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Guedes: ‘Temos só 15 semanas para mudar o Brasil’

Vera Magalhães / O ESATADO DE SP

O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez nesta terça-feira um apelo dramático para que os principais movimentos de rua do País ajudem a agenda de reformas de sua pasta. “Temos só 15 semanas para mudar o Brasil”, afirmou, durante almoço que reuniu representantes desses movimentos na casa do secretário especial de Desestatização da pasta, Salim Mattar, em Brasília.

Com uma toalha de mesa que reproduzia a bandeira do Brasil, o almoço foi todo concebido para engajar os movimentos na pauta das reformas.

Guedes apresentou um cronograma detalhado, por escrito, semana a semana até julho — coincidência ou não, as 15 semanas que ele delimitou batem com o suposto prazo que Jair Bolsonaro teria dado ao “posto Ipiranga” para que sua agenda seja implementada, algo que Guedes negou depois que alguns veículos de imprensa publicaram.

O ministro da Economia, Paulo Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O cronograma parece um tanto inviável: ele prevê, por exemplo, que na segunda semana de julho sejam votadas a PEC 188 (do pacto federativo) em segundo turno no plenário da Câmara, a reforma tributária em segundo turno no plenário do Senado, a reforma administrativa no plenário do Senado e o projeto de lei 6407 (que muda o marco para o gás natural) no plenário do Senado.

Pela agenda de Guedes, a administrativa chegaria à Câmara na terceira semana de fevereiro, o que já não aconteceu, e passaria pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na terceira semana de março, o que está fora de cogitação, uma vez que nem foi enviada ainda.

A pauta tem as reformas administrativa e tributária como carros-chefes, muito embora a primeira ainda não tenha sido enviada ao Congresso e a segunda esteja sendo debatida no Congresso a partir de projetos nos quais o governo não é parte.

Guedes fez um apelo pela adesão dos movimentos. Chegou a sugerir que as manifestações do dia 15, caso o impasse pelo controle do Orçamento já esteja decidido, sejam transformadas em atos em prol das reformas, mas só obteve aval imediato do Nas Ruas, cujo representante, Tomé Abduch, exibiu para o ministro, em seu celular, um vídeo de um discurso seu na avenida Paulista em defesa das reformas.

Paulo Guedes se emocionou e chegou a chorar. Fez um paralelo entre o Brasil, onde as pessoas foram às ruas defender as reformas, e a França, que enfrentou manifestações contrárias a propostas semelhantes. Disse que é preciso “lutar muito” para fazer avançar seus projetos e se queixou da existência de “muitos adversários” e que não esperava enfrentar “tanta dificuldade”.

A reunião começou sem Guedes, só com Salim, que chegou a dizer que o ministro não iria. Mas ele chegou depois, dizendo que Bolsonaro tinha estado com Jair Bolsonaro em almoço e dito que iria ao encontro dos movimentos porque julgava  importante se reunir com eles para que eles transformassem os atos em manifestações pró-reformas.

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