BC de Bolsonaro quer parentes dos políticos livres de monitoramento obrigatório do Coaf. Os corruptos aplaudiriam esse “novo Brasil”
Por: Reinaldo Azevedo
Publicada: 24/01/2019 - 7:22
Li o que vai abaixo na Folha. É de cair os olhos da cara. Prestem atenção. Comento em seguida:
O Banco Central quer excluir parentes de políticos da lista de monitoramento obrigatório das instituições financeiras. A autarquia propõe ainda derrubar a exigência de que todas as transações bancárias acima de R$ 10 mil sejam notificadas ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
As propostas entraram em consulta pública na quinta-feira da semana passada (17). Fazem parte de uma atualização das normas que o BC impõe aos bancos e demais instituições financeiras para combater a lavagem de dinheiro.
Pelas regras em vigor desde 2009, pais, filhos, companheiros e enteados de pessoas consideradas politicamente expostas, entre elas os políticos, são alvo de uma vigilância mais rigorosa dos bancos, com o objetivo de monitorar e coibir eventual lavagem de dinheiro com origem em desvio de recursos do Estado.
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Comento
Bem, não deve haver corrupto no país que não tenha aplaudido essa disposição… Que coisa, não? É para isso que o presidente Jair Bolsonaro nomeou Sérgio Moro o xerifão do país.
Chega a ser pornográfico que isso esteja sendo debatido em meio ao “Flaviogate”. Ou alguém ignora que os parentes ainda são os laranjas preferenciais de safados que se escondem na política? Será que o novo Banco Central consegue apontar a razão técnica que o levou a fazer essa escolha? O que Moro pensa a respeito?
“Ah, mas não é justo que as pessoas sejam investigadas sem que haja uma suspeita…” O Coaf não investiga ninguém. Detecta a movimentação atípica e a encaminha os órgãos de investigação, que podem fazê-la ou não a depender do conjunto de dados.
Seria realmente encantador o governo Bolsonaro mudar uma prática que tem contribuído para combater a corrupção que foi instituída no governo petista e que está entregue a um órgão técnico.
Digam-me cá: que urgência tem isso para ao Banco Central? Em que tal prática está atrapalhando o seu trabalho? O que o Brasil ganha efetivamente com essa mudança?