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Onda de violência chega a uma semana no Ceará com mais de 160 ataques, medo na população e Força Nacional nas ruas

A série de ataques criminosos contra ônibus, bancos, prefeituras, comércios e prédios públicos que atinge Ceará completou uma semana. Desde quarta-feira (2), o G1 contabilizou 161 ataques em 40 dos 184 municípios cearenses. Para tentar conter a onda de violência em Fortaleza e no interior, o estado recebeu o reforço de tropas da Força Nacional e de policiais da Bahia.

 

Resumo

Membros de facções criminosas rivais se uniram para atacar veículos da frota de ônibus, bancos, postos de saúde, prédios públicos e privados e veículos utilizados em serviços como Correios e coleta de lixo.

Em pichações, os criminosos pedem a saída do secretário da Segurança Penitenciária, Mauro Albuquerque, que prometeu acabar com a entrada de celulares nos presídios e com a divisão nas unidades conforme a facção a que cada preso pertence.

Início dos ataques


Ataques no Ceará — Foto: Alexandre Mauro/G1

Ataques no Ceará — Foto: Alexandre Mauro/G1

A sequência de ações criminosas teve início após uma fala de Mauro Albuquerque, que afirmou que iria acabar a entrada de celulares nos presídios e encerrar a divisão de presos nas detenções conforme a facção criminosa a que pertencem.

Entre a noite de quarta e a madrugada de quinta-feira (5), criminosos incendiaram dois ônibus em Fortaleza e ampliaram as ações também na Região Metropolitana da capital.

Uma bomba foi explodida em um viaduto na cidade de Caucaia. O local precisou ser isolado e passou por reparos para evitar um desmoronamento.

Criminosos detonaram uma bomba contra a estrutura de um viaduto na Caucaia — Foto: João Pedro Ribeiro/TV Verdes Mares

Criminosos detonaram uma bomba contra a estrutura de um viaduto na Caucaia — Foto: João Pedro Ribeiro/TV Verdes Mares

Veículos incendiados

Os criminosos queimaram pelo menos 25 ônibus e vans do transporte público, de prefeituras e escolares no estado. Devido aos ataques, a frota precisou ser reduzida na Grande Fortaleza. Ônibus passaram a circular em comboio e com policiais embarcados para evitar novos ataques.

Além dos ônibus, bandidos também incendiaram veículos de empresas particulares e que prestam serviços públicos, como ambulâncias, caminhões de lixo e carros da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Enel Distribuidora de Energia.

Prédios públicos atacados

Agências bancárias, fóruns, prefeituras e sedes de secretarias municiparam também foram alvos de atentados. Durante o fim de semana, suspeitos atiraram contra um posto de observação da Guarda Municipal de Fortaleza e incendiaram um carro na frente da delegacia da Pajuçara, em Maracanaú.

Na segunda-feira (7), sexto dia seguido de ataques, criminosos o prédio da Câmara dos Vereadores da cidade de Icó. Uma estação ambiental foi queimada na Praia de Requenguela, em Icapuí, litoral cearense.


Força Nacional reforça a segurança no Ceará após série de ataques criminosos — Foto: Thiago Gadelha/Sistema Verdes Mares

Força Nacional reforça a segurança no Ceará após série de ataques criminosos — Foto: Thiago Gadelha/Sistema Verdes Mares

Força Nacional

Após autorização do ministro da Justiça, Sérgio Moro, tropas da Força Nacional chegaram ao estado na noite de sexta-feira (4) e começaram a atuar no sábado. Após o início da operação com o reforço policial, a capital cearense registrou uma redução no número de crimes. No entanto, mesmo com a atuação dos agentes, ocorreram dezenas de ataques criminosos no estado.

Os policiais foram descolados para diferentes pontos de Fortaleza e Região Metropolitana, locais responsáveis por cerca de 80% dos ataques no estado. Os agentes intensificaram as blitze e também reforçaram a segurança nos terminais de ônibus da capital para assegurar a operação do transporte público.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Ceará, 175 suspeitos de participação nos ataques foram detidos. Dois suspeitos morreram em troca de tiros com policiais. Pelo menos 80 envolvidos foram capturados após a chegada da Força Nacional no estado. Dentre os presos, está um motorista suspeito de vender combustível ilegalmente para criminosos.

Ações nos presídios

Após os ataques, o governo do Ceará informou que transferiu um dos chefes de facção para um presídio federal e 19 membros serão levados a outras unidades prisionais. O governo federal ofereceu 60 vagas nos presídios que administra para receber criminosos que atuam no estado.

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