em dolar, caiu 5% (para US$ 100 bilhões). E reduz tambem suas necessidades de captação. REm 2015, fio de US$ 12 BILHOES. eM 2014, foi de US$ 25 bilhões — disse Mario Jorge da Silva, gerente da Petrobras.

A companhia destacou que a produção subiu 4% no ano passado, para 2,787 milhões de barris por dia. Por outro lado, do total das baixas contábeis, de quase R$ 48 bilhões, cerca de R$ 1,9 bilhão ocorreu em empresas onde a Petrobras tem investimentos.

Com a crise econômica no Brasil, a Petrobras importou menos petróleo e derivados no ano passado. O volume passou de 805 mil barris por dia para 533 mil barris por dia. Ao mesmo tempo, a exportação subiu de 390 mil barris por dia para 509 mil barris por dia. Assim, a balança ficou negativa em apenas 24 mil barris diárias. Em 2014, esse número era de 415 mil barris diárias.

PERDAS EM EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO

Por diretoria, a Petrobras destacou que o segmento de abastecimento (refinarias) registrou receita positiva de R$ 25,4 bilhões, melhor que o prejuízo de R$ 58,8 bilhões no ano anterior. Já a área de exploração e produção teve perdas de R$ 17,9 bilhões, ante uma receita positiva de R$ 50,3 bilhões no ano passado.

— Desta vez, em 2015, a maior parte do impairment está associado aos negócios do segmento de exploração e produção, consequência da menor expectativa de preços de petróleo a médio e longo prazo. A área de exploração respondeu por grande parte desse impairment. Dos R$ 47,7 bilhões no total no ano passado, R$ 33,7 bilhões vieram de campos de petróleo no Brasil — disse o gerente da empresa.

Ele destacou ainda os impairments de R$ 2,5 bilhões dos campos de petróleo no exterior e de R$ 2 bilhões relativos a equipamentos de vinculados ao setor de exploração e produção. O Comperj teve baixa de R$ 5,3 bilhões. A unidade de Fertilizantes III teve baixa de R$ 2 bilhões.

— Sem o impaiment, despesas tributárias e provisões para devedores duvidosos, a empresa teve um resultado positivo de R$ 13,6 bilhões — disse o gerente.

Solange Guedes, diretora de exploração e produção, disse que a companhia conseguiu cumprir sua meta pela primeira vez em 13 anos. Houve alta de 5,5% de produção e gás no Brasil. Ela destacou que entraram em operação duas unidades de produção (Cidade de Itaguai e P-61).

— No pré-sal, em 2015, a produção subiu 58% e já represnta um quarto de nossa produção. Lula ultrapassou Roncador e é nosso maior campo. Os custos unitários estao abaixo de US$ 8,5 por barril. Em Libra, concluímos seis poços e os testes de longa duração começam em 2017, quando será declarado comercialidade, segundo nossa previsão — disse ela, destacando que a bacia de Campos representa 70% da produção do Brasil.

Segundo ela, Marlim e Albacorra estão com os planos de revitalização na prateleira. Por isso, o aumento do contrato de concessão vão deixar esses campos mais competitivos. Em 2015, ela destacou que foram investidos R$ 2,7 bilhões na revitalização das plataformas da Bacia de Campos e ainda chamou atenção para a renegociação de contratos com fornecedores. Na "Onda 01", envolveu 70 fornecedores e 704 contrratos. Agora, na chamada "Onda 2", serão 320 fornecedores e 735 contratos.

— A meta é superar a redução de 13% na Onda 1. Com a redução de nossos investimentos, saímos de 62 para 45 sondas no ano passado, e ajustamos as taxas diárias — disse Solange.

SEM DIVIDENDOS

Bendine disse que não haverá distribuição de dividendos. Será o segundo ano sem a distribuição de dividendos. Segundo ele, "haverá redução ligeira de investimentos neste ano".

— Não haverá distribuição de dividendos e distribuição de dividendos (PLR) aos funcionários da companhia. E isso será para preservar o caixa. E, apesar das melhorias, perfomamos em US$ 23 bilhões (investimento) no passado. Para 2016 será menor, mas ainda não temos esse número fechado — disse o presidente da Petrobras. — Nossa perspectiva é uma média conservadora, de US$ 45 por barril para 2016, e mantemos essa média para esse ano. Caso a gente observe um desvio dessa expectativa, comunicamos.

Bendine disse que a captação dos chineses, de US$ 10 bilhões, é uma "reserva":

— Ainda não pegamos esse dinheiro. É algo para que a gente possa fazer frente a uma eventual necesssidade.

Sobre a venda de ativos, o presidente não deu uma data para a venda de parte de suas operações:

— As negociações seguem em um ritmo bastante intenso. A carteira é muito ampla. Há procura muito forte. Alguns em fase final de negociação mas sempre preservando seus interesses de não vender por qualquer valor.

Bendine disse que já retornou ao caixa da companhia cerca de R$ 300 milhões, recuperados com a Operação Lava-Jato.

— Há uma expectativa de que mais recursos sejam recuperados. O GLOBO




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